Calar é consentir...o verbo tem um valor incalculável contra a barbárie, fundamentalmente, numa cultura onde o silêncio, o segredo e uma noção de vergonha altamente calcinante, dado que, frequentemente, associada a uma sensação de culpalização pelos actos alheios, catapultada pela falta de auto-estima das vítimas, constituem a caução da ignomínia e da impunidade. A verbalização do ultraje é o primeiro passo para a libertação, pois assume-o como um facto, desconstruindo-o, em parte, valorizando quem se mortifica pelas falhas exógenas.
Insurja-se, rebele-se, revolucione a sua vida, não se esquecendo que, geralmente, são os cobardes e os levianos, que têm uma particular apetência por falar do que não sabem, do que nunca experienciaram na pele, que advogam o silêncio e a passividade do ofendido, que lhes apazigua a (in)consciência e lhes garante a supremacia e a podre paz de espírito, é nele que repousa a sua, afinal, tão frágil, força ignóbil.
Só pela desconstrução verbal se faz cair a máscara de quem a entroniza como face...a mais básica psicoterapia o sabe e o pratica.
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