Lenços descartáveis, pensos descartáveis, fraldas descartáveis, roupa descartável, móveis descartáveis, carros descartáveis, casas descartáveis, em suma, objectos descartáveis, pessoas descartáveis, amizades, amores, resumindo, relações e ralações descartáveis...Tanta descartibilidade chega a enjoar, não quero parecer um receituário digest apocalíptico, mas a felicidade não se alcança pelo culto do exterior, nem da superficialidade, nem da artificialidade, nem pela fuga obsessiva ao sofrimento e à profundidade, paralela a um culto exacerbado de uma alegria eufórica, tantas vezes, apócrifa. Todavia, parece que anda tout le monde a pensar que sim...Depois, admiram-se de se verem sozinhos, sem alguém que não tenha, também, um coração descartável, sentimentos descartáveis, princípios descartáveis, ...
Mas, também, quem sou eu para os desviar de tal percurso? Cada um constrói o seu e "só quem está no convento sabe o que lá vai dentro". No meu, tenho de admitir que passo muito bem sem a DAS (descartibilidade, artificialidade e superficialidade)...O que é que querem? Já não tenho pachorra, para vos ser muito franca, nem, já, na adolescência tinha, pensando bem, nem na infância (deve ser defeito de fabrico, com certeza)...
Enfim, opções de vida, que não a minha, claro e, felizmente, daqueles que me acompanham, desde quase sempre, no meu percurso vital (Muito obrigada, Meus Verdadeiros Amigos, os Meus Eleitos!!!). Confesso que alguns deixaram de o ser porque não obedeciam a certos critérios que considero basilares num ser humano, mas nunca por descartibilidade, apenas por indignidades com as quais não lido muito bem, admito. Como, atrás, frisei: mais vale "honradamente só" do que humilhadamente (se me permitem o neologismo) acompanhada, idealmente orgulhosamente ladeada por Quem Merece...
Afinal, analisando bem a questão, o meu teste do algodão, sempre, foi o da indescartibilidade (perdoem-me este outro neologismo) e, como todos sabemos, este não engana......Enfim, declaro aberta, oficialmente, a caça à superficialidade demasiado light o que, nesta silly season, é quase um contra-senso, mas, como (quase) toda a gente sabe, adoro paradoxos (aí, sou muito pós-moderna), desde que em doses não muito excessivas (ultimamente, tenho andado hiper-mega-sensível, je ne sais pas pourquoi)...
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