☼ All One Now ☼

By giving and sharing the best of ourselves we´ll all rise up ☼"Quando souberes o que É Éterno saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)


terça-feira, 30 de junho de 2009

: : ainda a propósito de Dalí e das borboletas : :


E continuando ao som de : : http://www.youtube.com/watch?v=7_BX4l-TQuw

A obsessão pictórica de Salvador Dalí por borboletas está, também, associada ao seu fascínio pelo mundo dos insectos e aos processos metamorfoseantes que permitem que larvas se transformem em naturais e coloridas belas telas esvoaçantes.
Pelo seu método paranóico-crítico de índole surrealista, o Génio transformava a mundanidade em magia, denunciando as profundezas da psique humana, evocando mitos profundamente inculcados no inconscciente colectivo por símbolos apoteóticos e catárticos ainda que nunca totalmente absolutos, pela sua complexidade intrínseca.

: : repost : : a simetria cosmogónica de A Última Ceia de Dalí : :



Salvador Dalí, The Last Supper (A Última Ceia), National Gallery of Art, Washington

Dalí pintou A Última Ceia em 1955, recorrendo a fotografias como modelos.

A este propósito, o artista declarava:

"Utilizo sempre documentos fotográficos. É tradicional. Praxíteles fez modelos directos de braços, pernas e de qualquer coisa que fosse reproduzir. Para alguém que desenha como eu, a fotografia é um elemento extremamente útil."

Cristo É, de facto, representado, nesta tela, com uma aura hollywoodizada, com uma beleza humana próxima dos ícones do star system, o que garantiu um sucesso imediato da obra nos meios artísticos modernos. Todavia, toda a cena é sacralizada por pormenores indeléveis, mas detentores de um profundo significado esotérico: Cristo É o Único Cuja Transparência e Luminosidade do Corpo Invoca A Sua Divindade. Com efeito, o Cristo de Dalí Assume a Sua Própria Consubstanciação, a Sua Dupla Natureza Humana e Divina, temática que deu origem à tão famosa crise iconoclasta de Constantinopla, uns séculos antes.

Jesus com a mão direita Executa um gesto divino (um Mantra) comummente atribuído, no Oriente, aos homens iluminados como Buda. O Próprio Deus É Representado com um corpo humano, todavia a Luz que Dele Emana É Projectada sobre a cena de forma apoteótica, catártica, esmagadoramente redentora.

Salvador Dalí, Butterfly Landscape

Os Apóstolos não estão dispostos de forma clássica ao redor de Jesus, antes se prostram de joelhos e com a cabeça curvada sobre a mesa. Distribuem-se de forma muito simétrica- três à esquerda e à direita (6 no total), quatro nas duas pontas da mesa e dois à frente de Jesus, na mesma posição de profunda humildade para com o Messias) (6 + 4 = 10 + 2 =12 = 1+ 2 =3)

A propósito desta distribuição simétrica, Dalí afirma:"Cosmogonia aritmética e filosófica, fundada na sublimidade paranóica do número doze - os doze meses do ano, os doze signos do Zodíaco em volta do Sol, os doze apóstolos em volta de Cristo, os doze pentágonos no dodecaedro celestial, o pentágono contendo o homem microcósmico, (Cristo). (Agradeço a Lorca, que me disse que os Apóstolos eram tão simétricos como as asas das borboletas)."

Salvador Dalí, Butterflies


O 5, um número que, tal como o 10, se afirma, mitologicamente, como perfeito, remetendo, intemporalmente, ao Poder da Criação Divina. O 3, mais um número divino, símbolo da Trindade Una, da Consubstanciação Divina: Pai, Filho e Espírito Santo num Só; mais a Oriente, símbolo da Terceira Visão e, à génese do Ocidente, do triângulo como forma pitagórica perfeita).
Talvez não tenha sido em vão que o pintor catalão tenha escolhido o ano de 1955 para pintar esta sua magnífica obra (1+9+5+5 = 20 = 2).

sexta-feira, 26 de junho de 2009

: : puro dom : :

quinta-feira, 25 de junho de 2009

: : Inauguração do Palácio do Egipto em Oeiras : : exposição de Salvador Dalí : : Oeiras Egipt Palace today´s smashing opening with Dalí´s works : :


Hoje, pelas 18.30, no centro desta magnífica vila de Oeiras, será inaugurado o requalificado e ampliado Palácio do Egipto, um edifício setecentista, agora, convertido num eslêndido centro cultural que, paralelamente à galeria de arte, oferecerá ao público espaços comerciais como uma livraria, lojas, restaurantes e esplanadas, oferecendo óptimas instalações para a realização de exposições, colóquios e conferências. A inauguração deste esplêndido espaço cultural que, certamente, constituirá um núcleo crucial de revitalização deste centro histórico, acolhe como prima inter pares a exposição intitulada "Dalí: Sonhos de Literatura e Escultura", que, segundo cimunicado da CMO, pretende evocar "as constantes pictóricas de Salvador Dalí", com base na constante intertextualidade daliniana entre a literatura e as artes plásticas. Daí que estejam patentes alguns dos seus trabalhos que espelham esse intertexto, como :





(a) “A conquista do Graal” (1975), uma série de 12 gravuras insertas num portfolio vermelho com frontispício. É uma das 149 cópias assinadas e numeradas publicadas pela Oeuvres Graphiques Contemporaines.


(b) «As Idades do Homem», (1940), obra acabada quando da fuga de Dalí e Gala de França, antecipando a invasão nazi. Foi neste período que a terna musa do Mestre o tentou convencer a evoluir das suas raízes surrealistas para temáticas mais tradicionais e comuns.

(c) "As Aventuras de Alice no país das Maravilhas" (1969), uma série de 12 heliogravuras, acompanhadas de uma gravura original, fruto da interpretação de Dalí dos dois livros de Lewis Carols, publicadas pela Maecenas Press-Random House, New York;

(d) as 25 litografias intituladas «Gargântua e Pantagruel» (Les Songs (Songes) Drolatiques de Pantagruel), datadas de 1973, fruto da mistura de gouache e lápis sobre ilustrações, publicadas pela Carpentier em papel japonês;

(e), «O Tricórnio» ou (Tri Corner Hat), de 1958, com texto de Pedro de Alarcon , 20 gravuras em madeira, publicadas no Exemplaire LXXXVII para M. Henry Pagezy e no livro LXXVII para M. Paul Lambert;

(f) o «Pater Noster» (1966), outra série de 9 litografias.

Fontes:

terça-feira, 23 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

: : the sublime healing : :


A golden heart takes you to Heaven, without a question of a doubt will clean your Path till the end of time...

sábado, 13 de junho de 2009

: : quando o fanatismo oblitera a Palavra Divina : :

Ontem, assistia eu atónita a um documentário, difundido na RTP2, sobre as várias actualizações evangélicas de uma parte dos EUA que se diz em "guerra santa" contra a outra que considera em pecado- havia desde um campo de mini-glofe com a simulação da Sagrada Sepultura, a um drive in tipo McDonald´s destinado a orações e bênçãos fast food à la carte, às cerimónias hollywoodescas contra a própria Meca do Cinema e seus produtos culturais, seguindo a lógica pragmática que um reverendo afirmava ser lutar contra o concreto invocando os aspectos mais prosaicos da existência; até aos famosos discursos bélicos em nome de Cristo, contra a Teoria da Evolução de Darwin e a favor da da Criação, pela leitura literal que fazem da Bíblia, como se de um jogo dicotómico entre o Mal e o Bem, uma equipa de basketball e outra se tratasse. É triste, mas como é que esta gente não percebe que Deus, com qualquer dos Nomes que Lhe Atribuam, É Inclusivo e nunca Exclusivo? Credo! Até já a Divina Paciência se deve ter fartado destas recursividades apócrifas! Não A censuro!
Falava-se de Amor, com uma certa euforia um pouco artificial e condicionada, convenhamos, mas, sinceramente, depois de tudo, o que mais retive foram expressões como "guerra cultural", "cruzada por Cristo", "ódio aos homossexuais", etc.

E o que mais me comoveu foi um senhor já de uns setenta anos, homossexual assumido, frequentar, com assiduidade, um desses locais de culto, para perceber quem quer aniquilá-lo, para lhes perdoar. Foi a pessoa mais cristã que visionei em todo documentário- chorava, literalmente, nas cerimónias, como se dissesse: "Perdoai-lhes, Senhor, pois eles não sabem o que fazem..." Foi um momento, simplesmente, sublime, depois de me atordoar com tal aterrador fanatismo. A sua superior coragem e postura moral inferiorizava todos aquelas poses moralistas ocas, odiosas e reveladoras de uma ignorância assustadora, puramente medieval...


Tenho de reconhecer que a parte mais cómica foi saber que um dos reverendos que mais pregava a necessidade da moralização da sociedade norte-americana com um daqueles sorrisos que, de tão espectacularizados, soam completamente a falso, teve de se demitir por acusações de condutas sexuais não muito próprias. Deus Não Dorme, meu caro senhor, Cochila, mas não Fecha os Olhos!

Por tudo isto, eu, apesar de cristã convicta, defendo, acerrimamente, a separação entre o Estado e a Igreja, pois a "a César o que é de César e a Deus o que é de Deus"...Ai de nós cairmos nas mãos de fanáticos, professem eles a fé que professarem! Vade retro!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

: ) e por falar em desresponsabilização endémica e aviltante :) as causas matriciais da corrupção :)


Na minha modesta opinião, e parafraseando alguns autores portugueses prestigiados, mais do que causas de superfície que, vistas à lupa, poderão até tratar-se de consequências, têm de ser perscrutadas as profundas. Deste modo, as causas matriciais da corrupção serão :

(a) a tendência secular para a ausência do respeito pelo indivíduo considerado na sua unicidade e diversidade, com capacidade crítica activa, adstrita a um gregarismo que tudo dilui no todo, que a todos desresponsabiliza, quando a situação descamba.

(b) um profundo e, também, secular individualismo, no sentido pejorativo de egoísmo social quase animalesco, que canaliza cada actor social para o seu ego despótico, em vez de considerar o bem comum. Não há uma actualização de um salutar civismo (salvo raras excepções), este é confundido com o circunstancial respeito por princípios quando estes se coadunam com os interesses pessoais de cada um. Um princípio é, em princípio :), absoluto, não é moldável aos interesses circunstanciais.

Daqui à corrupção das bases ao topo é um passito que não de gigante. Todos os dias assistimos a desrespeitos pela ética mais básica por gente que a eleva a bandeira pública, nomeadamente, por quem brada aos sete céus por Abril (qual Abril? talvez o de 27 de Abril de 1928, que tanto denigrem e que nem se dão conta é a sua matriz operacional de base, em toda a sua pujança!) . Estes são os piores, na minha modesta perspectiva, vale mais um despótico assumido que um fingindo-se muito cívico e amante da liberdade.