Photo: Isabel Metello ©
Ao Combustoes, com profundas admiração e estima,
Hermann Hesse, Siddhartha: Um Poema Indiano, Cruz Quebrada, Casa das Letras, 2007, p.35.
Cap.: Gotama
"Govinda olhou com atenção para o monge de hábito amarelo, que em nada parecia distinguir-se de centenas de outros monges. E em breve também Govinda o reconheceu: era este. E seguiram-no e observaram-no. O Buda seguiu discretamente o seu caminho, mergulhado nos seus pensamentos, o seu rosto calmo não era alegre nem triste, parecia rir para si mesmo, baixinho. O Buda caminhava com um riso oculto, calmo, sereno, não muito diferente de uma criança saudável, vestia-se e colocava os seus pés como todos os seus monges, com passos seguros. Mas o seu rosto e o seu passo, o seu olhar calmo e absorto, a sua mão calma e pendente, e ainda cada um dos dedos da sua mão calma e pendente falavam da paz, falavam de perfeição, nada procurava, nada imitava, respirava delicadamente numa serenidade infinita, numa luz infinita, numa paz intocável."
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