Por falar em gratidão, dado que, hoje, andamos (quase) todos tão concentrados nos nossos próprios interesses e percursos vivenciais, e contactamos, com maior frequência do que a desejável, com indivíduos tão desprovidos de espiritualidade e de carácter, tendemos, tantas vezes, a olhar o mundo pelo binóculo da desconfiança, o que constitui uma grande injustiça para com todos aqueles resistentes que ainda elegem a sua consciência como guia! Perdemos, assim, oportunidades de ouro de encontrar autênticos diamantes no meio de inúmeros calhaus, só porque perdemos a capacidade para confiar, em suma, porque deixámos que a sujidade alheia maculasse a nossa inocência! Desconfiamos de tudo e de todos e nem nos apercebemos de que ainda há pessoas que gostam de fazer o Bem sem qualquer tipo de interesse próprio!
Penso que já o referi, mas vou fazê-lo de novo (le contexte l´oblige)- li, algures numa obra literária, uma frase que dizia, em traços largos, o seguinte: "prefiro confiar sempre do que andar sempre desconfiado; de facto, no primeiro caso, sofro só o momento da desilusão, no segundo, sofro constantemente". I. e., quem se fecha completamente aos outros, deles sempre desconfiando, por comportamentos condicionados pelo medo do que lhe aconteceu em momentos pretéritos, tem sérias possibilidades de não renovar nem o seu presente nem o seu futuro, perdendo a capacidade para acreditar, para sonhar, para evoluir como ser humano, desperdiçando momentos não de ouro, mas de platina, impedindo-se a si próprio de conhecer pessoas maravilhosas, perpetuando a mácula dos seus agressores!
Sem comentários:
Enviar um comentário