☼ All One Now ☼

By giving and sharing the best of ourselves we´ll all rise up ☼"Quando souberes o que É Éterno saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)


sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

International Association for Literary Journalism Studies ( IALJS ) : : Third International Conference for Literary Journalism Studies


Entre 15 e 17 de Maio de 2008, vai decorrer no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade Técnica de Lisboa, a Third International Conference for Literary Journalism Studies- Literary Journalism: Theory, Practice, Pedagogy (Terceira Conferência Internacional de Estudos de Jornalismo Literário- Jornalismo Literário: Teoria, Prática, Pedagogia)- promovida pela International Association for Literary Journalism Studies ( IALJS ).
Na newsletter da Primavera 2008, foi publicado um artigo da minha autoria intitulado: "A Postmodernist Perspective: Media Hyper-Real Subjective Dominant Micro-Narratives" ("Uma Perspectiva Pós-Moderna: Micro-Narrativas Mediáticas Hiper-Reais Subjectivas Dominantes".
Para fazer o download da newsletter, por favor aceda a http://www.davidabrahamson.com/WWW/IALJS/ e clique no CURRENT ISSUE. Mais informações estão acessíveis em http://www.ialjs.org/ .


Between May the 15th and the 17th 2008 The Third International Conference for Literary Journalism Studies- Literary Journalism: Theory, Practice, Pedagogy-will take place at Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade Técnica de Lisboa (TU Lisbon), promoted by the International Association for Literary Journalism Studies ( IALJS ).

An article written by me was published at the Spring 2008 newsletter- it is entitled: "A Postmodernist Perspective: Media Hyper-Real Subjective Dominant Micro-Narratives".
To download the newsletter, please go to http://www.davidabrahamson.com/WWW/IALJS/ and click on CURRENT ISSUE. More information is available at http://www.ialjs.org/ .

A simplicidade do saber : : True wisdom simplicity

Certo dia, dizia-me uma conhecida, cuja postura de vida não prima absolutamente pela simplicidade e elegância, sobre o Professor Marcelo Rebello de Sousa: "Ai, ele é tão simpático! Não sei como é que uma pessoa com tanto saber e poder pode ser tão simples". E eu respondi-lhe: "Claro que é- as pessoas com autêntico nível sócio-cultural primam, regra geral, pela simplicidade e pela simpatia e já os saudosos Pais do Professor Marcelo eram de uma simpatia e elegância tocantes!"
Claro que a criatura em questão deve ter pensado que eu lhe estava a querer "meter pelos olhos a dentro" uma mentira descarada, pois, no seu pequenino e provinciano mundo e modo de estar, poder é sinal de arrogância e de snobismo. Enfim, estilos de vida...
Bem, mas vem este episódio a propósito de sete notáveis que, dotados de um saber imenso em áreas científicas díspares e de um poder, também, invejável, me fizeram admirá-los, imediatamente, quando os conheci, por essa postura tão simples e elegante e por uma sabedoria marcante. São eles: o Professor Loren Cox, Director do Programa de desenvolvimento do MIT, que conheci num jantar de grupo do mesmo, em Londres; os Professores Pablo Herrera e José María Venegas, que conheci no III Congreso Nacional sobre Inmigración, Interculturalidad y Convivencia, promovida pelo Instituto de Estudios Ceutíes, Ciudad Autónoma de Ceuta, no qual apresentei um artigo; Sir Harold Kroto, o Prémio Nobel da Química 1996, que conheci numa conferência na Gulbenkian e que, amavelmente, me concedeu uma entrevista; os Professores Douglas Kellner e Mark Poster, que conheci na Engaging Baudrillard Conference em Swansea, na qual, também, apresentei um artigo; e o Professor Darius Mahdjoubi, que conheci, ontem, no Fórum Innovative Marketplace.

Três destes notáveis académicos contrariam em muito estereótipos redutores e simplistas que alguns europeus detêm dos norte-americanos- os EUA são quase um continente e há imensas culturas e sub-culturas que nada devem a imagens caricaturais que só empobrecem quem as detém e as difunde. Os estereótipos são, de facto, mecanismos adstritos a comportamentos xenófobos de quem se afasta de um salutar cosmopolitismo, necessário à evolução sócio-cultural de qualquer indivíduo, fundamentalmente, hoje, nesta sociedade global onde as trocas simbólicas são mais do que interculturais.

Por exemplo, na minha área de investigação- a das Ciências da Comunicação-, muitos dos teóricos de renome são norte-americanos.
It has been an honour to have met you, Sirs:

Professor Loren C. Cox Associate Director for MIT Program Development (Vide: http://web.mit.edu/ceepr/www/people/index.html)

Profesor José María Venegas


Professor Douglas Kellner
Photo: Isabel Metello ©


Professor Douglas Kellner and Professor Mark Poster among other keynote speakers at Enganing Baudrillard Conference

Photo: Isabel Metello ©


Sir Harold Kroto, Chemistry Nobel Prize 1996

Photo: Isabel Metello ©


Professor Darius Mahdjoubi

Photo: Isabel Metello ©


Short time ago, a person whom I superficially know, whose life posture isn´t at all shaped by simplicity and elegance, speaking about a known Portuguese University teacher- Marcelo Rebello de Sousa- said: "Uau, he´s so nice! I don´t understand how a person with such knowledge and power can be so simple and nice. And I said to her: "Of course he is- people with authentic socio-cultural background are, generally speaking, very simple and nice and Professor Marcelo´s parents had also this distinguishing features. Of course, the girl look at me like I was telling her a stupendous lie, because within her little and towny world, power is enunciated by arrogance and snobbery. Well, what can we do about it? Each one has his/her own living style and principles...

Well, but I´m telling you this episode, because of 5 remarkable persons I´ve known who, gifted by an immense wisdom and knowledge within several scientific matters and by a significant sociocultural power, made me admire them immediately for their elegant simplicity and amazing wisdom deeply impressed me. They are: Professor Lauren Cox Associate Director for MIT Program Development, Former Director of CEEPR (Centre For Energy and Environmental Policy Research), Former professional staff member Ways and Means Committee, U.S. House of Representatives, whom I knew at a group dinner in London; Professor Pablo Herrera and Professor José María Venegas, whom I knew at the 3rd National Immigration Congress in Ceuta; where I´ve presented a paper; Sir Harold Kroto, Chemistry Nobel Prize 1996, whom I knew at a conference at Gulbenkian Foundation in Portugal who kindly granted me an interview; Professor Douglas Kellner and Professor Mark Poster, whom I knew at Engaging Baudrillard Conference in Swansea where I´ve presented also a paper; and Professor Darius Mahdjoubi, whom I knew yesterday, at Innovative Marketplace Conference in Lisbon Congress Centre.

Three of these 7 remarkable scholars are true examples of persons who absolutely contradict the reductive and simplistic stereotypes some Europeans do have about American citizens- USA are almost a continent and there are many cultures and sub-cultures which do not match the reductive images which only impoverish those who have them in their little minds and who diffuse them as absolute and mythical truths. In fact, sterotypes are mechanisms which impel people to xenophobic behaviours of those who tend to be apart from an evolved cosmopolitan ideology and posture, specially within a global society where symbolic exchanges are far more than intercultural.

For example, in my academic area - Media and Communication Studies- many renowned theorists are from the USA.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Honra e carácter : : um binómio em desuso

Picture: unknown authorship

A noção de honra evoluiu com os tempos e esteve, desde sempre, semanticamente, associada a dois extremos quase opostos- a glória mundana e a evolução espiritual, no sentido de rectidão, dignidade vivencial, de respeito por si, pelos outros e pela palavra dada, enquanto reflexo da honestidade de carácter, enquanto virtude de ser-se e de viver-se com elevação.

Palavras mais gastas, dirão uns, que não fazem qualquer sentido nos dias de hoje, onde a celeridade das comunicações é paralela à mutação das opiniões, da palavra e do próprio ser, mais afoito à flexibilidade da coluna vertebral. Serão sinais dos tempos? Não creio, os meios mudam, a essência permanece e a do homem, enquanto espécie, sempre foi e será a mesma. Todavia, ainda há quem considere estes dois traços de personalidade como fundamentais à sua dignidade. Regozigemo-nos, pois sempre houve resistentes à redução do homem ao seu estádio mais básico: a animalidade.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Roda Pé : : Workshops de dança no CCB

Dance, deixe-se embalar pela música no CCB de 29 de Fevereiro a 2 de Março...

CCB ©

Repost : : Pensamento do dia : : Amizade e Lealdade

Picture : : unknown authorship

Hoje, a superficialidade que inunda e imunda as nossas vivências leva-nos tantas vezes a alardear o número de amizades que possuímos! Apesar de considerar as generalizações sempre perigosas, porque profundamente injustas para com as dignas excepções, corroboro integralmente a máxima de que quem tem muitos amigos não tem amigo algum. A Amizade com maiúscula e não minusculizada é tão preciosa que é rara. Não será tudo o que é valioso raro e não banal? A Amizade, o Amor Sublime, o Agapé, é, antes de mais, um sentimento elevado baseado na lealdade que não admite qualquer tipo de interesse ou troca de índole material ou mundana. E com material refiro-me a qualquer objectivo focalizado nos interesses do próprio. A matéria degrada, consporca, diminui, indignifica. Se aplicássemos esse critério às nossas relações de amizade quantas restariam? Não sei... Tanta gente a delirar com as redes de conhecimentos superficiais, com os speed datings, com as relações de uma noite, com as amizades descartáveis, com os amigos coloridos! Não os estou a querer julgar do ponto de vista moral, apenas considero que se estão a iludir de forma extremamente compulsiva e autodestrutiva, pois os tempos podem ser outros, ainda bem que o mundo evoluiu, mas nunca nenhum ser humano será alguma vez feliz por usar e ser usado, nunca nenhum ser humano poderá alguma vez evoluir pela vulgaridade. É como ir às compras ou enveredar pela vingança, esse objectivo tão degradante, para apagar o vazio- no momento, sente-se a euforia consumista ou da mesquinhez, mas, quando se chega a casa ou se cai em si, o vazio dá lugar a um buraco negro! E aquele que usa o outro não está a diminuir o objecto, já não sujeito, mas a si próprio. Paralelamente, qualquer ser humano que humilhe ou maltrate gratuitamente o outro não está de facto a denegrir o outro, mas a degradar-se a si próprio. Então, quando essa humilhação é levada a cabo em grupo, ainda pior, pois a cobardia atinge aí o seu grau mais elevado.
Picture : : unknown authorship
Mas esta questão leva-nos a outra essencial: dar a outra face metaforicamente, como Jesus nos ensinou, conceito que veio romper com o da tradicional retaliação, é um sinal de grande dignidade, todavia, todo e qualquer ser humano tem o direito à sua defesa e de estabelecer os limites inultrapassáveis pelos outros. Uma amiga minha está-me sempre a repetir: defende-te ou serás devorada! A palavra devorada sempre me fez lembrar monstros prontos a mastigar os outros por prazer, como se masca uma pastilha...E, de facto, quem maltrata ou humilha por prazer não pode receber outro epíteto! Mas, voltando à questão inicial: a autêntica Amizade e não a amizade significando conhecimento superficial e mundano. Qual a base desse sentimento sublime? A confiança, aquela maravilhosa sensação de nos pormos na mão de alguém que esperamos nunca a fechará, esmagando-nos. E quando o punho se fecha? Quando alguém trai a confiança que nele(a) depositámos com o coração aberto? Quando esse alguém deita tudo a perder por interesses materiais e egocêntricos e interesses obscuros? E quando lhe perdoamos muda e reiteradamente vezes sem fim, mas a criatura, nem suspeitando que está a ser perdoada, pela força obscura do seu ego megalómano, ainda julga que, pelo contrário, o outro é que um(a) pateta, um(a) ingénuo(a) que nem merece consideração, pois acredita em tudo o que se lhe diz e nem riposta quando pisado (a). Bem, à trigésima sexta vez, não há mais nada que dizer do que: au revoir, até nunca mais, vai procurar outro(a) manso(a)que te ature a petulância, se não percebeste o que é o perdão, ainda que mudo, então é porque já nada podemos aprender um(a) com o(a) outro(a)...A Amizade maiusculizada minora-se num ápice e tudo o que nos parecia não dourado, porque dourado só Deus, mas abrilhantado pela vitalidade da confiança, ganha uma mácula aviltante, revolta-nos o estômago. O que fazer nessas alturas em que um vazio terrível substitui um coração outrora pulsante de confiança? Bem, não querendo parecer um receituário e ainda que respeitando a premissa de que a cada organismo a sua cura, creio que apenas nos resta fazer como Siddhartha no início do seu percurso como personagem homónima da obra de Hermann Hesse: "esperar, jejuar (em sentido metafórico), pensar"...Esperar que a roda da vida se encarregue de pôr cada peça do puzzle no seu devido lugar (a Justiça Divina É Implacável); jejuar, não procurarmos substituir uma perda por um sucedâneo, dá sempre mau resultado e, em vez de uma desilusão, temos grandes probabilidades de ter logo duas seguidas e da mesma índole; pensar, extrair a faceta positiva de uma circunstância negativa, alcançando as ilações necessárias à nossa evolução pessoal, deixando que a razão prevaleça sobre emoções conturbadas. E, acima de tudo, não nos fecharmos ao mundo- por termos encontrado no nosso caminho um pedregulho que julgávamos uma pedra preciosa não quer dizer que não encontremos outras pedras preciosas em percursos ulteriores. São raras, mas que as há, há. Essa abertura de espírito é o que distingue a autêntica inocência da ingenuidade- inocente é quem, embora já se possa ter magoado muito com as vilezas mundanas, conseguiu manter uma certa candura que lhe permite vislumbrar os vindouros sem o espectro de quem o feriu no passado; ingénuo é meramente aquele que não tem experiência de vida, nem as defesas que daí advêm. Um inocente é, acima de tudo, um indivíduo responsável, uma vez que se engana porque, acima de tudo, defende e pratica a confiança no outro, embora tendo conscîência de que se poderá magoar nessa entrega; um ingénuo engana-se porque a sua pouca experiência de vida não lhe dá outra alternativa. Um inocente dirá: "prefiro ir sofrendo desilusões do que andar sempre desconfiado. No primeiro caso, apenas sofro no momento da desilusão, no segundo, sofro constantemente". Triste de quem pensa que traindo se eleva, de quem se depara com o diamante da Amizade e toma-o por um pedregulho e, alarvemente, o pontapeia! Triste daquele que deprecia a lealdade como um sentimento canino- e quantos é que chegam aos calcanhares dos nossos melhores amigos em termos desse sentimento sublime? Feliz de quem tem bons amigos, ainda que poucos. Muito raramente a quantidade está de facto associada à qualidade! Obrigada, meus Verdadeiros Amigos, o vosso carinho e lealdade fizeram de mim o ser humano que sou hoje. Aos outros que traíram a minha confiança- lamento, só me inspiram pena- desejo-vos o melhor, mas a léguas de mim! Que Deus vos Ilumine, que bem precisam! É tão triste viver no escuro, ainda para mais quando se tem como objectivo vivencial apagar a chama do coração alheio que, by the way, é inextinguível se se tratar de um autêntico inocente!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Aldeia dos Quadrúpedes : : da estupefacção à ternura

No último domingo, a RTP2 difundiu um documentário produzido pela BBC sobre a descoberta, em 2006, de 5 irmãos quadrúpedes, numa aldeia do Curdistão turco, o que provocou um certo frenesim na comunidade científica, que, logo, elegeu a família como case study, com o intuito de comprovar se aquela regressão evolutiva seria, puramente, fruto de uma disfunção genética ou teria, igualmente, alguma justificação cultural, dado que, enquanto que uns crêem estar-se perante uma oportunidade única de se conhecer a fundo um "elo perdido" na evolução dos primatas, os outros acreditam que se está, apenas, perante uma anomalia física e mental.
Image´s source: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=2632&op=all

De facto, os 5 irmãos, então, com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, padecem, igualmente, de um atraso mental profundo, provocada por uma ataxia do cerebelo, parte do encéfalo que é responsável pela coordenação locomotora do corpo. Outro dos prováveis factores que poderão ter catapultado esta disfunção é o facto de a mãe ter dado à luz 18 filhos, o que fez com que se criasse uma relação especial de mimesis evolutiva entre os que caminham sobre pés e mãos, à semelhança dos nossos antepassados.


Alheando-me da questão do interesse científico desta "descoberta" no conhecimento da evolução do homem, o que mais se me revelou tocante naquilo que presenciei estupefacta e comovida, depois de verificar que não se tratava de nenhum programa humorístico, foi a pureza daqueles 5 seres humanos cujo sonho vivencial é, simplesmente, poderem algum dia ser bípedes. Presenciei a sua euforia quando viram o mar pela primeira vez e puderam brincar como crianças na água que, ciclicamente, invadia a areia, acariciando-lhes os membros que lhes permitem locomover-se. Aquelas imagens tocaram-me pela sua crueza, mas também pela sua beleza, uma vez que, embora estivesse a assistir a um drama tão profundo, uma inusitada ternura por aqueles 5 seres tão puros invadiu o meu peito. Seres que me deram uma lição de vida que tentarei nunca mais esquecer! Apeteceu-me gritar: Obrigada, Senhor, pelos milagres e bênçãos que nos Concedes diariamente e que, na nossa pequena arrogância humana, tomamos como dados adquiridos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Solidariedade : : Ajude quem ajuda

AMI ©

Posto este apelo da AMI que recebi por email:

"Na sua declaração de IRS deste ano, pode ajudar a AMI sem gastar nada.
Lembre-se de escrever o número 502 744 910 no quadro 9 do anexo H do documento e de assinalar com X a opção “Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Colectivas de Utilidade Pública”. Vai estar a ajudar a AMI com 0,5% do seu imposto já liquidado.
Guarde esta informação junto dos seus documentos do IRS para assegurar que não se esquecerá.
Encaminhe esta mensagem para todos os seus amigos, pedindo-lhes que se lembrem de ajudar quem precisa.
Clique aqui para conhecer o filme da campanha.
Mais informações em http://www.fundacao-ami.org/.

Dê. Vai ver que não dói nada.
Fundação AMI – Assistência Médica InternacionalRua José do Patrocínio, 49 1949-008 Lisboa Tel. 218 362 100 Fax 218 362 199E-Mail: fundacao.ami@ami.org.pt Internet: http://www.fundacao-ami.org/ "

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

William Forsythe at the Lisbon CCB : : Impressing the Czar : : Astonishing performance!!!


CCB ©

E, hoje, William Forsythe e a companhia independente de ballet que dirige - Ballet Frankfurt- vão voltar aos palcos do CCB com o magnífico espectáculo Impressing the Czar. Não perca!

dpa ©

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Special People throughout the world

Photo: unknown authorship

"There´re so many special people in the world". Just follow the stars- you´ll find them, sometimes, right next to you. Don´t miss them ´cause they can be one of the few open doors to Friendship and Shining and Sparkling Light. Let God Open our eyes and Bright our paths with His Special Wisdom. Fiat Lux!

De novo, responsabilidade e livre arbítrio : : a força da consciência

"Cada ser humano, mesmo que sujeito a terríveis condições, é minimamente capaz de distinguir o bem do mal. Tem liberdade de opção, mesmo que limitada - ou seja, é responsável pelos seus actos e como tal tem de responder por eles. É essa liberdade que faz a nossa humanidade."

Esther Mucznik , Público, 3 de Março de 2006

Quando as aparências nos iludem : : Só a verdade nos faz evoluir : : Será?

Photo: unknown authorship

Em miúda, era frequente temer um dos momentos em que o verbo da minha Amizade (ponho em maiúscula, pois só tenho esse tipo de Amigos, os outros são apenas conhecidos) superava a voz da minha consciência- quando às minhas amigas lhes acontecia serem deixadas por aquele que julgavam "o homem das suas vidas" e logo o viam com outrem. Eu já sabia que o discurso que se seguia era: "ela é feia, não achas? Olha e não parece nada inteligente... E as roupas que usa? Bah, que horror, como é que ele me pôde deixar por um estafermo daqueles?" E eu lá encolhia os ombros e tentava nada verbalizar- na maioria das vezes, as moças em questão eram bonitinhas, nada lhes fazia adivinhar um atraso intelectual e o estilo era até engraçado. E eu anuia a medo, com a voz tímida de quem receava enunciar a verdade. Temia, porque não as queria magoar e, pela minha imaturidade, preferia debelar um mal a curto prazo do que garantir um bem-estar mais prolongado, sem o saber.

Mais tarde, com a repetição ininterrupta destas cenas, pensei: por que é que as mulheres portuguesas, quando traídas conjugalmente falando, culpam "a outra" e não os ex-companheiros? Porque, vejamos, se isso sucede, os principais responsáveis são os dois que estiveram juntos até então- talvez o traidor tenha uma culpa reforçada-, a outra pessoa surgiu mais tarde e, apesar de, idealmente, ter a obrigação moral de não interferir numa relação alheia, o facto é que, geralmente, não tem algum laço afectivo com a traída, quem o tem é quem trai, i.e, neste caso, o homem. Na minha opinião, isto é mais uma prova de que a sociedade portuguesa ainda se orienta por preconceitos profundamente machistas que desresponsabilizam o comportamento sexual masculino, que minimizam as mulheres, convertendo-as em concorrentes desarvoradas pelo mesmo objecto de afectos, que se auto-discriminam ao discriminarem as outras de forma tão leviana e vulgar.

Na próxima vez, com certeza que direi: o quê? Por favor, ela não é absolutamente como tu dizes (mesmo que o seja). Já tentaste perceber o que falhou entre vocês os dois e não responsabilizar outrem ou tentar denegri-la? Podes, pelo menos, culpá-lo a ele, pois foi ele que te traiu? Isso não te ajuda em nada, pelo contrário, demonstra uma insegurança terrível e, pensando que estás a elevar a tua auto-estima, não, estás simplesmente a enganá-la e a adiar uma reflexão necessária para fazeres o luto e partir para outra situação mais condigna. Ouve, avança com a tua vida e deixa lá a outra em paz que, se calhar, nem sabe que tu existes.
Bem, em teoria, seria assim, mas será que terei alguma vez coragem para o fazer, eu que defendo a verdade como princípio basilar na minha existência, mas que opto, quase sempre, pela força da Amizade que nutro por quem a merece? Será que alguma vez eu, também, me vislumbrarei com o mesmo discurso? É que isto de elaborar receitas para a vida alheia parece muito fácil, mas, quando nos toca a nós, tudo se complica. Bem, até agora, nunca culpabilizei alguém externo, mas quem pode garantir o que sucederá amanhã?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Ajude a reduzir a pobreza no mundo : : apoie a OIKOS a custo 0

Oikos ©

"Faça a diferença:

Aplique esse valor em acções reais de redução da pobreza extrema e de melhoria de condições de vida dignas, tais como: saúde, alimentação, água potável e educação.

Ao preencher os impressos para o IRS, no quadro 9 do anexo H, linha 901, com o Número de Identificação Colectiva da oikos (NIPC: 502 002 859) pode destinar 0,5% do valor final colectado do seu IRS para os projectos que desenvolvemos."


Kanimambo!!!

Oikos ©

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Responsabilidade social dos media : : Apelo da OIKOS

Oikos ©


Recebi por e-mail este apelo da OIKOS que passo a divulgar:

"Órgãos de Comunicação Social respondem ao apelo de emergência em Moçambique
Associando-se ao esforço da Oikos para apoiar 10 000 pessoas isoladas pelas cheias, sem alimento e água para sobreviver, diversos órgãos de comunicação social em Portugal respondem ao apelo de emergência em Moçambique.
Correio da Manhã, Diário de Notícias, Flash, Global Notícias, Jornal de Negócios, Mega FM, Rádio Renascença, RFM, Record e Sábado são os media que já deram o sim a esta causa, publicitando pro bono a campanha de sensibilização “Emergência Moçambique”. A Media Com é a empresa que está a desenvolver as parcerias com a imprensa, colaborando com a oikos de forma pronta e solidária.
O apoio dos Órgãos de Comunicação Social é fundamental para a mobilização de toda a sociedade portuguesa.
A solidariedade para com as populações mais vulneráveis é um acto de cidadania e o assumir da responsabilidade social.

Consulte o Relatório de Responsabilidade oikos 2006-2007, com validação externa pela SGS, em http://www.oikos.pt/ Marisa de Freitas David Dep. Comunicação +351 21 882 3630 http://www.oikos.pt/ http://www.pobrezazero.org/"

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Tudo na vida tem um preço : : Será?


Sophie Thouvenin ©
Um slogan de uma conhecida cadeia nacional de supermercados, cujo nome invoca a modelação, postula a seguinte máxima-"tudo na vida tem um preço"-, associando um optimismo eufórico ao "vil metal", "a prostituta universal", numa linguagem mais marxista. Será? Não creio- eu diria quase o contrário: o que na vida é essencial não tem preço pois se o tivesse negar-se-ia a si próprio: o Amor (incluo aqui todos os tipos de grande Amor, inclusive a Amizade como Amor Sublime); a Maternidade e a Paternidade; a Família; a Saúde (apesar de se poder invocar que há uma saúde para ricos e pobres o facto é que a Bênção de podermos dela usufruir não é alguma unidade de saúde que a confere em Primeira Instância); a Beleza de Alma; a Sorte (o mesmo raciocínio se aplica aqui); a Felicidade; a Vida; a Dignidade; a Liberdade,...
Enfim, perspectivas díspares da nossa efémera passagem por este mundo...Como dizia Inês Pedrosa, em mais uma das suas magníficas crónicas na revista Única do Expresso (cito de cor, como tal, posso não fazê-lo de forma exacta): "tanta maledicência, tanta maldade, tanta ambição, para, depois, tudo findar numa lápide com dois nomes".
Eu acrescentaria: tantos séculos e ainda na mesma dimensão infantil. Deus Deve Ter uma Paciência de Santo para aturar um ser que demora milénios a atingir a adolescência e outros tantos a alcançar a idade adulta, i.e., se não implodir o planeta primeiro! Louvado Seja o Senhor na Sua Bondade Infinita!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Justiça : : uma questão de princípios e não de interesses próprios

Como Mãe, hoje, sinto que os princípios sólidos que os meus Pais me transmitiram e que constituem a verdadeira e a mais valiosa herança que me deixarão enfrentam como obstáculo fulcral uma sociedade individualista, onde a autocentração, por vezes, quase patológica, e fonte de tantos males, norteia a vivência de milhares de seres humanos que julgam ser esse o caminho para o sucesso, que entronizam, simplista e ilusoriamente, como caução sine qua non de uma felicidade prêt-a-porter.
Claro que um dos factores da felicidade é o sucesso sócio-profissional, ninguém o põe em causa, mas como tudo na vida, a receita deste estado de graça, intemporalmente almejado pela humanidade, não requer só um ingrediente. E, ainda bem, pois permite-nos vislumbrar mais do que uma dimensão das nossas vidas e anseios multifacetados. A versatilidade dessse desdobramento em vários papéis diários e em projectos futuros distribuídos por várias áreas da nossa existência permite-nos uma criatividade vivencial de que não usufruiríamos se ainda estivéssemos convictos da unicidade e universalidade racionalista que, durante tantos séculos, norteou a autoconsciência humana.

Diké (Aestraea)

Todavia, foi essa análise racional universalista que conceptualizou princípios enquanto valores não tão maleáveis e corruptíveis como os particulares interesses próprios.

E vem toda esta conversa a propósito de uma singela questão que, no outro dia, a minha filha me colocou: "Mãe, o que é ser justo?". Perante tais perguntas infantis que nos põem um pouco siderados quanto à possibilidade de lhes darmos uma resposta precisa, objectiva, simples e explícita, com base no seu conhecimento empírico, mas também, com a consciência de que, se há algum aspecto que não escapa a estas mentes inocentes, mas muito mais abertas à inovação que nós, já modelados por décadas de experiências que nos toldaram, em maior ou menor grau, conforme as características de cada um, a visão do mundo que nos rodeia, são as regras.

Bem, e que é que eu respondi? Bem, com a ressalva de que lhe tentei explicitar o conceito com base numa linguagem mais simples em termos formais, disse-lhe que uma pessoa justa é aquela que respeita a liberdade, o bem-estar, o espaço simbólico e físico e a existência alheios como os seus e assume a responsabilidade das suas palavras, actos e omissões, assim como exige que os outros assumam a sua quando provocam danos a alguém pela mesma via. Ser justo, minha filha, é não tentarmos imputar aos outros a culpa que nós sabemos, em consciência, ser nossa; mas ser justo, minha filha, também, é defendermos um direito inalienável de qualquer ser humano: o da legítima defesa perante uma agressão, seja ela verbal ou física. É um direito constitucional estipulado com base em princípios universais. Em linguagem infantil (para os não crentes, que isto das infantilidades quanto às questões religiosas tem, também, o que se lhe diga): minha filha, Jesus Disse-nos para Darmos a outra face à bofetada do outro, porém, se a deres sempre, correrás o risco de fazer com que agressores natos continuem a pensar que podem impor a sua animalidade aos outros sempre que querem. Nós, como cristãos, nunca atacamos, mas temos o direito e o dever de nos defendermos. E lembrei-lhe uma frase que um padre meu amigo, certo dia, me repetiu, em jeito de conselho: "Minha querida, até Jesus disse: "Sede mansos como as pombas, mas prudentes como as serpentes". Sim, de facto, a máxima "Ama o Próximo como a ti mesmo" implica que exijamos de nós aquilo que exigimos aos outros, numa relação de bivalência.

Thémis (Iustitia)

A noção de justiça implica, assim, um distanciamento do sujeito de si próprio, i.e., dos seus interesses particulares e dos seus instintos mais básicos, um processo de descentração, uma grande capacidade de auto-ironia, que obstaculizem a actualização de um egocentrismo que funcione como venda que, neste contexto, não significa, de todo, isenção e imparcialidade, mas desresponsabilização. Ser-se justo não é culpar os outros dos erros que cada um de nós comete, ser-se justo é assumi-los, mas exigir que os outros os assumam, igualmente, não por retaliação, mas por princípio. Porque a actualização do conceito de legítima defesa não funciona só como uma medida de coacção, mas, essencialmente, de prevenção, i.e., como um acto pedagógico- mostrar os limites a alguém é lembrar-lhe que a sua liberdade acaba aonde a do outro começa, sejamos nós esse outro ou não, que uma má acção legitima uma reacção proporcional, embora de teor diferenciado (noblesse oblige), e que o respeito pelo próximo implica, antes de mais, o respeito por nós mesmos. Isto porque os indivíduos muito instintivos, que não filtram as suas pulsões mais básicas pelo coador da consciência, não raro, tendem a ser muito pavlovianos- só reagem a estímulos condicionados.

Por isso, aconselho: exija respeito e justiça de quem quer que se cruze consigo nesta viagem que é a vida, pois, ainda que muita gente se julgue intocável e deificada e que sobreponha sempre os seus interesses aos do próximo, recolhendo-se, com frequência, na auto-vitimização como reflexo da sua recorrente desresponsabilização, quando se defronta com justas reacções perante as suas más palavras ou acções, mais ou menos camufladas, o facto é que não o é. Só a legítima defesa o (a) fará reflectir, nem que seja só por uns breves segundos. Mais não seja, para a próxima, pensará que, afinal, a suposta intocabilidade que o ilusório reflexo do lago lhe devolve, com frequência, por força do despotismo do seu ego exacerbado, é um bluff e, certamente, que se tornará, pelo menos, mais prudente.
Deveras, pacifismo não é, de todo, um sinónimo de passividade, assim como assertividade não é de agressividade e humildade de subserviência, apesar de, hoje, se desvalorizar esta penúltima em prol de uma arrogância própria de quem confunde acumulação de conhecimentos com sabedoria. Sinais dos tempos e da intemporal prepotência da ignorância ou da falta de auto-estima, exteriorizadas em apócrifos complexos de superioridade, facilmente desconstruídos.


Apenas a partir do séc.XVI, Thémis passou a ser representada, ironicamente, com a venda, invenção atribuída a artistas alemães.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Voz do Poeta : : Amor é fogo que arde sem se ver

Unknown authorship

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem-querer;
é solitário andar por entre a gente;
é um não contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;

É um estar-se preso por vontade,
é servir a quem vence o vencedor,
é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode o seu favor,
nos mortais corações conformidade,
sendo a si tão contrário o mesmo Amor?

Luís de Camões, Sonetos

Dia de S. Valentim : : o Amor Consumido

Caitlin Dundon ©

A global americanização consuetudinária implantou em países latinos épocas festivas outrora não celebradas- o Halloween, o St. Valentine´s Day-, competindo em simbolismo com festas de origem pagã sócio-culturalmente enraizadas, sabiamente recicladas pelo credo dominante neste tipo de culturas- o catolicismo-, como o Carnaval ou o Santo António, em Portugal.
Enfim, uma miríade de festas associadas, hoje, a um consumo compulsivo que, não raras vezes, encaramos como redentor, mas que, na realidade, nos impele à superficialidade e descartabilidade relacional com objectos, pessoas e sentimentos. Bombardeados por estímulos exteriores que nos prometem o paraíso terreno, remetemos a profundidade dos sentimentos para a gaveta das recordações démodé. E assim, nasce uma nova criatura- a do zapping relacional, patologicamente egocêntrica, ávida do novo, adolescentemente enfadada com o já visto e desejado. Este novo ser, sempre em ebulição e inquietação consumista, verbaliza o Amor em tom de slogan publicitário, associando-o, bastas vezes, à objectivação do mais-que-tudo ocasional, temporário e, acima de tudo, descartável. "Abyssus abyssum invocat", i.e., "um abismo atrai outro abismo".
Valha-nos a outra face da moeda: uma sociedade mais aberta, mais livre, mais alegre, que permite a sujeitos detentores de uma estrutura individual sólida em princípios e sentimentos opções de vida mais autênticas, porque não adstritas à dependência, mas à emancipação e ao genuíno livre arbítrio e capacidade para Amar, para se dar ao outro, sem pressões castrantes, para apreciar este dom divino que é a vida, de forma descomplexada, liberta de preconceitos redutores e obrigações exteriormente impostas. Fiat Lux!

Santo António: “ O Amor é essencial, uma vez que, sem Amor, todos os nosso esforços são em vão, não importa o bem que alcancemos”.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Amor de Mãe : : Maria Poeiras : : Mãe Coragem


Visite o blog de Maria Poeiras: http://mariabiju.blogspot.com/



Perigo iminente : : não apanhe telemóveis desconhecidos do chão


(Clique na imagem)
Recebi este apelo por e-mail de uma amiga:


"NÃO APANHAR TELEMÓVEIS DESCONHECIDOS DO CHÃO Para quem vai a Espanha (e não só Espanha...).Passem. Muito importante!"

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Apoie esta causa: : ajude a família do sargento Luís Gomes a ficar com Esmeralda

Ajude a família do sargento Luís Gomes a ficar com Esmeralda. Pais são aqueles que amam, que cuidam, que respeitam a vida de uma criança e que se sacrificam pela sua felicidade. O sargento Luís Gomes e a sua esposa fizeram tudo isso por Esmeralda e esta menina merece ter uns pais como este casal, que a acolheu e lutou por ela com tanto Amor.

"Publicado em Blogosfera, Economia,
A propósito de justiça
Publicado por helenafmatos em 12 Fevereiro, 2008

Foi criada uma conta para ajudar a família do sargento Luís Gomes, no balcão do Montepio de Torres Novas com o NIB: 003600699910007345677.
São necessários 30 mil euros para a indemnização do pai biológico da criança e as custas com a justiça e advogados ascendem a 40 mil."
Por favor, ajude, é a vida de uma criança que está em jogo!

Nova edição do Monopólio : : Vote em Lisboa


http://www.infolisbon.org/

Recebi este e-mail de uma amiga. Leia, vale a pena e vote em Lisboa!
"O conhecido jogo do Monopólio está a lançar uma edição Mundial, e para o efeito tem no portal Internet
http://www.monopolyworldvote.com/ uma votação on line para eleger as grandes cidades do mundo. As 22 cidades mais votadas vão constar do tabuleiro desta nova edição mundial. Registem-se e votem por LISBOA! É simples, fácil e rápido. O registo demora cerca de 30 seg., já que só pede o vosso e-mail!!! E temos que incluir uma cidade portuguesa neste jogo que tenha feito a delícia da nossa infância! Não se esqueçam de enviar para os VOSSOS CONTACTOS (portugueses,claro!).Todos os dias podemos lá ir votar.Ponha todos os seus amigos a votar, já que Lisboa precisa de ficar dentro das primeiras 20 cidades para aparecer no tabuleiro e de momento está em 44º. Portugal Sempre!http://www.monopolyworldvote.com/en_US "

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Mais dança no CCB : : RODA PÉ

CCB ©

WORKSHOPS DE DANÇA no CCB: RODA PÉ

"A iniciativa CCB Roda Pé quer pôr tudo a mexer em Março, Abril e Maio. Venha experimentar o tango, a salsa, o hip-hop e as danças orientais e divirta-se com muito ritmo!
Prepare-se para um mês agitado! Em Março, o CCB vai ser invadido por ritmos quentes: nos primeiros dias, o charme e sensualidade do tango vão contagiar tudo e todos; e no fim do mês, a Salsa ajudará a esquecer o Inverno e a receber a Primavera durante um fim-de--semana muito divertido. Em Abril, a iniciativa CCB Roda Pé propõe um fim-de-semana agitado pelos ritmos do hip-hop, rap e break-dance com o professor Drive. Miúdos e graúdos poderão ainda aproveitar para aprender mais sobre a arte do grafitti. Já em Maio será o exotismo das danças orientais a invadir o CCB, pela mão da professora Célia Fernandes, para mais uns dias em cheio. Impossível vai ser ficar parado!"

Blog Arte e Criação : : Art and Creation blog


Art and Creation ©

No blog Arte e Criação ( http://www.art-and-creation.blogspot.com/ ) da Daniela encontrará lindas peças de bijutaria manufacturadas e personalizadas.

At Art and Creation Daniela´s blog ( http://www.art-and-creation.blogspot.com/ ) you will find beautiful handcraft personalized jewellery.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Dor : : Humilhação : : Bullying : : Sweeney Todd : : Colombine : : Carrie : : Vingança : : Carnaval de Rabelais

Carrie, primeiro romance de Stephen King, adaptado ao grande ecrã por Brian de Palma (1976)

Ainda a propósito da vingança e de Sweeney Todd, que é um tema que me interessa sobremaneira, dado que revela o fruto do lado mais instintivo humano, formalmente arquitectado por uma fria racionalidade.

Por vezes, há danos irreparáveis que certos seres mais ou menos desprovidos de consciência provocam nos outros, mais ou menos deliberadamente, isto é, mais ou menos calculadamente. A vítima, perante uma dor lancinante, por vezes, na solidão do desespero, congemina aquilo que encara como a sua redenção, a purificação da sua dor através do sacrifício do seu agressor, pelo dano que lhe infligirá, obedecendo à Lei de Talião: "Olho por olho, dente por dente", por vezes, hiperbolizada em "olho por corpo, dente por vida". Compraz-se nesse cenário futuro de retaliação (o vocábulo tem como étimo a lei supra-citada), como se de um ritual de ascese se tratasse, deixa que o mal provocado por outrem, num momento passado, se arraste por tempo indeterminado, maculando um presente e um futuro sempre adiados, até ter a oportunidade de pôr em prática o maquiavélico e sempre insano plano. Como dizia Mrs.Lovett, uma boa vingança requer tempo e paciência, enquanto ciência de quem, metódica e perfeccionisticamente (perdoem-me o neologismo), tece uma teia meticulosamente urdida. É a vez da mosca apanhar a aranha! É, mais uma vez, a lógica de um Carnaval utópico rabelaisiano, assumido como a inversão momentânea da hierarquização do poder natural ou social- a fragilidade que, por um dia, derruba o forte e se torna autoridade!

A lei prevê que o direito de legítima defesa deva ser proporcional à agressão sofrida, mas isto das vinganças, da complexidade da vida e dos males psicológicos é tudo relativo, assumindo-se as medições objectivas como sempre impraticáveis. Como é que se mede a dor e o medo de uma criança vítima de maus tratos reiterados pelos colegas? Assim, a emocionalidade funciona como um catalisador hiperbólico e, como o sofrimento causado pela acção ofensiva é relativo- depende da natureza, dos princípios de vida, da maturidade e do estado de espírito de quem a sofreu-, também, a reacção poderá ultrapassar em muito o teor da primeira.



Daí que Colombines, vinganças à Sweeney Todd e fenómenos similares nos pareçam, a nós, que racionalmente condenamos o horror de uma reacção tão desproporcionada, um acto tresloucado. É-o com certeza, mas e a acção ou acções que deram lugar a reacções tão terríficas, que revelam o lado mais negro da existência humana? Onde ficam as suas responsabilidades? Será que os seus autores extrairão algumas ilacções e lições do caos que a abertura de uma imprevisível Caixa de Pandora provocou?

Estas reflexões lembram-me, claramente, um filme que me marcou na adolescência: "Carrie" (1976), baseado no primeiro romance de Stephen King, com argumento de Lawrence D. Cohen, realização de Brian de Palma, com Sissy Spacket como main actress. Esta narrativa tem como protagonista Carrie White, uma menina pobre, triste e vítima de violência psicológica doméstica por parte da sua mãe, uma fanática religiosa, e por parte dos colegas da escola. Carrie, o símbolo da vítima de bullying, que usa os seus poderes paranormais para executar a sua vingança final, que mais não é do que a enunciação de um "basta" a quem a abusou, vilipendiou, lhe estropiou os sonhos e a inocência. Vale a pena rever este filme, a propósito de um fenómeno que se assume como uma das principais causas de suicídio nas faixas adolescentes e até infantis em vários países- o bullying, a violência psicológica e, tantas vezes, física, surda e continuadamente, exercida sobre crianças e jovens, pelos seus pares.
Carrie White, uma menina pura que confia até ao último momento em quem sempre a magoou contundentemente e que não suporta mais ser agredida por seres desprovidos de alguma compaixão, passando o white da sua inocência ao red da sua vingança. Terá sido esta uma reacção desproporcionada? Não sei, Stephen King, o autor do romance, o saberá, mas algo se poderá extrair destas histórias dramáticas ficcionais ou reais- o resultado final depende, regra geral, de uma súmula de más acções de que todos os intervenientes se deveriam responsabilizar.

Mas, comparando o leitmotiv da vingança contextualizado em Sweeney Todd e Carrie e, tendo em conta a forma como os protagonistas nos são apresentados, como dois seres de boa índole cujo lado negro é despoletado pela extrema maldade alheia, pode-se concluir que o mal é de facto, um corruptor, pois até subverte almas puras. Todavia, creio que uma alma equilibrada, direccionada para o Bem, mesmo que seja vilipendiada até ao final da sua resistência humana, nunca converterá o mal recebido como vítima em mal a infligir ao(s) seu(s) agresso(es). É minha convicção que, enquanto o sofrimento provoca em seres com uma essência não muito cândida, para usar um eufemismo, um rancor e uma frustração surdos, descarregados, continuada e veementemente, em forma de fel sobre os outros; em seres espiritualmente elevados, o sofrimento é catalisador de evolução, que pressupõe paz interior e empatia com o universo. Será que estas minhas convicções dicotómicas e até simplistas poderão adaptar-se à realidade? Duvido...Esta é tão complexa!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Sweeny Todd : : The Demon Barber of Fleet Street : : o intertexto com António Vieira, Robin Hood e o Carnaval de Rabelais


Sweeney Todd : The Demon Barber of Fleet Street


Ontem, deslumbrei-me ao visionar a adaptação cinematográfica da obra de Hugh Wheeler- Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street (Sweeney Todd : o Terrível Barbeiro de Fleet Street). Tim Burton, o realizador, elegeu como protagonista de um elenco de luxo, pelas excelentes representações, Johnny Depp, o seu actor fetiche, o inesquecível Eduardo Mãos de Tesoura, que encarna o papel do malogrado e injustiçado Benjamim Parker que, fugido do degredo forçado, com a ajuda de Anthony Hope (Jamie Campbell Bower), regressa à Londres sombria do séc. XIX, sob o falso nome de Sweeney Todd, obcecado pela ideia de vingança, face a uma pretérita vida familiar dilacerada por outrem- pelo maléfico e pervertido juiz Turpin, interpretado por Alain Rickman. Helen Boham Carter, a actual companheira de Tim Burton, interpreta a dúbia e egocentricamente apaixonada Mrs Lovett, o cérebro da fábrica das tétricas empadas cujo princípio activo é, nada mais nada menos, que carne humana fidalga. Sasha Baron Cohen interpreta o pretérito aprendiz de barbearia de Benjamim Parker, convertido em famoso e petulante barbeiro, de seu nome Signor Adolfo Pirelli, e em violento agressor do seu pequeno ajudante, depois de 15 anos passados. A Jayne Wisener cabe o papel da mártir filha de Benjamim- Johanna-, uma frágil e bela adolescente encerrada pelo vilão‑mor numa gaiola de ouro, o pólo do Amor de dois homens, o seu amado e o seu pai, que optam por caminhos opostos para a salvar das garras do pútrido juiz. E last, but not least, Beadle Bamford, o cruel e algo efeminado carrasco a soldo e a mando do torpe magistrado, interpretado pelo sempre magnífico, apesar de horrífico, Timothy Spall.


O fantástico argumento, da autoria de Stephen Sondheim e John Logan, conta-nos a história de uma figura-tipo- um homem cuja sede de vingança o impede de vislumbrar o Amor, acabando por matar a sua amada e quase a sua adorada filha, na sangria desenfreada a que a dor de um negro passado sempre presente o impele. "Nunca esquecer, nunca perdoar"- esse é o seu lema, repetindo a si próprio uma lenga-lenga ritualizada que conta, em traços largos, como a Londres novecentista esconde os maiores vermes que se deleitam nas sarjetas infectas- os tiranos que se encontram no topo da pirâmide social, que se alimentam da tragédia daqueles a quem o poder nem a sorte favoreceu. Lenga-lenga que se assume como um manifesto quase marxista contra a omnipotência de poderes (passo o pleonasmo) despóticos de mentes maléficas que desgraçam a vida alheia por meros apetites ocasionais, como é o caso do juiz Turpin, auxiliado pelo seu carrasco de serviço, a tradicional figura da mão assassina popular que nega as suas próprias raízes, vingando-se e depositando, barbaramente, os seus vis instintos nos seus pares, a coberto das ordens do seu senhor e dono. Todavia, o destino ainda confere uma esperança a Benjamim Parker, uma possibilidade de redenção desse sentimento autodestrutivo, pelo contacto com a pureza de alma de Anthony Hope (António Esperança), um inocente cujos Amor Sublime, visão ainda não consporcada pelo ódio e genuína generosidade acabam por salvar Sweeney Todd do perpétuo degredo e Johanna do seu calvário, ainda que esta seja quase aniquilada, também, pelo pai. No entanto, o amor egoísta de Mrs Lovett funciona como adjuvante da fatídica negra missão do herói maldito e oponente face à sua possível redenção pacificadora. A sintonia entre estes dois sentimentos negativos- a vingança e um amor autocentrado- contribuem para a criação de uma empresa do Mal, denunciada pela voz da loucura lúcida- a da própria mulher de Benjamim Parker, por ele julgada morta, que, 15 anos antes, depois de violada, vilipendiada e afastada da filha pela cupidez lúbrica do juiz, se refugia na mendicidade e nos meandros da insanidade, aguçando, no entanto, a sagacidade da demência. De facto, respeitando a moral de mitos ancestrais, a verdade é enunciada pela voz dos loucos, enquanto a maior das loucuras é revelada como provindo das mãos da racionalidade fria despoletada pelo desejo de vingança. Nesta tétrica narrativa, a vingança serve-se, de facto, fria, gelada, mas engole-se a ferver, derramada com o próprio sangue que jorra em catadupa das jugulares outrora pulsantes, arrasando toda e qualquer réstia de esperança de redenção. Aquilo que, no início do filme, é enunciado como um acto de salvação pelo próprio malogrado Benjamim Parker, transforma-se na sua inexorável perdição, enquanto Sweeney Todd, o justiceiro negro.

O filme é, com efeito, uma grande metáfora da perdição adstrita à obsessão pela vingança enquanto projecto vivencial, que acaba por ter como principal vítima o seu mentor. Quando o sofrimento atroz de um passado se sobrepõe a uma esperança de um presente sempre futuro, surdo a caminhos alternativos enunciados por potenciais protagonistas que, enganosamente, são tomados por figurantes, o destino confere ao sujeito o que este lhe pede: a irremediável perdição eterna.

Muito interessante, também, a alusão a um canibalismo pleno de justiça popular à Robin Hood ou mesmo, intertextualmente, ligado ao Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira, que versa sobre "os peixes grandes que comem, engolem, devoram os pequenos". Lemas justiceiros e alegorias moralizantes que seriam, aqui, actualizados como "matar os ricos para os dar de comer aos pobres", numa inversão literal da cadeia alimentar adstrita aos poderes mundanos- os peixes miúdos, sem o saber, deleitam-se a comer os graúdos, agora, transformados em recheio das nutritivas empadas de Mrs Lovett, depois de chacinados pelas aguçadas navalhas de prata de Todd.
Um leitmotiv muito a propósito numa época carnavalesca, que permite aos mais pequenos um mundo, temporariamente, às avessas, talvez, para refrear recalcamentos, frustrações e tensões, acumulados na sua condição de eternos dominados, durante o tempo restante. Uma ideia muito próxima da expressada por Rabelais a propósito do carácter utópico do carnaval renascentista, dado que experienciamos uma época festiva que permite a inversão dos papéis sociais, dando a possibilidade ao bobo de desempenhar, ficcionalmente, o papel de senhor e ao senhor de interpretar o de bobo, a bem da higiene do globo e da manutenção dos intemporais privilégios!
Um filme a não perder e a, mais tarde, rever!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Da banalidade : : A origem das espécies malignas : : A redução egocêntrica do Mundo

Eu diria mais: a cegueira da autocensura
(fonte da imagem: por identificar)


A banalidade assusta-me, assim como o simplismo das máximas que entronizam o senso comum como fonte legitimada da ausência de uma capacidade individual verdadeiramente crítica. E quando digo assusta-me não me refiro a qualquer tipo de medo pessoal, pois os seres muito afoitos à banalidade são tão previsíveis e vácuos que tudo o que dizem ou fazem parece fazer parte de um plot que nós já conhecemos ou antevemos com a facilidade de quem descobre o criminoso numa série de ficção policial B. Para além do mais, regra geral, o ser humano teme essencialmente o desconhecido.


E é este medo de um caos verdadeiramente criativo, que lhes é totalmente alheio, pelos espartilhos mentais que toldam a sua visão e os seus parcos horizontes, que leva estes indivíduos, defensores de pequenos cosmos arrumados e protegidos por lugares-comuns redutores, a agruparem-nos arquivística e estereotipadamente em verdades feitas.


"Um preto de cabeleira loira ou um branco de carapinha não é natural (...)". Este slogan de um produto capilar que faz parte das minhas memórias infantis resume caricaturalmente os ditos simplistas deste género de criaturas que, ansiosas, pela fobia do que não conseguem catalogar, pretendem a todo o custo que o verbo modele a realidade. Para si, a sua própria palavra tem um efeito mágico, cria o real e tudo o que escape ao poder inicático da sua capacidade verbal banal, normalmente, entronizado como a expressão sacralizada do seu ego desmedido, não existe. Então, lá vêm os silogismos dicotómicos: se A é C e B é D, então A nunca poderá ser D. E lá se reconfortam com esta catalogação simplista do que os rodeia, com um sorriso imaturo de quem quer moldar o mundo com os próprios olhos toldados pelas palas da banalidade.


Acontece que, felizmente, a realidade é tão complexa, é fruto de tantas tensões criativas, que estes mundozinhos menores ficam confinados aos membros dos clubes dos fãs do Banal!


E já dizia o outro: a banalidade é uma das primaciais fontes do Mal, pois, enquanto leviana, não consegue compreender a complexidade e a profundidade daquilo que a rodeia; não compreendendo, não cria empatias com realidades que desconhece, só as estabelecendo com os lugares comuns que confortam os seus estereótipos e o seu cosmos infantilmente organizado. E, como afirmava o oficial judeu da película A Lista de Shchindler de Steven Spielberg, depois de entrevistar todos os monstros nazis capturados pelos Aliados, que tinham congeminado e levado a cabo o Holocausto, a essência do Mal reside na falta de empatia para com tudo aquilo que não se assemelha com a banal fonte de simplismos ego e etnocêntricos.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Repost: da arrogância

"A Grotesque Old Woman, (circa 1525-30)
Quinten Massys, 1465 - 1530, The National Gallery, London" ©


O episódio caricato que envolveu Sua Majestade o Rei de Espanha e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez-me lembrar uma conversa que tive há bem pouco tempo com um grande amigo meu, uma das pessoas mais puras e educadas que conheço. Dizia ele que, hoje, a arrogância e, tantas vezes, a má educação, constituem o paradigma dominante. Dei-lhe toda a razão. Hoje, numa sociedade onde até na publicidade se faz a apologia do “quero, posso e mando”, a petulância, a arrogância e a má educação são elogiadas por sujeitos que veneram, claramente, um darwinismo social amoral, e, tantas vezes, imoral, características, frequentemente, confundidas com personalidade, com liberdade, com espírito revolucionário. Acontece que o conceito de liberdade se encontra adstrito, fundamentalmente, ao de responsabilidade e de respeito pelo(s) interlocutor(es), caracterizando-se uma personalidade forte por traços como carácter, coragem e dignidade, qualidades fundamentais também num autêntico revolucionário, nada devendo, portanto, à má educação, nem à arrogância ou petulância. Daí que não me espantasse verificar que muitas pessoas, ao assistirem à contenda entre os dois representantes destas duas nações hispânicas, criticassem veementemente a resposta do rei, depois de, repetidamente, Chávez, estando numa cimeira ibero-americana, que exigiria, em princípio, um trato civilizado entre os vários participantes, ter verbalizado uma série de ofensas ao ex-PM espanhol, Aznar, não permitindo sequer que Zapatero actualizasse o seu direito de expressar, condignamente, a sua indignação perante os qualificativos menos dignos que saíam repetidamente da boca do venezuelano. Latino-americano que, outrora, sonhou ser um boxeur nos EUA, talvez por isso conceba o espaço público como um ring de boxe. Freud explicaria muito bem esta sua propensão para a violência. Não sei se será pelo facto de ter visto esse sonho frustrado ou pela sua anacrónica ideologia, verdadeira obsessão por Fidel Castro e tendências claramente despóticas acirradas por uma boçalidade insultuosa, que Chávez elege como hobby fulcral a ofensa gratuita e pública a chefes de estado que odeia visceralmente, nomeadamente George W. Bush, a quem apelida de Mr Danger. No outro dia, estando eu a assistir ao espaço noticioso de prime time da SIC, deparei-me com uma montagem cómica, se não anunciasse algo de trágico, onde aparecia o ex-candidato a boxeur no El Dorado norte‑americano, a actualizar, por diversas vezes, esse seu passatempo favorito. Dizia a criatura: “Mr Danger jo [a personagem troca o y grego que, no caso deste pronome pessoal anglófono, se lê i, pela palatal sonora castelhana j] are a donkey!” Acrescentando na língua hispânica, uma vez que não sabe dizer mais alguma frase em Inglês: “Mr Danger, tu eres un burro, eres un alcohólico, eres um borracho!” Que palavras edificantes para um representante de uma nação, que educação, que graciosidade, que personalidade, que sentido de liberdade e de responsabilidade de estado tem esta personagem que se dirige a uma cimeira para provocar outrem, ofendendo, sem admitir resposta e ainda exigindo desculpas dos ofendidos. Que espírito democrático enuncia esta gaffe em forma de gente ao permitir que uma deputada da sua cor política esbofeteie, em plena transmissão televisiva e em directo, um jornalista até lhe partir os óculos, com total impunidade! Mas, que estou eu a dizer? Afinal não é, como dizia o meu grande amigo, esta a lógica primacial contemporânea- alguém agredir arrogante, directa ou sub-repticiamente quem não gosta, quem não comunga dos seus ideais, quem não partilha das suas convicções, e quem se opõe aos seus interesses, quase sempre muito particulares? E, depois da agressão, julgando-se o agressor com um poder desmedido e o centro do universo, não é comum, hoje, a criatura exigir um pedido de desculpas da parte de quem provocou até à exaustão? De quem recebeu uma resposta não proporcional à violência do seu discurso? E não é comum ainda ter o desplante de tentar distorcer os factos, vitimizando-se e cativar as simpatias de pessoas com uma memória tão curta? É que é preciso descaramento-a criatura ofende alguém em público repetida e exultantemente, recebe como resposta um pedido em tom civilizado para não continuar naquele seu registo ofensivo, continua desbravida e petulantemente em tom agressivo, até que é confrontado com quem não tem estatuto social para aturar conversas de soleira de porta de porteira, transportadas para uma cimeira de chefes de estado, reunião que deveria respeitar as leis da civilidade mínimas. Mas, claro, para certas mentes, quem teve a culpa foi o Rei, ele é que se excedeu. Excedeu-se como? Só o mandou calar e, claro, os espanhóis não utilizam os formalismos a que nós portugueses estamos acostumados. Não estava a ver qualquer nuestro hermano a dizer: " V. Exa, queira desculpar-me, poderia calar-se, por favor?"! Ou teria Sua Majestade que o ouvir, repetida e exaustivamente, ofender o povo espanhol, personificado num seu ex-governante, e bater-lhe palmas no final? É essa a imagem de dignidade institucional que hoje se detém? Haja decência e paciência! Mas, claro, com isto não quero dizer que os representantes portugueses tivessem de se solidarizar com os espanhóis- se fosse ao contrário, não vejo que nuestros hermanos pusessem em causa os seus interesses para defender a nossa honra! Se estivessem em causa princípios e não interesses isso já seria outra história! Paralelamente, este episódio lembra-me um post que aqui publiquei sobre a inveja. Dizia eu que, no espaço público luso, os actores sociais revelaram, intemporalmente, a tendência para misturar, indiscriminadamente, as questões pessoais com a posição pública perante fulano ou beltrano e as suas ideias- se A odeia, inveja ou tem qualquer implicação instintiva com B e vice-versa, então A certamente que denegrirá em público B e vice-versa, não baseado em dados objectivos, mas na irracionalidade do ódio e de outros sentimentos menores, mesmo que até concorde em princípio com a sua argumentação. Por vezes, e o que é mais ridículo, as pessoas nem se conhecem verdadeiramente, recorrendo, apenas a estereótipos, ideias feitas e à vulgaridade e cobardia do “diz que disse” no processo de reconhecimento do(s) interlocutor(es), tentando tudo para os denegrir ou afrontar, memo que de formas subliminares. Resultado: apreciam-se, desleal e malevolamente, ideias racionais alheias, travando-se diálogos com base na irracionalidade do ódio e de outros sentimentos mais ligados ao instinto que à consciência, apreciação que deveria ser isenta e estar alheia a likes and dislikes particulares. Daí que, não raro, a praça pública se transforme num campo de ataques e batalhas pessoais. E, depois, para além dos protagonistas, há sempre a acrescentar os correligionários cegos de uma e de outra facção que se digladiam, também, muitas vezes, sem ter mais argumentos do que o “eu sou muito amigo de A, logo sou inimigo visceral de B e concordo plenamente com A” ou “os meus interesses próprios obrigam-me a defender a posição de A, logo ataco ferozmente B e faço disso uma causa de vida, até que os meus interesses mudem". Mas, claro, também há aquelas criaturas que vão por modas: é in e/ou seguro atacar A, pois, atacando A, está-se automática e implicitamente a defender a facção de B (…) Isto é, estas tomadas de posição nada têm a ver com questões racionalmente escrutinadas, uma vez que tomam como ponto de partida emoções e relações pessoais, interesses próprios, maniqueísmos redutores e banalidades mundanas e não princípios que, como se sabe, não são tão flexíveis. Conclusão: a primazia da má educação, da arrogância, da petulância e de ódios particulares, sem qualquer discernimento racional, transformam a esfera pública num ringue de uma luta de egos, em vez desta se afirmar como um espaço primordial de debate que, para se afirmar como produtivo, deveria, em teoria, pautar-se pela liberdade e abertura e não fechar-se nestas atitudes instintivas, quase primitivas! Mas, mais uma vez, a prática contraria a teoria! Que tristeza, que pobreza, não franciscana, mas de espírito, que falta de princípios básicos de civilidade e que cobardia degenerar diálogos em lutas de comadres!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Oikos apela : : Ajude as vítimas das cheias em Moçambique

Apelo da Oikos:
"Campanha de solidariedade para famílias de Moçambique

As vias de acesso em Morrumbala estão completamente inundadas, aumentando as contrariedades na evacuação das famílias afectadas e o isolamento das mesmas. É necessário recorrer a meios aéreos para socorrer e distribuir ajuda, o que dificulta e encarece a assistência.A oikos, em total colaboração com as autoridades locais e com os militares moçambicanos, está a auxiliar no resgate das pessoas e na localização das aldeias afectadas e isoladas pela água. Já estamos a distribuir alimentos, a construir poços de água em zonas de reassentamento e, brevemente, a instalar tendas e a distribuir kits de bens essenciais.As inundações estão a agravar a vulnerabilidade destas comunidades que vivem, na maior parte, abaixo do limiar de pobreza (menos de um dólar por dia). São dependentes de agricultura de subsistência e regularmente afectados por inundações que agravam a sua precaridade. Para além disso, a região afectada do vale do Zambeze é caracterizada por uma elevada prevalência de HIV (19% da população), aumentando as suas necessidades de apoio.As prioridades são de alimentação, abrigo, água e estruturas de saneamento básico. As famílias perderam o seu gado e alimentos, não existem estruturas suficientes para acolher as famílias deslocadas nem acesso a bens essenciais não alimentares. É ainda necessário garantir o acesso a água potável e estruturas de saneamento básico através da construção de poços de água e latrinas, em particular nas zonas de reassentamento onde existe uma elevada concentração de pessoas, sob o risco de surgimento de surtos epidémicos.


Responda ao apelo de emergência e ajude as famílias de Moçambique


Nome de conta: OIKOS - Emergência MoçambiqueNúmero de conta: 0355/029529/630NIB: 0035 035500029 529630 85Banco: CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS


Actualmente, em Moçambique, a Oikos já beneficia 11.676 famílias, correspondendo a 49.039 pessoas.Os recursos médios necessários para a redução da vulnerabilidade de uma Família oikos durante um ano são de 93€.A transparência é um dos nossos valores.


Consulte o Relatório de Responsabilidade oikos 2006-2007, com validação externa pela SGS, em http://www.oikos.pt/--Marisa de Freitas DavidDep. Comunicação+351 21 882 3630http://www.oikos.pt/http://www.pobrezazero.org/"