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(Tau-te-King, 16)


sábado, 26 de janeiro de 2008

Da nova lei anti-tabágica: considerações de uma ex-fumadora II


Continuando a saga do almoço de hoje, depois de sairmos do restaurante, continuei a tentar convencer as minhas amigas a deixarem de fumar, utilizando todos os argumentos de que me lembrava (posição que tomo sempre que nos encontramos). Eu sou uma defensora acérrima da nova lei, posso mesmo dizer que sou uma fundamentalista anti-tabágica e gostaria de pedir desculpas a todas as pessoas que incomodei com o meu fumo durante treze anos, até há, sensivelmente, uma década. Acreditem-me- desde essa circunstância bendita, que eu sei o que é suportar calada e agoniada o vício dos outros, sabendo que esse mesmo vício me está a ser imposto de forma parasitária! Não querendo cair no erro da petulância, considero o argumento a favor deste tipo de leis tão lógico, que não compreendo como é que pode haver tanta celeuma! Uma pessoa fuma, tem um vício, sabe que está a prejudicar a sua saúde, mas continua, porque retira prazer do acto, na ilusão de que o mal só acontece aos outros, mas isso é lá com o seu livre arbítrio de indivíduo autónomo; todavia, não tem nem um milímetro de direito de prejudicar alguém com a sua opção, i.e, o seu vício tem de ser vivido individualmente e toda e qualquer imposição, mais ou menos explícita, desse seu tiro no pé a outrem é ilegítima e um verdadeiro atentado aos direitos alheios, ainda para mais quando questões tão graves como a da saúde estão em causa. E com o qualificativo ilegítima refiro-me tanto à dimensão legal como à moral (não quero aqui aplicar a palavra imoral, pois já sofreu uma evolução semântica para determinados significados idiossincráticos que não se coadunam ao actual contexto).
E que argumento fortemente pragmático posso eu apresentar aos actuais fumadores para abandonarem o vício? Bem, o cancro dos pulmões, da garganta ou da boca do próprio já não resulta, o envelhecimento precoce também não, o cancro nos pulmões dos fumadores passivos, mesmo o das pessoas que amam, muito menos,... bem, vou optar por um mais pragmático. Aqui vai: aquilo que começou pela publicação de uma lei totalmente justa e adaptada às ânsias de uma considerável fatia da população, que se iniciou como um acto formal com efeitos práticos, vai-se transformar, rapidamente, numa norma sociocultural de exclusão que influenciará em muito a dimensão laboral. Passo a explicar: mesmo que a entidade patronal tenha de aplicar a lei por pressão exterior, mesmo que o patrão fume e não concorde de todo com esta lei, o facto é que um trabalhador que se levante a cada 20 minutos para fumar, retirando-se do seu local de trabalho, e que, de cada vez que o fizer, se ausente por 10 minutos, num dia de trabalho normal das 9h às 17h, contribuirá para uma deflação de 2 h 20m do seu índice de produtividade (raciocínio: 2 x cada 60 minutos = 20 minutos perdidos em cada hora; 20 x 4 (período matinal)= 80 + 20 x 3 (período vespertino) = 60 + 80= 140 minutos = 2 h 20m).
E olhe que isto não é um pensamento maquiavélico e maldoso, bem pelo contrário, como julgo isto inevitável creio que agora existem todas as razões do mundo para deixar de fumar! Desejo-lhe toda a sorte e coragem do mundo para pôr em prática essa decisão sempre adiada e, se for crente ou acreditar na extraordinária força que a nossa mente detém , tente fazer uma promessa, repita ao espelho, todos os dias, o quanto o tabaco lhe faz mal, visione a deterioração do seu organismo sempre que pegar num cigarro, pense no seu envelhecimento precoce numa era que privilegia a juventude como máxima primordial, vai ver como o poder da mente o conduzirá a uma rejeição orgânica do tabaco.

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