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(Tau-te-King, 16)


sábado, 26 de janeiro de 2008

Da nova lei anti-tabágica: considerações de uma ex-fumadora I

"Secção transversal de um pulmão humano. A área branca no lobo superior é o câncer; as áreas pretas indicam que o paciente era um fumante." Fonte da imagem: wikipédia


Hoje, fui almoçar com duas amigas de infância, para dizer a verdade, duas das pessoas que mais admiro- são do signo Leão e, desde pequenita, encarei-as como um modelo de vida a seguir, dado que sempre preferiram "quebrar que torcer". Bem, o facto é que são fumadoras e, hoje, o assunto não poderia deixar de ser a nova lei anti-tabágica, uma vez que estavam as duas nervosíssimas para se levantarem da mesa e irem fumar o seu cigarrito e o meu hábito de beber o chá quase à gota estava a pô-las à beira de um verdadeiro ataque de nervos . Bem, não era só o chá, era mais uma vez a minha campanha anti-tabágica- quando vejo alguém a fazer mal a si mesmo fico muito angustiada, o que é reforçado se a pessoa em questão for uma das que, sempre, estarão no meu coração!
Eu sou uma ex-fumadora, já não fumo há quase uma década- deixei de fumar alguns meses antes de engravidar! E, dizem, geralmente as pessoas, quando lhes conto esta peripécia: "grande coragem, hein? como é que conseguiste?" E eu lá adianto sinceramente: "não foi coragem, tive a sorte de o meu organismo começar a rejeitar o tabaco." "O quê?", perguntam-me, não raro, como se eu tivesse entrado por instantes na twilight zone. "E como é que esse milagre aconteceu?" Bem, primeiro tenho de esclarecer que fumava perto de 10 cigarros por dia, não era portanto uma fumadora compulsiva! Todavia, tinha já tentado, por diversas vezes, deixar de fumar, mas ao 3º dia, pumba, lá voltava eu a queimar os pulmões! Até que um dia fiz uma promessa à Nossa Senhora e não a cumpri durante bastante tempo- voltava, invariavelmente, a pegar no cigarro, sempre com a desculpa que era só aquele, que passaria só a fumar socialmente e patati, patátá, patátá, patati, (as mentiras que, por vezes, pregamos a nós próprios são de bradar aos céus!). Acontece que, como sou crente e gosto de cumprir o que prometo, quer a humanos quer a Seres Divinos, comecei a sentir-me bastante mal comigo mesma...Sentia-me desleal, que estava a trair a palavra dada a um dos Meus Protectores Celestes e lembrava-me, sempre, de um dos primordiais testemunhos que os meus Pais me legaram como herança simbólica, mais por actos do que pelo verbo- o de que a nossa palavra é o espelho da nossa honra (é verdade, ainda acredito na noção de honra, como dimensão salvaguardada pelo respeito por princípios que se me revelam como sagrados! Enfim, manias!).
Bem, ia eu a contar que, apesar da promessa, caía sempre na armadilha da tentação desse objecto inflamável e potencialmente cancerígeno....Todavia, um dia, quando levei o cigarro à boca, senti um enjoo terrível, não liguei, mas aquela sensação prolongou-se sempre que repetia o gesto. Moral da história: deixei de fumar, não por qualquer tipo de coragem, mas porque o meu subconsciente me fez o favor de associar o acto de fumar ao de não cumprir a palavra dada!
Ah, but last but not least, tenho, igualmente, de acrescentar: o facto de o meu companheiro de vida, desde há 16 anos, não fumar ajudou-me imenso! Isto é, mais do que a mim própria, tenho de agradecer Aos Meus Potectores Divinos, ao meu organismo, ao meu marido e à acérrima campanha anti-tabágica encabeçada pelos meus progenitores durante anos (o meu Pai fumou durante 40 anos e deixou de fumar sem qualquer tipo de ajuda externa- no caso dele, foi mesmo coragem!), que instituíram uma lei doméstica - quem quisesse fumar iria para a varanda ou então para o exterior.
Por falar nisso, gostaria, também, de reforçar um agradecimento a estes dois seres maravilhosos que tenho a sorte de ter como Pais: desde sempre, me deram toda a liberdade do mundo para tomar as minhas opções de vida, apenas me informavam dos riscos que sempre circundaram épocas mais vulneráveis da vida de um ser humano, nomeadamente, a adolescência. Tento, agora, passar o testemunho à minha descendência: só se vive a responsabilidade com liberdade, apesar de a autoridade (e não o autoritarismo) ser essencial para que limites salutares sejam estabelecidos. A bem do protagonista!

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