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(Tau-te-King, 16)


quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Simetria Cosmogónica de A Última Ceia de Dalí....................


Salvador Dalí, The Last Supper , National Gallery of Art, Washington


Dalí pintou A Última Ceia em 1955, recorrendo a fotografias como modelos. A este propósito, o artista declarou:

"Utilizo sempre documentos fotográficos. É tradicional. Praxíteles fez modelos directos de braços, pernas e de qualquer coisa que fosse reproduzir. Para alguém que desenha como eu, a fotografia é um elemento extremamente útil."

Cristo É, de facto, representado, nesta tela, com uma aura hollywoodizada, com uma beleza humana próxima dos ícones do star system, o que garantiu um sucesso imediato da obra nos meios artísticos modernos. Todavia, toda a cena é sacralizada por pormenores indeléveis, mas detentores de um profundo significado esotérico: Cristo É o Único Cuja Transparência e Luminosidade do Corpo Invoca A Sua Divindade. Com efeito, o Cristo de Dalí Assume a Sua Própria Consubstanciação, a Sua Dupla Natureza Humana e Divina, temática que deu origem à tão famosa crise iconoclasta de Constantinopla, uns séculos antes. Jesus com a mão direita Executa um gesto divino (um Mantra) comummente atribuído, no Oriente, aos homens iluminados como Buda. O Próprio Deus É Representado com um corpo humano, todavia a Luz que Dele Emana É Projectada sobre a cena de forma apoteótica, catártica, esmagadoramente redentora.

Os Apóstolos não estão dispostos de forma clássica ao redor de Jesus, antes se prostram de joelhos e com a cabeça curvada sobre a mesa. Distribuem-se de forma muito simétrica- três à esquerda e à direita (6 no total), quatro nas duas pontas da mesa e dois à frente de Jesus, na mesma posição de profunda humildade para com o Messias) (6 + 4 = 10 + 2 =12 = 1+ 2 =3)
A propósito desta distribuição simétrica, Dalí afirma: "Cosmogonia aritmética e filosófica, fundada na sublimidade paranóica do número doze - os doze meses do ano, os doze signos do Zodíaco em volta do Sol, os doze apóstolos em volta de Cristo, os doze pentágonos no dodecaedro celestial, o pentágono contendo o homem microcósmico, (Cristo). (Agradeço a Lorca, que me disse que os Apóstolos eram tão simétricos como as asas das borboletas)."

O 5, um número que, tal como o 10, se afirma, mitologicamente, como perfeito, remetendo, intemporalmente, ao Poder da Criação Divina. O 3, o número símbolo da Trindade Una, da Consubstanciação Divina: Pai, Filho e Espírito Santo num Só. Talvez não tenha sido em vão que o pintor catalão tenha escolhido o ano de 1955 para pintar esta sua magnífica obra.

Borboletas que Dalí elegeu como mote para uma série de ilustrações expostas, recentemente, no Palácio do Freixo, no Porto.
Borboletas cujo bater das asas, segundo a Teoria do Caos, pode provocar uma catástrofe nos antípodas, uma vez que tudo no universo se encontra ligado, a mínima acção pode provocar uma reacção em cadeia descontrolada.
Borboletas, pequenas telas naturais de uma beleza transcendental que esvoaçam pelos campos, relembrando-nos a nossa pequenez perante o Poder Perfeito e Sublime da Criação Divina. "Fiat Lux!"

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