Ouço, não raro, alguém afirmar : "ele (ela) não me merece, mas..."- este mas sempre se me revelou fatídico por auto ou hetero observação, pois reflecte a tensão constante que nos assoma quando razão e emoção se confrontam numa mesma mente e coração, que se complementam nas suas contradições, mas que, frequentemente, nos atormentam com as suas singularidades dicotómicas...Receitas para este tipo de dilemas não existem (existirão algumas para os relacionamentos humanos? Não creio...)...o que fazer, então? Quanto a mim, deixo fluir, por vezes, tempo demais....até que os danos da emoção se me tornem tão insuportáveis que não resta mais nada do que a razão para me salvar das suas malhas imbricadas em teias dificílimas de deslindar...
Além do mais, acredito que quem Ama, deveras, tem a obrigação de lutar pelo objecto da afeição, contra ventos e tempestades, contra o mundo, contra si próprio e os seus interesses mundanos, sempre imcompatíveis com o lado sublime da existência, até que o coração lhe doa- como dizia Madre Teresa de Calcutá : "O amor, para ser verdadeiro, tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos doa..."
Et voilà- um coração para que pulse tem de sorrir assim como tem de sofrer, quem Ama de verdade tem de lutar, senão, puff!, lá se esvai o sentimento pela porta das cavalariças que não a principal, o que é sempre lamentável, convenhamos...
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