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(Tau-te-King, 16)


sexta-feira, 20 de março de 2009

: : do matrimónio e do casamento : :

whose funny outdoor? ©

Por aí pulula um tema que se diz "fracturante" que já me revolta o estômago (bastante sensível, devo dizê-lo), por revelar tamanha hipocrisia e tacanhez de espírito de uma sociedade que tende a ter mais prazer em destruir o sonho dos outros, com base em conversas de senso comum, vulgo, de porteira, do que em lutar, positivamente, pelos próprios; de uma organização social que prima por um gregarismo, quase acefalizante porque altamente desresponsabilizante, que obstaculiza uma capacidade crítica individual que enuncie o respeito pelas orientações pessoais de cada um dos seus membros, desde que estas não impliquem a anulação dos direitos de alguém; de uma sociedade que tende a só conferir direitos a todos aqueles que se revelam sistemicamente "alinhados".


whose bride and bride, groom and bride and groom and groom?©

Queiram desculpar-me os qualificativos tão directos, principalmente todos os meus Amigos que não partilham da minha opinião e que seriam as últimas pessoas a quem desejaria ofender, porém, "valores mais altos se levantam", e a minha sinceridade e autencidade são dois dos "bens" mais preciosos que poderei, alguma vez, oferecer aos Amigos com que Deus, diariamente, me Abençoa.
Para além da questão etimológica determinante- não é a palavra casamento que se encontra associada a uma união abençoada pelo Divino, mas sim a de matrimónio, como tal, a primeira detém o significado laico de quem quer constituir uma casa, um lar, com alguém que ama-, julgo que há outro aspecto primordial a ter em conta numa sociedade onde a descartibilidade dos objectos, por associação a um egocentrismo e autocentração (quase) patológicos e apáticos, amorfos, autistas, quando sentimentos profundos deveriam estar em causa; e eufóricos, histéricos e ávidos, quando interesses instintivos e materiais estão em cima da mesa; dizia eu, quando a descartibilidade dos objectos transita, por associação, para os relacionamentos humanos.

whose real Jesus?©

Para muitos de nós para quem a palavra casamento e/ ou matrimónio significou, significa ou deveria, por definição, significar, a união de dois seres que se Amaram/Amam (aqui a maiúscula é propositada...:), independentemente de orientações ou géneros variantes, e que assistimos a imensas dissoluções desse contrato civil e/ou união religiosa, durante as quais esse Amor elevado (que, conceptualmente, deveria implicar respeito...) se converte numa contenda rasteira, indigna, instintiva, caluniosa, pela cegueira da avidez por coisas, por matéria, e/ou por um orgulho animalesco despeitado ( reflexo de um ego despótico, profundamente autocentrado, logo, não cívico e muito menos espiritual) e por uma tentativa de auto-desresponsabilização aviltante, por tudo o que macula um sentimento passado, ainda que, frequentemente, apenas unilateral. Dizia eu, para muitos de nós que assistimos, como meros observadores ou como participantes pretéritos ou presentes, a essa degradação moral, essa discussão revela-se tão ridícula, tão ínfima, tão menorizante!...Deveras, se esse contrato ou união é a base de um lar, de uma família, por que é que tantas pessoas que o elevam, no espaço público e em termos teóricos, a um estatuto sacralizado, o maculam, na esfera privada e/ou nas barras dos tribunais, de forma tão rasteira e venal?



whose colourful rings?©

E por que é que essas mesmas pessoas negam o direito de constituir uma família a quem, muitas das vezes, sabe com muito mais acuidade e profundidade o significado de um Amor tão Sublime que é capaz de enfrentar a mentalidade e o controlo social altamente ostracizantes de uma sociedade provinciana, intemporalmente, canalizada para o culto das aparências, para consituir um lar com o ser que Ama?

Eu, como heterossexual, fico comovida e até um pouco invejosa (no bem sentido do termo, que nisto da inveja sou como o Professor José Gil, a quem muito admiro- é um dos pólos que obstaculizam o desenvolvimento próprio e alheio deste país de individualistas no sentido espiritual do termo e de gregarizantes no sentido cívico), quando vejo seres que se Amam tanto que tudo enfrentam para ficar juntos...tomara muitos de nós, do lado da existência que se diz normal (atenção: o qualificativo normal está associado ao substantivo norma- aquilo que é regra que, como todas, para o ser implica a existência de salutares excepções), termos alguém nas nossas vidas que fosse capaz de lutar "contra moinhos, ventos e marés" pelo privilégio de construir e desfrutar um lar (que se distingue da mera casa material, pois implica fortes laços afectivos) connosco...É isso o Amor Sublime para mim...

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