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(Tau-te-King, 16)


quarta-feira, 28 de maio de 2008

O tribalismo xenófobo abjecto e criminoso : : suma crueldade


Não posso deixar de comentar umas imagens recentes que me chocaram como poucas- a de alguns dos meus compatriotas a perecerem queimados vivos, pelas chamas, criminosamente, ateadas por mãos de facínoras sul-africanos que atacam pessoas indefesas e em busca de uma vida mais digna, que lhes é negada nos seus países natais, emigrando. Estas hordas de cobardes assassinos- talvez os mesmos que sempre tiveram o hábito de queimar quem se opõe à sua prepotência animalesca e tribal, amarrando as vítimas a pneus em chamas (uma das formas mais dolorosas de alguém morrer queimado, pois os pneus ardem lentamente). Bandos de cobardes, de criaturas animalescas cegas pelo ódio, que mostram bem o paternalismo que o ocidente ainda lhes reserva, tratando-os com uma condescendência imoral, indigna, quando os deveria combater a ferros. O pior dos racismos é este- é desculpabilizarem-se acções tão criminosas pela cor da pele dos seus perpetradores, que nem gente são.
É oficial- a África subsariana está a saque, sangra por todos os poros, e quem gritava, outrora, contra o colonialismo, hoje, faz olhos cegos a práticas despóticas e desumanas de regimes esclavagistas e às barbáries a que assiste e que cauciona com o seu silêncio, seja por pura cobardia ou ignorância, seja por venal interesse, disfarçado de posições politicamente correctas, mas moralmente infectas!
Como diria um poeta oriental "todos têm as mãos sujas de sangue", tanto aqueles que cortam às postas um ser humano indefeso à catanada, como os que fingem que tal situação é normal, legitimando-a com a sua apatia, assobiando para o lado.
Quantos mais holocaustos têm de massacrar os africanos para que o ocidente não se limite a encolher os ombros?
Provavelmente, ainda irão culpar o colonialismo e o apartheid por estas situações, aliás, os bodes expiatórios perfeitos para a total desresponsabilização e contínua exploração do homem por abutres internos e externos.
Sinto-me profundamente envergonhada por estar inserida numa civilização que só pugna por grandes princípios quando eles se coadunam com os seus interesses, i.e, que nega qualquer tipo de conceptualidade pelo seu apego ao concreto degradante, ainda que o faça num registo paradoxal e hipócrita- privilegiando a teoria apócrifa, em detrimento de uma prática consentânea com princípios universais.
Por isso, ouso rogar: "Meus Deus, não lhes Perdoes, que eles sabem o que fazem" e quem com ferros mata com ferros deveria perecer.

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