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(Tau-te-King, 16)


terça-feira, 18 de setembro de 2007

Dalai Lama: a Paz pelo espírito ecuménico


Foto: Diário de Notícias
Dalai Lama, durante o encontro ecuménico entre budistas, muçulmanos, judeus, cristãos, hindus e Baha'is, ocorrido dia 16 de Setembro último na Mesquita Central de Lisboa, sublinhou os princípios basilares comuns aos vários credos: "Apesar de termos diferentes filosofias, todos partilhamos a mesma prática de amor, compaixão e perdão". Esta "experiência única e encontro memorável" possibilitou, de facto, um verdadeiro diálogo inter-religioso, segundo reconheceu Tenzin Gyat-so. Na confluência daquilo que os une- a espiritualidade- os representantes dos vários credos professados em solo luso entraram na sala da oração e, virados para Meca, a Cidade Santa para o Islão, procuraram no silêncio a Voz da União. Abdool Vakil, presidente da Comunidade Islâmica de Portugal, apelou ao denominador comum que nos deveria unir: a humanidade, corroborado pelo senhor padre Peter Stilwell, director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, que frisou a necessidade do respeito por cada tradição religiosa que participa do mundo em que vivemos. Dalai Lama focalizou-se no binómio: fé/ esperança, afirmando que a primeira catapulta a segunda, independentemente da religião que cada um possa professar. Prosseguindo, afirmou a importância crucial da liberdade de cada um escolher o seu caminho e da importância matricial da congruência entre os princípios advogados pelos crentes e a sua prática quotidiana. De facto, como dizia Gandhi: "Acreditar em algo e não o viver é desonesto".
Tenzin Gyatso estabeleceu a este propósito um paralelismo entre o objectivo final comum das diferentes formas de viver a espiritualidade e a prática da medicina: diferentes estratégias para atingir a cura, ainda que, no primeiro caso, se esteja no plano da transcendência e, no segundo, numa dimensão física.
A forma tão elevada como Dalai Lama recebeu das mãos de Paulo Lobão uma coroa de prata alusiva às festas religiosas açorianas do Sagrado Espírito Santo fê-lo comover-se.
Esta cerimónia simbólica constitui mais uma prova de que o Homem só alcançará a paz se souber respeitar integralmente as crenças alheias e não quiser impor a sua forma mentis a quem quer que seja. O caminho da espiritualidade assenta em três princípios primordiais: liberdade e respeito pelo Próximo, edificado sobre um Amor fraterno. E só pelo espírito ecuménico poderemos um dia almejar ter uma sociedade livre de preconceitos e de ódios vãos...
E como diria S. Tiago: "A fé sem obras está morta" e com obras certamente que se quereria referir à prossecução do Bem por actos concretos e não só por palavras (S. Tiago)
Isabel Metello
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Fontes: Susana Salvador, Diário de Notícias online, 17 de Setembro de 2007; http://pensamentos.aaldeia.net/fe.htm

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