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(Tau-te-King, 16)


segunda-feira, 2 de junho de 2008

MMMMM : : Os Miseráveis

O Grito (Skrik) (1893), Edvard Munch


Os seus olhos pequeninos, escuros, desvitalizados, anunciam uma ave de rapina pronta a recolher os destroços alheios, a contar os tostões que a gula os faz amealhar com o método de quem nunca algo teve e a quem a matéria e os poderes minúsculos seduzem face à ausência de qualquer valor humano. As suas mãos, por vezes, sapudas, outras, esqueléticas, demasiado femininas, denunciam as frustrações e humilhações que tiveram de acumular até poderem chegar a um patamar que lhes permita, agora, sujeitar outros às suas praxes desprezíveis. São seres minúsculos, muito low profile, sempre com um sorriso cínico solícito, uns capachos de gravata, que dobram a coluna até se lhes ver a medula, para poderem avançar uns centímetros no percurso medíocre que a falta de talento e de qualquer dom significativo os impediria de seguir de forma digna e descomporcada. Valem-se da lei das compensações terrenas, com que julgam poder contornar as suas menoridades existenciais- à falta de génio reconhecível acumulam favores armazenados como caução de outros que necessitarão para subirem um degrau. Vão-se instalando e quando julgam ter chegado a um patamar confortável revelam-se. Não raras vezes, enganam-se e, depois, é vê-los escorregar, empurrados por quem não souberam identificar com sabedoria...Enfim, o lugar dos vermes é no chão....São os chamados MMMMM (Monstrinhos Maus, Mesquinhos, Miseráveis e Menores). Eu conheço vários, mas um, particularmente, fez-me pensar que só em países como o nosso estas "lagartixas engravatas" podem almejar algum dia ter um lugar ao sol, quando a sua sobrevivência é na sombra urdida- as suas iniciais são RS (Ruminante, não Rucinante, Silencioso), um dos maiores crápulas manhosos e silenciosos que conheço.
PP: perdoem-me os meus leitores, por consporcar este espaço, dedicando um post a este tipo de criaturas, mas uma das formas de higienizarmos as nossas mentes é verbalizando o que nos incomoda...é como partir uma série de pratos comprados especialmente na feira para descomprimir, como diria um médico meu amigo, pessoa sapientíssima que alia o saber academicamente estruturado à sabedoria que só a experiência e a vasta cultura humana podem conferir ao sujeito. Fiat Lux!

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