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10 de Junho, Dia de uma Pátria já só cantada em uníssono por turbas alienadas pelo futebolístico espectáculo. Triste sina de um povo que sonhou com o 5º Império e descambou na obsessão por um esférico rolando sobre um relvado, entronizando como heróis rapazolas com particulares competências para o pontapear contra a baliza adversária, para gáudio de uma nação sempre manietada pelos três F, agora actualizados em Festa, Futebol e Feriados.
Como os meus heróis são outros, são seres elevados que, pelo altruísmo implícito, sacrificam e sacrificaram a sua vida pelos outros, dedico este soneto de Camões, essa Alma tão evoluída que foi o nosso Poeta, a quem honrou a pátria por essa descentração sublime: um herói singular- o Senhor Cônsul Aristides de Sousa Mendes- e um colectivo- os soldados portugueses (brancos, negros, indianos, mestiços) que combateram na guerra colonial, sobrevivendo ou tombando sobre africanos e timorenses solos, protegendo populações indefesas e inocentes (brancas, negras, indianas, mestiças) da barbárie, a mesma que dissemina, hoje, o terror e o esclavagismo abjecto em África. Muito obrigada, estar-vos-ei sempre muito grata pela vossa Coragem e Bravura.
Com eternas admiração e gratidão,
Isabel Metello
"Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algua cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."
Luís de Camões, o Poeta, o Homem espiritualmente evoluído
Celebrações do 10 de Junho em Lourenço Marques, 1972
Fonte da foto: http://combustoes.blogspot.com/index.html, post: Outros 10 de Junho
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