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(Tau-te-King, 16)


quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pensamento do dia : : quando o convívio são (quase) se perdeu : : do ser ao para-ser

Martin Hill ©

No outro dia, dizia-me um taxista nascido e criado em Angola: "menina, eu vou sair deste país, já não aguento mais, sabe, nasci e cresci em Angola, estive sempre habituado ao convívio são- aqui as pessoas, geralmente, convivem por interesse e quando temos um gesto desinteressado, avaliam-no logo pelo que é costume...Quando, uma vez, cheguei de Angola, convidei todos os meus colegas e superiores para um jantar lá em casa, à boa maneira africana, a pensar no convívio, como fazzíamos lá, umas vezes na casa de um, outras na casa de outro. Sabe o que alguns deles me perguntaram no final? Perguntaram-me o que é que eu queria deles, se precisava de alguma coisa. Senti-me tão ofendido........................"

E eu respondi-lhe que, como nascida e parcialmente criada em Moçambique, também, sentia exactamente o mesmo- não gosto de generalizações, como já frisei várias vezes, pois são demasiado simplistas e injustas para as digníssimas excepções, mas que há tendências sócio-culturais dominantes em cada nação, creio que as haja.....E uma de que, logo, me apercebi, quando cá cheguei, é a de que, regra geral, as pessoas desconfiam dos gestos de simpatia e boa vontade, pensando, imediatamente, que quem os tem terá algum interesse em actualizá-los...........talvez por, já, estarem demasiado magoadas pelos actos interesseiros alheios que lhes mastigaram os sentimentos puros, deglutindo-os e transformando-os noutros mais sofisticados ou pela simples circunstância de terem sido, pura e simplesmente, ensinados a demonstrar boa vontade por interesse e não por princípio ou por genuína generosidade.

whose? ©

E, assim, perdem oportunidades únicas de serem alvo de gestos genuínos e de se enriquecerem como pessoas....Não há nada mais revigorante do que sermos alvo de um gesto autêntico de simpatia e de boa vontade de alguém, sem algum interesse envolvido, pois purifica-nos, restitui-nos a confiança no outro, limpa-nos a alma, faz-nos evoluir como seres e não como para-seres....E, já, agora, também, não há nada como ser-se autenticamente simpático e generoso, sem qualquer fito em vista- faz melhor à aura que qualquer massagem shiatsu ou terapia alternativa.........................................................

Como disse aqui uma vez, já, há algum tempo: quem confunde um diamante com um pedregulho, pelos muitos que encontrou no caminho, está, irremediavelmente, destinado a viver rodeado de pedras rugosas e com porcaria anexada............................................................

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