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(Tau-te-King, 16)


quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Homenagem a Dalai Lama: passagens de "Siddhartha" de Hermann Hesse

Cap: "Com os Samanas"

"(...)Em breve, Govinda, o teu amigo deixará o caminho dos samanas, que percorreu durante tanto tempo. Tenho sede, Govinda, e ao longo deste extenso caminho a minha sede não se tornou menor. Sempre ansiei por conhecimento, sempre estive cheio de perguntas. Interroguei os brâmanes, ano após ano, interroguei os Vedas sagrados, ano após ano, interroguei os piedosos samanas, ano após ano (...) Há muito que comecei e ainda não terminei de aprender isto, Govinda: que nada podemos aprender! Acredito que não existe realmente aquela coisa a que chamamos "aprender". Existe, meu amigo, apenas uma sabedoria, que está em toda a parte, que é Atman, que se encontra em mim e em ti e em todos os seres. E começo a acreditar que esta sabedoria não tem pior inimigo do que o desejo de sabedoria, que o desejo de aprender (...)
E Govinda murmurou um verso de uma Upanishad: "Aquele cujo puro espírito reflexivo mergulha em Atman,/ Inexprimível por palavras é a bem-aventurança do seu coração"(...)
Certa vez, quando os dois jovens viviam com os samanas e partilhavam os seus exercícios havia quase três anos, chegou até eles, de diversas formas e por diversas vias, uma notícia, um rumor, uma lenda: surgira alguém chamado Gotama, o sublime, o Buda, que tinha vencido em si a mágoa do mundo e feito parar a roda da reencarnação. Deslocava-se pelo país a ensinar, rodeado de jovens, sem bens, sem lar, sem esposa, usando o manto amarelo de um asceta, mas com uma fonte serena, um santo, e brâmanes e príncipes curvavam-se perante ele e tornavam-se seus discípulos (...)"


Hermann Hesse, Siddhartha: Um Poema Indiano, Cruz Quebrada, Casa das Letras, 2007, pp.27-28.

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