"Quando souberes o que é eterno, saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)
ou algo politicamente (in)(cor)recto (podendo-se traduzir como o coração no seu sítio :) as tragédias longínquas despertam o espírito solidário no ego despótico mais autocentrado- a solidariedade mediada é sempre mais cómoda, ainda para mais quando é puramente vista como uma relação win-win- - é só digitar uns números no Multibanco e fica-se com a sensação de que se é um filantropo de raiz...
E até catártica, quando aliada ao entretenimento- nada como derramar umas lágrimas sentidas por via de um ecrã gigante, onde se vislumbram lágrimas da autêntica dor, antes de um eufórico espectáculo de massas que nos enche o ego de uma sensação algo apócrifa de humanidade (no sentido de ser-se humano...Lá dizia alguém: "a tragédia de uns é a comédia dos outros...
Querem vislumbrar tragédias humanas e ajudar as suas vítimas? Não deixem de ajudar estas, mas aproveitem e vão às ruas de Lisboa à noite (de dia, também serve) e vislumbrem-na nas portadas de milhares de prédios, com gente a dormir em cima de caixotes perante temperaturas negativas, ou a casa de muitas famílias desesperadas em tempos de crise...Ou então, se preferem destinos mais exóticos para vislumbrar a miséria e tragédia alheias, tivessem ido ao Haiti assistir a verdadeiros terramotos humanos antes deste terramoto ou ao Zimbabwe ou a tantos locais aonde o sofrimento atroz perdura...é que, contrariamente, à lógica stalinista, a humanidade (no sentido de ser-se humano) não é, de todo, uma questão quantitativa, mas tão só o seu oposto...Nada que um bom espectáculo não apazigue- e, até aí , a lógica maléfica stalinista , um pouco invertida nas suas premissas, se junta à do capitalismo mais selvagem :10 mortes são meros acidentes, 10.000 mortos verdadeiro espectáculo de massas ávidas de emoções mediadas...
"Mudam-se os tempos (...)", não se mudam nem as vontades nem as essências, enfim...Continue-se a desenvolver o exterior que, um dia, o interior entrará em autêntica hecatombe atomizada...Também, aí, haverá, logo, uma compensação vislumbrada: o culto das aparências e a sacralização da matéria...Eppur non se muove! Let the Games Continue for History to Happen Once More Has It Did Before!
Movimento Estudantil – Blog do Centro dos Estudantes de Santos e Região
(Tau-te-King, 16)
ou algo politicamente (in)(cor)recto (podendo-se traduzir como o coração no seu sítio :) as tragédias longínquas despertam o espírito solidário no ego despótico mais autocentrado- a solidariedade mediada é sempre mais cómoda, ainda para mais quando é puramente vista como uma relação win-win- - é só digitar uns números no Multibanco e fica-se com a sensação de que se é um filantropo de raiz...
E até catártica, quando aliada ao entretenimento- nada como derramar umas lágrimas sentidas por via de um ecrã gigante, onde se vislumbram lágrimas da autêntica dor, antes de um eufórico espectáculo de massas que nos enche o ego de uma sensação algo apócrifa de humanidade (no sentido de ser-se humano...Lá dizia alguém: "a tragédia de uns é a comédia dos outros...
Querem vislumbrar tragédias humanas e ajudar as suas vítimas? Não deixem de ajudar estas, mas aproveitem e vão às ruas de Lisboa à noite (de dia, também serve) e vislumbrem-na nas portadas de milhares de prédios, com gente a dormir em cima de caixotes perante temperaturas negativas, ou a casa de muitas famílias desesperadas em tempos de crise...Ou então, se preferem destinos mais exóticos para vislumbrar a miséria e tragédia alheias, tivessem ido ao Haiti assistir a verdadeiros terramotos humanos antes deste terramoto ou ao Zimbabwe ou a tantos locais aonde o sofrimento atroz perdura...é que, contrariamente, à lógica stalinista, a humanidade (no sentido de ser-se humano) não é, de todo, uma questão quantitativa, mas tão só o seu oposto...Nada que um bom espectáculo não apazigue- e, até aí , a lógica maléfica stalinista , um pouco invertida nas suas premissas, se junta à do capitalismo mais selvagem :10 mortes são meros acidentes, 10.000 mortos verdadeiro espectáculo de massas ávidas de emoções mediadas...
"Mudam-se os tempos (...)", não se mudam nem as vontades nem as essências, enfim...Continue-se a desenvolver o exterior que, um dia, o interior entrará em autêntica hecatombe atomizada...Também, aí, haverá, logo, uma compensação vislumbrada: o culto das aparências e a sacralização da matéria...Eppur non se muove! Let the Games Continue for History to Happen Once More Has It Did Before!
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