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(Tau-te-King, 16)


terça-feira, 30 de junho de 2009

: : repost : : a simetria cosmogónica de A Última Ceia de Dalí : :



Salvador Dalí, The Last Supper (A Última Ceia), National Gallery of Art, Washington

Dalí pintou A Última Ceia em 1955, recorrendo a fotografias como modelos.

A este propósito, o artista declarava:

"Utilizo sempre documentos fotográficos. É tradicional. Praxíteles fez modelos directos de braços, pernas e de qualquer coisa que fosse reproduzir. Para alguém que desenha como eu, a fotografia é um elemento extremamente útil."

Cristo É, de facto, representado, nesta tela, com uma aura hollywoodizada, com uma beleza humana próxima dos ícones do star system, o que garantiu um sucesso imediato da obra nos meios artísticos modernos. Todavia, toda a cena é sacralizada por pormenores indeléveis, mas detentores de um profundo significado esotérico: Cristo É o Único Cuja Transparência e Luminosidade do Corpo Invoca A Sua Divindade. Com efeito, o Cristo de Dalí Assume a Sua Própria Consubstanciação, a Sua Dupla Natureza Humana e Divina, temática que deu origem à tão famosa crise iconoclasta de Constantinopla, uns séculos antes.

Jesus com a mão direita Executa um gesto divino (um Mantra) comummente atribuído, no Oriente, aos homens iluminados como Buda. O Próprio Deus É Representado com um corpo humano, todavia a Luz que Dele Emana É Projectada sobre a cena de forma apoteótica, catártica, esmagadoramente redentora.

Salvador Dalí, Butterfly Landscape

Os Apóstolos não estão dispostos de forma clássica ao redor de Jesus, antes se prostram de joelhos e com a cabeça curvada sobre a mesa. Distribuem-se de forma muito simétrica- três à esquerda e à direita (6 no total), quatro nas duas pontas da mesa e dois à frente de Jesus, na mesma posição de profunda humildade para com o Messias) (6 + 4 = 10 + 2 =12 = 1+ 2 =3)

A propósito desta distribuição simétrica, Dalí afirma:"Cosmogonia aritmética e filosófica, fundada na sublimidade paranóica do número doze - os doze meses do ano, os doze signos do Zodíaco em volta do Sol, os doze apóstolos em volta de Cristo, os doze pentágonos no dodecaedro celestial, o pentágono contendo o homem microcósmico, (Cristo). (Agradeço a Lorca, que me disse que os Apóstolos eram tão simétricos como as asas das borboletas)."

Salvador Dalí, Butterflies


O 5, um número que, tal como o 10, se afirma, mitologicamente, como perfeito, remetendo, intemporalmente, ao Poder da Criação Divina. O 3, mais um número divino, símbolo da Trindade Una, da Consubstanciação Divina: Pai, Filho e Espírito Santo num Só; mais a Oriente, símbolo da Terceira Visão e, à génese do Ocidente, do triângulo como forma pitagórica perfeita).
Talvez não tenha sido em vão que o pintor catalão tenha escolhido o ano de 1955 para pintar esta sua magnífica obra (1+9+5+5 = 20 = 2).

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