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(Tau-te-King, 16)


domingo, 17 de maio de 2009

: : dos critérios da (in)correcção política : :

Ainda que defenda, firmemente, a complexidade da natureza humana e, como tal afirmando-me como avessa a estereótipos simplistas, no âmbito desta expressão tão auto-referencial- a do politicamente correcto- vislumbro várias atitudes que a traem, afirmam ou confirmam elegendo-a ou contrariando-a :


(a) as verdadeiramente politicamente incorrectas, almas rebeldes, antitéticas por natureza, que contrariam a cristalização ideológica e/ ou consuetudinária pela sua capacidade individual crítica pró-activa, que reflecte uma forma individualizada, ainda que não individualista (no sentido pejorativo do termo), de perspectivar a (ir)realidade e/ou a existência humana. A alguns ou muitos passos à frente do seu tempo, quando vêem o comum dos cidadãos converter-se à síntese, já elas estão, de novo, a enunciar a antítese. Os princípios são o seu norte, os interesses particulares meras circunstâncias que não obstaculizam a justiça das suas posições isentas.

(b) as politicamente correctíssimas, provindas de máscaras manipuladoras, profundamente calculistas, apesar de instintivas na mesma proporção, que procuram cativar os outros, camuflando a sua verdadeira e básica natureza que, pomposamente, apelidam de low profile (de facto, à letra um perfil muito baixo, rasteiro, muito afoito ao chão, ainda que simulando a sofisticação das alturas que lhes são, intrinsecamente, inacessíveis...), enunciando uma falsa isenção transfigurada em atitudes recursivas eufemísticas ,simuladamente conciliadoras, todavia, profundamente disruptivas, pois não assentes em sólidos princípios, mas tão somente resultado da defesa de interesses particulares rasteiros. Como criaturas profundamente sistémicas, veneram as teses que facilitam os seus ímpetos lúdicos.

(c) os que querem ser tão desbravidamente politicamente incorrectos, tão antitéticos, tão revolucionários, tão anti-sistémicos que se auto-anulam nesse propósito, assumindo, estruturalmente, a tese profunda que orienta e sustenta os seus pilares, deveras, em todo o seu esplendor. Tomam atitudes artificiais, simuladamente assistémicas, porque assentes em existências e práticas quotidianas que só confirmam as teses que tanto dizem combater. É, então que, quando descontrolados, revelam a sua verdadeira essência de autênticos conservadores, cristalizadores, nada inovadores, revolucionários apenas na forma, que caem do salto sempre que postos em causa ou aos seus interesses e alcateias particulares - como os sistémicos assumidos, adoram agir em grupo, pois um passo individual é-lhes demasiado pesado para a tamanca vulgar que calçam e da qual caem com frequência...

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