Leitura intertextual imprescindível : .
"Deus não Joga aos Dados" afirmou Einstein referindo-se à Matemática Perfeição Original com que o Supremo Construiu o mundo que conhecemos e os que desconhecemos de todo.ou em parte. Os Livros Sagrados e os credos que Neles se suportam são, a meu ver, Expressões do mesmo fenómeno universal, interpretações consuetudinárias do Essencial. Verbos metafóricos que pretendem conduzir a humanidade à auto-superação pela sobreposição da Dimensão Sacral à terrena, não no sentido de não se desfrutar da vida, que é um Dom, uma Bênção dos Céus, mas no de a dignificar quotidianamente. Sim, porque, aparte as disparidades superficiais sempre perscrutadas por mentes básicas, totalmente direccionadas para a dimensão terrena do homem, por incapacidade própria de conceberem o Sublime, está a Mensagem Essencial, Profunda- Jesus, Buda, ou Krishna Apelam à auto-superação humana, à sobreposição da consciência ao instinto, ao ego despótico, enfim, à animalidade degradante, Pretendendo conduzir o homem a dimensões de consciência mais elevadas, pela desvalorização do invólucro perecível face à Centelha Divina que o habita.
Saramago, numa descarada campanha autopromocional de índole negativa (outros fazem-no quotidianamente, usando as mesmas estratégias, apenas modelando-as ao seu core business :) Madonna, Ozzy Osborne, Paris Hilton, Ana Malhoa, Maya, entre muitas outras vozes da cultura pop), lança os dardos à Bíblia (entenda-se Antigo Testamento). Já no passado desfrutara da rampa espectacularizante da proibição (e, nisto, Sousa Lara nem percebeu, na altura, o favor que prestou à Erva Daninha) de uma obra , a par de prémios tantas vezes injustos porque, não raro, sujeitos a politiquices de bastidores (sempre defendi que Agustina Bessa-Luís põe Saramago a um canto e mereceria, muito mais justamente, o Prémio Nobel, mas isso é um pormenor- o que interessa a sombra da luz do show business a mentes verdadeiramente esclarecidas e elevadas, a autênticos génios?), que se afirma, hoje, como a melhor forma de promoção numa cultura ávida de sucesso e de fenómenos disruptivos. Madonna, então, utiliza a estratégia como ninguém!!! O que falta a Saramago de pujança física sobra-lhe em esperteza saloia, daí que se deleite em manipular o 2 em um : associar o prestígio ao escândalo. E, nesta medida, Saramago é um Mensageiro da Morte, não da de Deus, Imune às declarações estéreis das suas criaturas, por mais exércitos acefálicos que constituam, mas da de si próprio.
Saramago, reinventa as suas acusações de algibeira numa época em que sabe que a sua "punição" se resumirá num aumento da venda dos seus livros, i.e., demonstrando superficial coragem à turba alienada que necessita do regime do
Magister dixit para "afirmar" opinião de senso comum sobre tudo e mais alguma coisa, não detendo verdadeira consciência de si, quanto mais da Grandiosidade da Essência de tudo o que o rodeia e meneia o percurso vivencial.
Desprezo Saramago pela sua visível arrogância vivencial e má aura perscrutável à distância, para além de que, não o nego, a minha memória não esquece os saneamentos no DN no pós 25 de Abril (alguém de (com) carácter, alguém cuja eternidade da consciência se sobrepusesse à efemeridade do ego nunca o faria, nunca! Então e o direito à liberdade de expressão? E o direito dos trabalhadores? Eclipsou-se neste episódio desumano de índole
staliniana!). E cada sua campanha auto-promocional desta índole só inflaciona a repugnância que a sua figura me estimula. Todavia, separando, devida e justamente, as simpatias pessoais das capacidades profissionais, reconheço-lhe, mérito- julgo o
Memorial do Convento uma obra-prima- não obra-prima é uma hipérbole injusta, até porque a li muito novinha e o deslumbramento com o que julgava o desconhecido, hoje, só o reservo aos Eleitos- uma obra bem escrita, ainda que com a tal invenção da não pontuação como mais uma retórica do vazio! Mas já o
Ensaio sobre a Cegueira me parece muito próximo da
Peste de Camus, não se lhe equiparando de todo. Mas daí a considerá-lo um génio vai um grande passo- génio é quem pode e não quem quer. E desconfio sempre de génios muito sistémicos, muito integrados, muito fingidamente revolucionários quando desconhecem de todo o conceito...
E lembro-me, então, de literatos de autêntica coragem como Salman Rushdie e outros intelectuais de origem islâmica, entre os quais mulheres que fugiram da barbárie e viverão para todo o sempre sob "o manto diáfano "do medo real, que puseram a sua segurança vital e a dos que amam em causa pelos seus ideais e pela sua autêntica luta pela liberdade de expressão. Comparando-os com a Erva Daninha-Mor só pode resultar a seguinte conclusão : Autenticidade XXVIII /Artificialidade Malévola 0.
Como tal, e, contrariamente, ao que a turba alienada perscruta em opiniões que desfazem o carisma do
Magister de pau oco, não são só os intermediários católicos que interpretam a Bíblia à luz de dogmas que se insurgem contra o que Saramago diz, qualquer outro crente mais ou menos filiado no particular ou focado no universal o dirá- esta pobre alma ou não entende patavina do que é uma linguagem metafórica ou, pior, subversivamente, como é próprio dos actuantes com a sua ideologia rubra, finge não o entender para dela, hipócrita e parasiticamente, extrair proveitos que lhe lustrem o ego que se vislumbra despótico, sem um pingo de humanidade e humildade vivenciais.
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Venha Umberto Eco, venha António Lobo Antunes (ALA), venha quem iluminado pela efémera fama, ainda que meritoriamente, vier defendê-lo, afirmo que a minha
Scala é e sempre será verdadeiramente
Regia, nunca me esquecerei que sobre todo este baile de máscaras mundano Está a Verdadeira e Eterna Consciência de Algo Sublime e Supremo que sempre Escapará a quem elege o seu umbigo como bússola vivencial, que lhe tolda a visão mais apurada- aquela que provém da alma e não dos perecíveis sentidos. Amen!