Fenómenos gravíssimos como as doenças oncológicas (vulgo, cancros) derivadas do tabagismo ou da exposição solar exagerada deveriam ter como instrumentos primordiais de profilaxia pública campanhas de sensibilização duras que, de forma chocante, alertassem os diversos públicos-alvo para os perigos a que se expõem a si e, tantas vezes, aos outros, incluindo os que mais amam, quando insistem em comportamentos e hábitos, não raro, com consequências dramáticas futuras.
Daí que julgue indispensável que as campanhas anti-tabágicas não incluam só avisos verbais, como em Portugal, mas sigam o exemplo do Brasil, onde as imagens chocantes impressas nos maços de tabaco detêm, certamente, resultados muito mais eficazes que o verbo, frequentemente, ignorado das nacionais.
Muito temos de aprender ao nível da publicidade e da Comunicação Organizacional com os brasileiros, comunicadores natos, pela informalidade que imprimem ao discurso e à postura vivencial, pela abertura de espírito face a dinâmicas interculturais, aliás, a raiz profunda da génese da sua nação.
Da mesma forma, deveriam as campanhas relativas à relação entre queimaduras solares e cancro de pele valer-se de imagens reais que repelissem os que insistem em ignorar o que é óbvio, fundamentalmente, no que concerne às crianças, quantas vezes, abandonadas à beira do mar, nas hora de pior calor (período 11h-16h), frequentemente, sem qualquer protecção solar.
Dada o aumento exponencial dos cancros de pele, deveria ser obrigatório os bronzeadores apresentarem avisos relativos a este flagelo, na sintonia com o que acontece com as campanhas anti-tabágicas, com imagens repulsivas, de preferência, pois qualquer prática de comunicação e, fundamentalmente, o Marketing e a Publicidade, deve ter em conta tanto a natureza humana universal como os traços distintivos culturais dos seus públicos-alvo e todos nós já sabemos que, em Portugal, por noema consuetudinária, os hábitos nocivos só são abandonados se existir o receio da coacção. Por exemplo, os donos dos cães que minam, quotidiana e impunemente, o espaço público, com os seus presentes mal-cheirosos só terão mais cautelas quando isso lhes doer- neste caso, no bolso, à base de coimas pesadas e devidamente aplicadas.
Para além da primeira imagem que faz parte, também, de uma campanha magnífica com esse objectivo, mas direccionada, antes de mais para quem tem filhos pequenos, poder-se-ia criar algo como o seguinte patchwork imagético que concebi "em cima do joelho", cujo slogan poderia ser :"here lies your tan overdose sex appeal ":