☼ All One Now ☼

By giving and sharing the best of ourselves we´ll all rise up ☼"Quando souberes o que É Éterno saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)


sexta-feira, 31 de outubro de 2008

: : a vida, essa ilusória passagem : :


Ontem, estive num velório de um familiar meu, que me fez, de forma comovida e melancólica, pensar que, por vezes, estamos tão embrenhados nas ilusões que, exteriormente, nos impingem e nos impingimos a nós próprios, que nos esquecemos do principal, daquilo que eleva a nossa existência nesta passageira dimensão: os laços afectivos fortes, os sentimentos mais dignos que nos podem redimir dos menos nobres, entre eles duas espécies de Amor Sublime: a Amizade e o Amor Paixão. Por isso, ontem, não me esqueci de o revelar a uma das pessoas que julgo merecer os meus sentimentos mais profundos...

Aconselho: expresse os seus sentimentos mais bonitos e profundos a quem de direito (passamos tanto tempo das nossas vidas com sentimentos negativos pelos outros, um autêntico desperdício...), vai ver que se sente revitalizado e escusa-se a um dia se arrepender de não o ter feito enquanto pôde usufruir da presença física dessa(s) pessoa(s)...



Ao falar com um Amigo, dialogámos sobre essa questão primordial, ao que ele retorquiu: "uma pessoa só morre quando morrer a última pessoa que a Amou"...Que verdade tão reconfortante!
Primo, que Deus Receba a sua alma em Paz! Fiat Lux!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

: : a lista da Vida : : sublime!




Hoje, um amigo apresentou-me a esta música sublime de Oswaldo Montenegro...Ora, ouçam lá e digam-me se não tocou no ponto nevrálgico das nossas existências díspares, ainda que igualitárias!

: : espada de 2 gumes : :


Outros dois temas que me indignam pela forma como revelam a frequente discrepância entre a justiça dos homens e a Moral mais lógica- os casos Leonor Cipriano e Esmeralda...

Numa, uma mãe é sentenciada como culpada na morte da sua filha, com posterior desmembramento do inocente corpo, lançado de forma vil, aos porcos, levantando-se, agora, segundo os media, a hipótese de uma prévia violação daquela pobre criança....E quem é, hoje, a vítima, quem é? A própria assassina...E os elementos da PJ é que são os monstros...



Quanto ao caso de Esmeralda, os Pais, que a trataram com todo o respeito e Amor, estão, agora, em tribunal, vendo a sua vida devassada e quase destruída porque ousaram dar uma família a uma criança a si entregue pela própria mãe biológica...

Estranha forma de justiça humana esta que trata como vítimas os criminosos e como criminosos as vítimas...Hoje, estou naqueles dias em que julgo que "o mundo está mesmo às avessas"...

: : Guantanamo de Clive Stafford Smith : :


Ontem, assisti ao lançamento da obra Guantánamo, de Clive Stafford Smith, advogado inglês representante, desde há vários anos, de muitos dos prisioneiros que se encontram neste reduto do despotismo humano, muitos sem culpa formada e, segundo o autor, sujeitos a torturas ignóbeis, no auditório da Fundação Mário Soares, em Lisboa.
Confesso que fiquei, negativamente, surpreendida com a leveza com que o autor falou do livro, esperava mais, prenunciava uma postura de maior indignação e não, meramente, alguém a discorrer em termos irónicos e até humorísticos sobre o jardim em terra infértil que os britânicos condescenderam em cultivar naquelas áridas paragens, as qualidades do vinho do Porto, ao mesmo tempo que se referia às torturas sofridas pelos seus clientes ou mostrava fotografias do seu mais recente benjamim...Desculpem-me, mas tratar com frivolidade de assuntos desta natureza não se me revela muito, como hei-de dizer?, congruente...Afinal, penso que as vendas do livro não iriam sofrer um grande abalo se o seu conteúdo fosse explicitado de forma mais contundente e menos light, como quem está a dissertar sobre um livro de culinária ou mesmo de etiqueta social.


Quanto à eurodeputada Ana Gomes, que o apresentou, esteve bem, a meu ver, até, muito bem, comparativamente àquilo a que tenho, ainda que de forma mediada, assistido, isto, até descambar, no final, na postura que lhe é tão própria- depositar a responsabilidade, de forma simplista, no former government, do facto de muitos dos aviões da CIA, que transportavam prisioneiros para Guantanamo e outras suas "filiais" sujeitas à deslocalização por essa Europa, Marrocos e Médio Oriente fora, terem por aqui aterrado... A Dra Ana Gomes gosta, muito, de mostrar que tem uma pronúncia do Inglês muito cuidadamente descuidada, o que só lhe faz bem, pois resolve-a um bocadinho mais, ao mesmo tempo que nos lembra que temas que exigiriam uma descentração sublime podem, também, em alternativa, ser tratados respeitando uma dinâmica contrária...

Enfim, eu creio que, nestas sessões, a distribuição (gratuita) de um folheto digest das magníficas obras da Dra Paula Bobone e um chazinho, previamente, servido não fariam mal a alguém, muito pelo contrário- ficaríamos todos mais despertos para as regras da educação e bons hábitos consuetudinários e, já, agora, para a realidade...


whose shameful image?©

Quanto ao Dr. Mário Soares, esteve como ele próprio sempre esteve, designando o cárcere de Guantanamo como «uma vergonha mundial e um símbolo». Engraçado! a palavra vergonha activou, accionou, desencantou, despoletou, desencarcerou, imediata e inconscientemente, a minha memória (sempre a memória, essa grande delatora...) de paquiderme africano e lembrei-me, logo, de outras que por aí pulularam e pululam...Enfim, cada qual com a sua...

whose bloody Africa? ©

Ah, e por favor, não digam que estou a ser demasiado anti-sistémica, pois foi o próprio Dr. Mário Soares que prenunciou, regozijando-se, a morte do "politicamente correcto", essa dimensão que ele nunca abraçou, enquanto expressão da evolução da actual sociedade ocidental...Ao que a Dra. Ana Gomes acrescentou- "foi por isso que fizemos Abril..." Este v. na 1ª pessoa do plural assustou-me um pouco, não sei porquê...Aonde estaria a Dra. Ana Gomes no dia 25 de Abril de 1974? E durante o PREC? Estou curiosa...Certamente, aonde toda a gente deste país estava- a combater o fascismo...Estava tout le monde do lado certo, mais precisamente, na rive gauche das barracadas, perdão, barricadas (encarem estes francesismos como um tributo des(honorário) ao exílio do dr. Mário Soares em Paris, essa cidade de um glamour esplendoroso..), e a agonizar no Tarrafal; os do errado (no sentido dos ponteiros do relógio...) e, principalmente, os colaboradores mais acérrimos eram, meramente, figurantes contratados numa qualquer agência de inexistentes...


Di Vita Quotidiana, Vomito,Taccuino Sanitatis

Isto é, pergunto: alguma alma caridosa me pode dar um Gurosan? Estou com o estômago cada vez mais delicado e já se sabe que, quando os ácidos estomacais nos sobem à orofaringe, o resultado só pode ser borbulhante! Apre! este país padece mesmo de um ataque de Alzheimer colectivo desde há precisamente 34 anos! Alguém me tira deste filme, baseado num romance ficcional alucinado tomado como neo-realista, com um deficit galopante de coragem cívica e de hombridade viril?

: : consumidos pelo consumo consumimo-nos : :


Recebi este vídeo por email e considero-o muito pertinente no sentido da nossa consciencialização colectiva sobre os perigos iminentes do hiper-consumismo irresponsável a que nos remetemos...A factura já está a ser alta e mais inflacionada ficará se não nos apercebermos que o momento em que a porcaria varrida para debaixo da cama era disfarçada com a cobertura da inconsciência acabou...a bola de cotão é já tão grande que não nos deixará dormir...Fiat lux!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

: : Farinelli : . Venti turbini . : Lascia ch'io pianga : :

: : Parabéns ao Jansenista, sempre uma referência : :

whose Merlin and Morgan ©?

Quero enviar os parabéns ao JANSENISTA , sempre, uma referência de autêntica sapiência (aquela que se distingue da mera acumulação de conhecimentos, que por aí abunda em mentes cuja arrogância e atrevimento espelha bem a sua incontida e infame ignorância...O Mestre que me perdoe, não me contive...)

: : a crise do subprime e a liteira egípcia superprime : :

whose carpe diem powerpoint ©?

Em criança, fui uma dos milhares que fizeram a "ponte aérea" ex-colónias-Metrópole...creio que todos os que a fizeram partilham os mesmos sentimentos tão bem explicitados, ainda que de forma tão simples, no livro de Júlio Magalhães...um medo estranho, indefinido, uma euforia infantil pelo desconhecido que nos esperava e uma ansiedade propulsinada, instintivamente, pelo pânico dos nossos pais que, como adultos, prenunciavam um destino árduo...O que se seguiu constituiu uma das maiores lições da minha vida- ver pessoas que tinham até ali, uma vida socioeconómica fantástica, pelo seu esforço e dedicação à construção de uma nação, e não pelos mitos acéfalos da exploração alheia, ironicamente, hoje actualizada em pleno pelos que se assumiram como libertadores; dizia eu, ver pessoas como os meus Pais a não cruzarem os braços, a recomeçar do 0, sem lamúrias, sem tempo para chliques apoplécticos de flores de estufa, foi sublime!...
Daí que essa matriz me tenha ficado como orientação vivencial: recomeçar do 0 requer uma exponencial humildade, uma fé inexorável, uma esperança incontida...Deveras, um vencedor é aquele que cai e se levanta, que encara as derrotas como trampolins para o sucesso, que olha para a vida como uma corrida de obstáculos que se convertem em oportunidades...Sempre camoniana e cristã (ainda que os dois qualificativos sejam praticamente indissociáveis, contrariamente a análises de senso comum...), em várias temáticas e ilusões, afirmo como meu o lema "a necessidade aguça o engenho", pois, sempre, considerei as dificuldades e o sofrimento como pontes primordiais para o Conhecimento, para a humanização, para a aprimoração do ser que insisto em ser, passo o pleonasmo, e não meramente em existir...essa auto-superação nietzschiana, sempre cristã, apesar das leituras simplistas do autor, de facto, afirma-se como basilar: "o que não nos mata torna-nos", de facto, muito "mais fortes" e Deus só nos Concede as provações que temos a capacidade para digerir e metamorfosear em algo que nos purifique e liberte das vãs ilusões da matéria...

Como tal, ontem, ao visionar o Prós e Contras, não pude deixar de anuir com o que disse, por exemplo, a Guta Moura Guedes, sempre, com um discernimento notável, talvez pela sua visão distanciada de estrangeirada- as crises constituem óptimas conjunturas para se reformularem atitudes e estratégias, para se associarem, simbioticamente, áreas tradicional e um pouco provincianamente afastadas- a economia e a cultura, entre ela a arte....



Réné Magritte, Faux Miroir

As crises são, de facto, como as liteiras com corpos sem vida que um dos faraós do Egipto, sabiamente, mandava passar por entre a multidão da cidade, em épocas de grande prosperidade, abundância e concupiscência, vulgo, degradação vivencial, pois baixam-nos a crista, humanizam-nos, fazem-nos evoluir como seres humanos, aproximam-nos do Outro, fazem-nos centrar mais nas necessidades primordiais que nos desejos terciários supérfluos, obsessivamente, convertidos em ânsias diárias não muito saudáveis, fazem-nos construir rumos mais elevados...
Aproveitemo-la, pois, para, de forma optimista, ainda que não eufórica, construirmos um mundo melhor, Deus Está-nos a Conceder uma oportunidade de platina, para sairmos da lama a que os interesses, os mitos e os comportamentos menores nos conduziram...Fiat Lux!

sábado, 18 de outubro de 2008

: : repost : : o perdão pela outra perspectiva : :

whose forgiveness manifesto ©?
Num post anterior, falei do conceito de perdão na perspectiva de quem o concede, hoje, penso ser importante frisar a sua bivalência, i.e, abordando-o na perspectiva de quem o deve pedir. Todos nós cometemos falhas, umas mais graves do que outras, a perfeição humana ainda é uma quimera, embora, como dizia Madre Teresa de Calcutá, deva sempre ser procurada. Uma das máximas preferidas de uma pessoa minha amiga é a seguinte: "as desculpas não se pedem, evitam-se". Concordo plenamente, mas acrescento: pedir perdão não é uma desonra ou humilhação, bem pelo contrário, é um acto de grande dignidade, de grande nobreza moral, quando posto em prática de uma forma sincera, autêntica, uma vez que o sujeito que assim procede, depois de uma reflexão interna mais ou menos intensa e profunda, conforme o lapso em causa, descentra-se, pondo-se em questão perante si próprio, actualizando duas basilares máximas cristãs, uma das quais já evocadas no post anterior: "Ama o Próximo como a ti mesmo"; antes de julgares os outros, julga-te a ti mesmo. Deste modo, pode-se concluir que o acto de pedir perdão por algo que se disse ou fez que se sabe ser erróneo é uma das expressões da supremacia da consciência sobre os instintos, revelando como enunciador uma alma pura e honesta para consigo própria, para com princípios de vida elevados e para com os outros. Saber pedir perdão é uma qualidade de almas elevadas, descentradas, conscientes.

whose brave heart ©?
Mas, será que não há actos imperdoáveis? Na minha opinião sincera, há, de facto, circunstâncias imperdoáveis, nomeadamente quando, depois de a mesma falha do ofensor ser perdoada vezes sem conta pelo ofendido, esta se repetir até à exaustão, contextualizada num registo de arrogância, egoísmo animalesco, má formação moral e, claro, desrespeito pelos direitos do próximo. O que fazer aí? Mostrar, pedagógica e firmemente os limites ao ofensor, uma vez que este tipo de indivíduos, uma vez que se guiam, primordialmente, pelos seus instintos e não pela sua consciência, se não encontrarem resistência à sua maldade, continuarão a fazer vítimas durante o seu percurso vivencial muito apegado à sombra. Todavia, a imperdoabilidade destes actos deve ser externa, i.e, deve parecer ao ofensor que assim seja, porque, no nosso íntimo, e para respeitar os preceitos enunciados no post anterior, devemos mesmo é limpar o nosso coração do efeito dessas ofensas e "deixar as más acções com quem as pratica". Mostrar-lhes os limites não é, de facto, vingarmo-nos, apenas é uma forma de nos afastarmos de gente negativa, que nos faz mal, e lhes dizermos que não os queremos por perto.

: : vencedores versus vencidos : :

whose winner manifesto ©?
Enviaram-me esta mensagem por e-mail, que considero muito oportuna, pois explicita como o dom da humildade, contrariamente ao que a ideologia da arrogância dominante professa e pratica, está claramente associado ao do sucesso...Fiat Lux!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

: : apelo humanitário : : vamos defender o P. das garras de tiranos júniores de maldade sénior: :

whose joining hands ©?
O P. tem cerca de 25 anos, mas carrega, já, uma cruz bem pesada, que representa por meio de umas tranças em lã de tons arroxeados que, poeticamente, enverga ao redor da cabeça...Quando o vi pela primeira vez, fiquei admirada como um ser humano consegue ser tão poético na expressão da sua dor...
P. tem problemas psicológicos, mas é de um pacifismo tocante, anda pelas ruas determinado, mas sem incomodar quem quer que seja- a sua rotina quotidiana resume-se a deslocar-se a um parque de estacionamento, sito na marginal, na entrada de Oeiras (ao lado da bomba de gasolina localizada perto do McDonald´s), onde ajuda os condutores a estacionar os seus carros em troca do que eles lhe queiram dar. Essa é a sua única fonte de rendimento e é com ela que se alimenta.


Todavia, fui alertada por uma funcionária da CMO que, de há uns tempos para cá, um grupo de 4 tiranos adolescentes espera-o ou de manhã ou pelo final do dia para aterrorizá-lo e roubar-lhe, pela coacção, o parco pecúlio que vai juntando durante o dia.


Ontem, dirigi-me a um deles e disse-lhe que, se voltasse a incomodá-lo, iria certamente ter problemas, pois o que estava a fazer era um roubo, com base na violência psicológica mais animalesca...Avisei as autoridades que prometeram ajudar, mas com a natural ressalva de que o carro patrulha não poderia estar sempre no local.


O malvado foi-se embora, mas, hoje, informaram-me de que reapareceu e já extorquiu o dinheiro ao P. Ainda procurei a criatura, mas não o encontrei.


O P. precisa de ajuda para viver sem ser atormentado por estes bulliers. Estes actos de aterrorização devem ser travados antes que, pela impunidade, caucionada pelo medo de uns e pela cobardia de outros, a situação evolua para algo bem mais trágico, como aconteceu no Porto com aquele pobre travesti e, certamente, noutros pontos do país, com outros seres frágeis à mercê dos instintos mais maléficos alheios.
Junte-se a nós, vamos mostrar a estas criaturas já tão torpes que a união faz a força na defesa de seres frágeis, indefesos, alvos fáceis da cobardia e do sadismo alheios- no próximo sábado, dia 18 de Outubro, às 10h, esteja no parque de estacionamento, junto às bombas de gasolina, na saída da marginal em Oeiras, que ladeia o Mcdonald´s. Juntos, far-lhes-emos ver que o respeito pela vida alheia, pelo Outro, é fundamental para que alguém seja um ser humano decente e não, meramente, um bicho...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

: : uma loja eco-friendly adequada aos tempos de crise: :


Cláudia Sousa criou uma loja de artigos em 2ª mão para crianças, cujo conceito assenta no seguinte: o cliente selecciona a roupa e os artigos que pretende levar para a loja, entregando uma lista com a sua descrição. A Cláudia dá-lhe uma cópia da listagem com o carimbo da loja e, cerca de um mês depois, converte-o num crédito, que poderá ser usado em metade das compras efectuadas; caso as aquisições o ultrapassem, o clinte poderá pagar em dinheiro ou Multibanco.

Este tipo de lojas revela-se fundamental, não só pelo momento de crise que estamos a experienciar, mas, também, pelo conceito de reaproveitamento de materiais, fundamental a uma dinâmica eco-friendly (temos de nos consciencializar que o consumo compulsivo a que esta sociedade nos remete está a delapidar os recursos naturais de um planeta abusivamente explorado pela obsessão com a abundância, aquela que transforma desejos supérfluos em necessidades básicas compensatórias...)

Até porque as pessoas vivem na ilusão de que os grandes deste mundo só compram grandes marcas- enganam-se, por vezes, são pessoas que reciclam roupas, compram artigos mais baratos e modificam-nos, adoram artigos étnicos e verdadeiramente diferenciados...A obsessão pelas grandes marcas é mais acentuada nos novos-ricos...Hoje, no 1º mundo, a grande moda nas elites é a reciclagem, o alternativo, a autenticidade, a diferenciação e não, já, o luxo obsceno (isso é para as elites de 3º mundo...)

Aqui ficam os contactos: Trocas e Baldrocas (Artigos em 2ª mão para crianças)http://www.trocasebaldrocas.net/

Tel: 21 453 45 07 / 93 840 01 36

Rua Cláudio Lagrange, nº 369 2775-082 Parede - Murtal

domingo, 12 de outubro de 2008

: : magnífica citação do Hamlet de Shakespeare : :


Ontem, alguém me relembrou a seguinte declaração presente numa das mais emblemáticas obras do Poeta Britânico: "Sinto por dentro aquilo que vai muito além da aparência...” Sublime, não é? Tudo o que ultrapassa o óbvio, apesar de, frequentemente, muito simples, nos toca a alma, embevecendo-nos o ser...Fiat Lux!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

: : o que é um ser do Bem : :


Já várias pessoas me têm perguntado, quando menciono a expressão, o que eu entendo como ser do Bem...É uma questão que, parecendo simplista, é, deveras, complexa...No meu caso, ainda mais complicado se torna defini-la pois a dualidade que me é intrínseca por deveres profissionais e estrutura ética e espiritual fazem-me ter duas posturas distintas e quase paradoxais perante certos fenómenos: por um lado, as minhas opiniões profissionais têm de se pautar por uma objectividade fundamentada num relativismo consolidado na consciência da complexidade da realidade circundante; por outro, a dimensão espiritual, que é fundamental à minha permanência neste mundo, conduz-me a uma subjectividade orientada por princípios absolutos. Apesar desta ambiguidade estrutural, como é que eu definiria, então, um ser do Bem? Como alguém que mais do que não fazer, conscientemente, mal a alguém (todos nós magoamos alguém algum dia, mas há uma diferença entre fazê-lo calculada ou inconscientemente...), primeiro tipo que poderia ser designado como alguém neutro, assume-se e afirma-se como um indivíduo que faz o Bem a outrem, que tem gosto em apoiar e ajudar os outros, sem que a questão dos interesses pessoais se coloque (a ajuda por interesse é meramente uma troca, um negócio enfim, não é um apoio genuíno, sublime...); como alguém que se pauta por sólidos princípios e que detém uma consciência activa sobreposta a interesses e instintos particulares ...quanto ao 3º tipo, creio que, por exclusão de partes, já está, automaticamente, definido (que Deus os Ilumine!)...

: : ser-se humano vs ser humano : :

Criança e Geopolítica Observando o Nascimento do Homem Novo, por Salvador Dalí

O vocábulo humano é de uma ambiguidade paradoxal- tanto o podemos utilizar como qualificativo, significando uma grande virtude individual- a compaixão, a caridade (no seu sentido etimológico e não semanticamente evolutivo), a bondade, a solidariedade,...como referindo-nos ao lado mais instintivo, errático, de cada um...O nome comum ser humano pode, de facto, transmutar-se numa adjectivação essencial sublime ou prosaica, conforme o contexto...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

: : pensamentos soltos, notas rasgadas : : Agustina, sempre : :


Estando a reler O Vale Abraão, de Agustina Bessa-Luís, a minha eterna mais legítima candidata nacional ao Prémio Nobel da Literatura, pelas qualidades literárias e humanas (nunca afirmadas em discursos auto-panegíricos ou vaivades vácuas (VV) (confesso, o que mais me enerva no Saramago, para além, daquele olhar baço, duro, é a arrogância sêca...), sempre uma enorme falta de chá, convenhamos...) não resisto a postar, aqui, alguns excertos da obra que considero admiráveis:

"(...) Mas, com Emma, as coisas começaram a decompor-se. Ela significava a extremidade dalguma coisa, a sua beleza constituía uma exorbitância e, como tal, um perigo.

O que sentiram as senhoras Mellos quando a viram vestida como para casar, de branco e com um sorriso indefinível, ligeiramente cruel, como se fosse um animal de presa farejando a sua dieta de sangue quente, não foi nada agradável (...)

- Não sei explicar...A beleza dela confunde-se com uma espécie de génio (...)

Quanto a Emma, as irmãs Mellos sabiam que ela não possuía uma cultura. Era completamente desafectada de tudo, inclusive da beleza que tinha e do orgulho ou ambição que ela podia desencadear. Limitava-se, com quinze anos feitos, a inclinar-se da varanda do jardim e interrogar toda a gente que passava. Usava um tom desprendido, como se fosse uma princesa que via mover-se o mundo a seus pés, mas com o qual não tinha muito em comum. Não por vaidade, mas por pura desinibição e desfrute do seu tempo. Respondiam-lhe com a altivez amigável que se estabelece entre gente que dispensa a resistência de classes. Eram seus inimigos por princípio e, ao mesmo tempo, reciprocamente reconheciam-se como motivo para agir. O que uma pessoa vê na outra não é o seu semelhante mas o seu dissemelhante, o que lhe proporciona espontaneidade dos seus actos."
Simplesmente sublime!, como esta Senhora consegue, por palavras, comunicar o indescritível!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

: : ainda a respeito da questão do casamento entre homossexuais : :


Ainda sobre a questão do casamento entre homossexuais, alguém comigo argumentava, invocando a questão da importância da recuperação do conceito de família e dos valores intrínsecos ao mesmo..mas qual família e quais valores? Meus senhores, o conceito de família evoluiu (utilizo o vocábulo na sua acepção científica, i.e., no sentido de mudança, não necessariamente nem para melhor nem para pior...) com a História da humanidade e o que era a família romana não era a medieval nem a burguesa e muito menos a pós-moderna, hoje, tantas vezes, monoparental, quadriparental (perdoem-me o neologismo, refiro-me à união de pessoas divorciadas com filhos de ambos os cônjuges,...), alargada aos Amigos (a Família que escolhemos...), entre os quais, muitas vezes, os animais domésticos (capazes de uma elevada gratidão e de um Amor Sublime, porque totalmente abnegado, contrariamente a muitos seres que de humano já têm pouco ou muito, conforme as perspectivas da análise...) ou atomizada numa solidão total de sujeitos, tantas vezes, abandonados pelos próprios filhos e/ou netos a uma velhice miserável, etc...

Digam-me, lá, então, a qual dos conceitos e valores se referem? Permaneço na dúvida...o único conceito que poderei conceber é o do Amor, são os afectos fortes e profundos e esses podem ser actualizados por via de vários parentescos e tipos de relacionamento...I.e., neste campo, não interessa muito a forma, mas apenas o conteúdo...Aliás, tanto neste como noutros, as pessoas é que se iludem com os formatos, mas enfim, cada qual com o seu percurso e ninguém com o dos demais (You Can Thank God For It!)...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

: : a minha resposta directa e inequívoca quanto ao casamento de homossexuais : :


Sei que, se o meu Pai ler isto, "fuzila-me" (Graças a Deus que não é muito afoito às NTIC, mas, de qualquer das formas, sabe a filha que tem- desde muito cedo, que formei as minhas opiniões muito próprias e as enunciei com frontalidade e ele assim mo ensinou a estar e ser ...), afinal, já atingiu os 80 anos e, com essa idade, tudo é desculpável- outros tempos, outra mentalidade.

O que não consigo perceber é o facto de pessoas jovens e com um nível cultural aceitável terem o mesmo tipo de opinião quanto a esta delicada questão que, a meu ver, nem se deveria pôr, se estivéssemos num país verdadeiramente civilizado, onde os direitos individuais inalienáveis de cada um deveriam ser respeitados a qualquer custo, mas enfim, sabemos que a periferia, geralmente, está associada ao provincianismo de aldeia, tantas vezes disfarçado de um cosmopolitismo bacoco...

Bom, aqui vai: como heterossexual que sou, não tenho de impor a minha orientação a alguém, nem permito o contrário, mas respeito as orientações alheias, desde que o façam com adultos e com o consentimento mútuo. O que é que eu tenho a ver com a intimidade de outrem? Nada...O que é que me afecta se A tem uma relação com B ou C, desde que esse A não tenha alguma relação amorosa comigo? Nada...

Por que é que um casal de homossexuais que se amam não há-de ter o direito de oficializar a sua relação, como outra união conjugal qualquer? Por que é que o estigma da promiscuidade se aplica de forma estereotipada aos homossexuais, quando sabemos que, hoje, grande parte dos casamentos entre pessoas de sexo oposto ruem por infidelidade(s) contínua(s) e recursiva(s), por vezes, envolvendo situações completamente degradantes e até desviantes? E até mais: frequentemente, envolvendo relações paralelas homossexuais por parte de indivíduos não assumidos, publicamente, muito latinamente machos e avessos a irregularidades...Essa, então, é demais! E aposto que muitos destes meninos, que protagonizam "casamentos de fachada exemplares", tantas vezes, sujeitanto as companheiras a DSTs, são os primeiros a gritar a todos os pulmões contra a vontade legítima de constituir um lar e uma família de quem, dignamente, se assume e, honestamente, vive de acordo com a suas opções vitais, sem prejudicar quem quer que seja...

E até porque, como afirma um amigo meu, a palavra casamento vem da vontade de criar um lar, uma casa, a palavra matrimónio é que está religiosamente conotada ao sacramento que é o "santo casamento" (santidade, hoje, muito duvidosa, em termos estatísticos, pelo menos...). E mesmo que o não fosse- as palavras evoluem semanticamente com o tempo- como por ex. a palavra ministro que de "aquele que serve" passou a significar "aquele que é servido, que manda"...O que interessa uma palavra perante três dos princípios fundamentais de qualquer sociedade civilizada? - os da igualdade de oportunidades entre os cidadãos, de expressão de orientações ideológicas individuais (religiosas, políticas, sexuais, etc) e do respeito que deve prevalecer sobre a privacidade de cada membro desta organização colectiva.

Por que é que se nega o direito à adopção a pessoas que estão dispostas a dar Amor a uma criança, só porque as mentes iluminadas prevêem que o infante sofrerá o estigma de ter dois Pais ou duas Mães no processo de socialização na Escola? Por que é que em vez de se atacar a consequência nefasta de uma sociedade provinciana e quadrilheira, não se atacam as bases desta mediocridade? O que seria correcto seria promover-se nas Escolas e até em casa, com dignidade, o princípio da igualdade e do respeito pela vida e opções do Próximo, desde que estes não prejudiquem alguém (lá está- a defesa da liberdade, que deveria acabar aonde a do outro começa...), e não o julgamento completamente anti-pedagógico de senso comum, muito estreito à ignorância mais básica, profundamente injusto e cruel, esse sim que vai contra a Palavra de Deus, contra Aquilo que Jesus nos Ensinou, a "Amar o Próximo como a nós mesmos" e a não julgar o Outro com base na leviandade ...

Perguntem a uma criança abandonada em qualquer instituição estatal, sujeita, pelo que tem vindo a lume nos media, muitas vezes, às taras de, esses sim, pervertidos anormais e animalescos, se não preferiria viver num lar amada e respeitada por duas pessoas do mesmo sexo, que se tinham juntado por Amor... Se fosse eu, diria logo que sim e que defenderia os meus Pais ou as Minhas Mães, aqueles que me dariam carinho e me resgatariam da solidão, do abandono, ou até mesmo dos maus tratos de frustrados, tantas vezes heterossexuais, até à última gota de sangue e isso até me daria maturidade para, no futuro, saber distinguir o que é o Bem e o Mal, o que é a coragem e a cobardia, o que é a decência e a desistência de si e a insolência acefalizante... Responderia que com as insinuações maldosas de mentes menores poderia eu bem, até porque os pobres de espírito tendem sempre a gozar com os outros, uma vez que não detêm um grau de inteligência suficiente nem uma abertura de espírito profícua que os conduza ao respeito pelo outro e à auto-ironia...


Portanto, ter Pais homossexuais ou sofrer de obesidade, neste país, onde o bullying é uma prática corrente nos locais de Ensino, completamente ignorada, constituirá o mesmo tipo de impulso para estas mentes pequeninas pequeno-burguesamente formatadas ferirem e humilharem alguém...O que é que se faz, então, às crianças obesas? São doadas? teriam de ser sujeitas a um processo de emagrecimento forçado? E os feios, Meu Deus, o que faríamos a quem não correspondesse aos mitos de beleza actuais? Obrigá-los-íamos a ir a algum reality show que envolvesse práticas radicais de cirurgia estética?
Tenham dó...Não, o que se deveria fazer era atacar a causa destes comportamentos cobardes e ultrajantes, porque essencialmente malvados: educar estas mentes perversas, mesquinhas, parolas, enfim, que ainda não aprenderam que a perversão é, frequentemente, uma causa directa da repressão, muito adstrita à ignorância.
Por isso, se a questão estivesse sujeita a sufrágio, votaria inequivocamente SIM, claro, e, em termos cívicos, até me repugnaria ter de fazê-lo para legitimar a concessão de um direito a alguém, que julgo não deveria estar à mercê das opiniões alheias, tantas vezes assentes em preconceitos completamente estapafúrdios e em opiniões de cafetaria...Mas, enfim...Votaria SIM...
Quotidianamente, tento fazer muito mais do que isso- tento ensinar a minha filha a respeitar os outros e as suas opções individuais, que não envolvam o prejuízo de outrem, e a não julgá-los de acordo com as suas próprias idiossincrasias...A minha maior ambição para a minha filha é que ela seja, sempre, um ser do Bem, uma alma pura, cumpridora da Palavra de Deus, enfim, um ser humano decente. O resto são pormenores...
Essa sim, creio que é a melhor forma de fazer evoluir esta sociedade ainda tão manietada por um provincianismo completamente acefalizante...

PP: publico este post em honra de todos os Meus Amigos homossexuais, que vivem dignamente a sua orientação sexual e que dão lições de dignidade a muitos heterossexuais que, aparentemente, muito fiéis e respeitadores da "moral e dos bons costumes", nos bastidores, portam-se como uns autênticos devassos animalescos em processo de rapina constante... Faça-se Luz antes de termos como destino inexoravelmente intemporal as trevas medievalizantes...

domingo, 5 de outubro de 2008

: : outro post imprescindível do Combustões : :

Mais um magnífico post do Combustoes que tenho a obrigação moral, acompanhada de uma profunda devoção intelectual, de referir aqui:

Um livro-bomba (1)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

: : Amigos do Monstro : : quando o talento e a Amizade nos comovem : :





Work and Photos: Amigos do Monstro © (All Rights Reserved/ Sob as leis do Copyright)

No Mundo Mix Metro, tive a sorte de ter como vizinhos os talentosos criadores da Amigos do Monstro ( http://amigos-do-monstro.blogspot.com/).
Vejam só, acima postadas, as magníficas peças que a B. e o R. fazem ...Fiquei maravilhada com o seu talento e com a sua simpatia e Amizade.

B. e R., um forte abraço,
IM e MM