☼ All One Now ☼

By giving and sharing the best of ourselves we´ll all rise up ☼"Quando souberes o que É Éterno saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)


quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Repost: Pensamento do dia: confiança, lealdade e Amizade


Em fase de reposts, pois o tempo aperta e o contexto justifica-o, reposto aqui um texto que escrevi a 3/09/ 2007 sobre a amizade e a confiança.

Hoje, a superficialidade que inunda e imunda as nossas vivências leva-nos tantas vezes a alardear o número de amizades que possuímos! Apesar de considerar as generalizações sempre perigosas, porque profundamente injustas para com as dignas excepções, corroboro integralmente a máxima de que quem tem muitos amigos não tem amigo algum. A Amizade com maiúscula e não minusculizada é tão preciosa que é rara. Não será tudo o que é valioso raro e não banal? A Amizade, o Amor Sublime, o Agapé, é, antes de mais, um sentimento elevado baseado na lealdade que não admite qualquer tipo de interesse ou troca de índole material ou mundana. E com material refiro-me a qualquer objectivo focalizado nos interesses do próprio. A matéria degrada, consporca, diminui, indignifica. Se aplicássemos esse critério às nossas relações de amizade quantas restariam? Não sei... Tanta gente a delirar com as redes de conhecimentos superficiais, com os speed datings, com as relações de uma noite, com as amizades descartáveis, com os amigos coloridos! Não os estou a querer julgar do ponto de vista moral, apenas considero que se estão a iludir de forma extremamente compulsiva e autodestrutiva, pois os tempos podem ser outros, ainda bem que o mundo evoluiu, mas nunca nenhum ser humano será alguma vez feliz por usar e ser usado, nunca nenhum ser humano poderá alguma vez evoluir pela vulgaridade. É como ir às compras ou enveredar pela vingança, esse objectivo tão degradante, para apagar o vazio- no momento, sente-se a euforia consumista ou da mesquinhez, mas, quando se chega a casa ou se cai em si, o vazio dá lugar a um buraco negro! E aquele que usa o outro não está a diminuir o objecto, já não sujeito, mas a si próprio. Paralelamente, qualquer ser humano que humilhe ou maltrate gratuitamente o outro não está de facto a denegrir o outro, mas a degradar-se a si próprio. Então, quando essa humilhação é levada a cabo em grupo, ainda pior, pois a cobardia atinge aí o seu grau mais elevado.
Mas esta questão leva-nos a outra essencial: dar a outra face metaforicamente, como Jesus nos Ensinou, conceito que veio romper com o da tradicional retaliação (vocábulo provindo da Lei de Talião, expressa na máxima: "olho por olho, dente por dente"), é um sinal de grande dignidade, todavia, todo e qualquer ser humano tem o direito à sua defesa e de estabelecer os limites inultrapassáveis pelos outros. Uma amiga minha está-me sempre a repetir: defende-te ou serás devorada! A palavra devorada sempre me fez lembrar monstros prontos a mastigar os outros por prazer, como se masca uma pastilha...E, de facto, quem maltrata ou humilha por prazer não pode receber outro epíteto! Mas, voltando à questão inicial: a autêntica Amizade e não a amizade significando conhecimento superficial e mundano. Qual a base desse sentimento sublime? A confiança, aquela maravilhosa sensação de nos pormos na mão de alguém que esperamos nunca a fechará, esmagando-nos. E quando o punho se fecha? Quando alguém trai a confiança que nele(a) depositámos com o coração aberto? Quando esse alguém deita tudo a perder por interesses materiais e egocêntricos e interesses obscuros? E quando lhe perdoamos muda e reiteradamente vezes sem fim, mas a criatura, nem suspeitando que está a ser perdoada, pela força obscura do seu ego megalómano, ainda julga que, pelo contrário, o outro é que um(a) pateta, um(a) ingénuo(a) que nem merece consideração, pois acredita em tudo o que se lhe diz e nem riposta quando pisado (a). Bem, à trigésima sexta vez, não há mais nada que dizer do que: au revoir, até nunca mais, vai procurar outro(a) manso(a)que te ature a petulância, se não percebeste o que é o perdão, ainda que mudo, então é porque já nada podemos aprender um(a) com o(a) outro(a)...A Amizade maiusculizada minora-se num ápice e tudo o que nos parecia não dourado, porque dourado só Deus, mas abrilhantado pela vitalidade da confiança, ganha uma mácula aviltante, revolta-nos o estômago.
O que fazer nessas alturas em que um vazio terrível substitui um coração outrora pulsante de confiança? Bem, não querendo parecer um receituário e ainda que respeitando a premissa de que a cada organismo a sua cura, creio que apenas nos resta fazer como Siddhartha no início do seu percurso como personagem homónima da obra de Hermann Hesse: "esperar, jejuar (em sentido metafórico), pensar"...Esperar que a roda da vida se encarregue de pôr cada peça do puzzle no seu devido lugar (a Justiça Divina É Implacável); jejuar, não procurarmos substituir uma perda por um sucedâneo, dá sempre mau resultado e, em vez de uma desilusão, temos grandes probabilidades de ter logo duas seguidas e da mesma índole; pensar, extrair a faceta positiva de uma circunstância negativa, alcançando as ilações necessárias à nossa evolução pessoal, deixando que a razão prevaleça sobre emoções conturbadas. E, acima de tudo, não nos fecharmos ao mundo- por termos encontrado no nosso caminho um pedregulho que julgávamos uma pedra preciosa não quer dizer que não encontremos outras pedras preciosas em percursos ulteriores. São raras, mas que as há, há. Essa abertura de espírito é o que distingue a autêntica inocência da ingenuidade- inocente é quem, embora já se possa ter magoado muito com as vilezas mundanas, conseguiu manter uma certa candura que lhe permite vislumbrar os vindouros sem o espectro de quem o feriu no passado; ingénuo é meramente aquele que não tem experiência de vida, nem as defesas que daí advêm. Um inocente é, acima de tudo, um indivíduo responsável, uma vez que se engana porque, acima de tudo, defende e pratica a confiança no outro, embora tendo conscîência de que se poderá magoar nessa entrega; um ingénuo engana-se porque a sua pouca experiência de vida não lhe dá outra alternativa. Um inocente dirá: "prefiro ir sofrendo desilusões do que andar sempre desconfiado. No primeiro caso, apenas sofro no momento da desilusão, no segundo, sofro constantemente". Triste de quem pensa que traindo se eleva, de quem se depara com o diamante da Amizade e toma-o por um pedregulho e, alarvemente, o pontapeia! Triste daquele que deprecia a lealdade como um sentimento canino- e quantos é que chegam aos calcanhares dos nossos melhores amigos em termos desse sentimento sublime? Feliz de quem tem bons amigos, ainda que poucos. Muito raramente a quantidade está de facto associada à qualidade! Obrigada, meus Verdadeiros Amigos, o Vosso Carinho e Lealdade Fizeram de mim o ser humano que sou hoje. Aos outros que traíram a minha confiança- lamento, só me inspiram pena- desejo-vos o melhor, mas a léguas de mim! Que Deus vos Ilumine, que bem precisam! É tão triste viver no escuro, ainda para mais quando se tem como objectivo vivencial apagar a chama do coração alheio que, by the way, é inextinguível se se tratar de um autêntico inocente!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Não mexa com cachorro velho (...)"


Recebi esta história por e-mail. Leiam-na, que vale a pena:

"Cachorro VELHO


Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido. Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço .. O cachorro velho pensa:

-'Oh, oh! Estou mesmo enrascado ! Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador ... Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:

-Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí ? Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

-Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum... E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

-Aí tem coisa!O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:

-'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!' Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

-E agora, o que é que eu posso fazer ? Mas, em vez de correr ( sabe que suas pernas doídas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:

-'Cadê o malandro daquele macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca! '

Moral da história: não mexa com cachorro velho... idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência."

A exaustão de Heath Ledger : : a aceleração vivencial neste Mundo Plano



Heath Ledger (1979-2008), o actor que faleceu a semana passada, tinha concedido uma entrevista ao New York Times, duas semanas antes. Pelas suas palavras se pode inferir que a exaustão física e mental o estava a perturbar ao ponto de, já, numa última entrevista, revelar um certo descontrolo psicomotor. Neste Mundo Plano, cuja competitividade e aceleração constantes nos obrigam a ultrapassar os nossos próprios limites de resistência psíquica e física, frequentemente, descurando os sinais de esgotamento da nossa mente e do nosso corpo, situações dramáticas como esta começam a tornar-se comuns entre uma faixa populacional jovem.

Que a sua alma encontre a Paz que não encontrou nesta dimensão!


Aqui fica o excerto da entrevista que encontrei em: http://cinemanotebook.blogspot.com/2008/01/heath-ledger-1979-2008.html:
“Last week I probably slept an average of two hours a night,” he said. “I couldn’t stop thinking. My body was exhausted, and my mind was still going.” One night he took an Ambien, which failed to work. He took a second one and fell into a stupor, only to wake up an hour later, his mind still racing.(...)Even as he spoke, Mr. Ledger was hard-pressed to keep still. He got up and poured more coffee. He stepped outside into the courtyard and smoked a cigarette. He shook his hair out from under its hood, put a rubber band around it, took out the rubber band, put on a hat, took off the hat, put the hood back up. He went outside and had another cigarette. Polite and charming, he nonetheless gave off the sense that the last thing he wanted to do was delve deep into himself for public consumption. “It can be a little distressing to have to overintellectualize yourself,” is how he put it, a little apologetically."


Brokeback Mountain, uma das películas que consagrou o actor

Da vingança (zinha).............................

No outro dia, ouvia alguém que, numa mesa ao lado, com os olhos esbugalhados e a voz alterada pelo ódio visceral, repetia um dos provérbios mais arrepiantes que existem: " a vingança é um prato que se come frio". Eu diria mais- serve-se frio, engole-se a ferver e, já bem deglutido, gela e queima a alma! Como dizia o Poeta em relação ao Amor num dos seus sonetos, verso aqui adaptado a este sentimento demasiado medíocre, "é fogo que arde sem se ver", é um dos sentimentos mais descontentes que existe! De facto, há três sentimentos terríveis que ferem mais o sujeito que o objecto das suas investidas: a inveja, o medo e o desejo de vingança. Para dar um valente tiro no pé é o melhor do pior que há!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Congresso Nacional de Educação para a Saúde : : Universidade de Évora : : Novembro 2008


O Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora promove o II Congresso Nacional de Educação para a Saúde, que se realizará nos dias 19, 20 e 21 de Novembro de 2008, na Universidade de Évora.
A temática central é a saúde, enquanto direito fulcral individual e colectivo a ser protegido em qualquer sociedade humana, em consonância com o relatório anual de 1998 da OMS, que o encara como um dos factores primordiais associados ao índice de qualidade de vida das populações. Deste modo, lê-se, igualmente, no site da conferência: (...) os especialistas consideram que a educação para a saúde (EpS) deve ser orientada para preservação da saúde individual e colectiva. Esta é também uma das preocupações do Ministério da Educação português, considerando que "educar para a saúde consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde" (http://sitio.dgidc.min-edu.pt/saude/paginas/default.aspx). Neste âmbito, o Ministério da Educação definiu, claramente, as temáticas prioritárias actuais na vertente de EpS.Com base nestes princípios e dando continuidade a um trabalho que tem vindo a ser feito nesta área da educação (...)"

Petição online : : 1 de Fevereiro : : Regicídio : : Dia de Luto Nacional : : por SMF o Rei Dom Carlos I e SAR Dom Luís Filipe


Sua Majestade o Rei Dom Carlos I

Está online uma petição pedindo ao Exmo Senhor Presidente da República se digne autorizar que:

"1- que o dia 1 de Fevereiro de 2008, centenário do Regicídio, seja decretado dia de Luto Nacional;

2- que às 17:20 horas desse dia seja cumprido um minuto de silêncio, em homenagem a um dos maiores Chefes de Estado de Portugal e ao seu sucessor constitucionalmente consagrado. "

O texto diz, igualmente, o seguinte:
"A 1 de Fevereiro de 1908, pelas 17:20 horas, no Terreiro do Paço junto à esquina com a Rua do Arsenal, foram assassinados o Rei Dom Carlos I e o Príncipe Real Dom Luís Filipe. Este acontecimento trágico, geralmente reconhecido como um dos mais marcantes da História de Portugal, merece bem ser evocado com a imparcialidade e a clarividência que a distância de um século já permitem. Sem menosprezo das legítimas opiniões pessoais de cada um dos Portugueses acerca do regime actualmente vigente, consideramos importante e oportuno assinalar o centenário do Regicídio. Na verdade, trata-se de condenar um acto de terrorismo contra um Chefe de Estado legitimamente empossado e contra o seu sucessor constitucionalmente consagrado, acto planeado e perpetrado sem manifestação de vontade ou participação da esmagadora maioria de um Povo de índole pacífica e tolerante. Assim, ao abrigo do artigo 52º da Constituição da República Portuguesa e nos termos da Lei n.º43/90, de 10 de Agosto, vêm os signatários solicitar a V.ª Ex.ª o seguinte: 1- que o dia 1 de Fevereiro de 2008, centenário do Regicídio, seja decretado dia de Luto Nacional; 2- que às 17:20 horas desse dia seja cumprido um minuto de silêncio, em homenagem a um dos maiores Chefes de Estado de Portugal e ao seu sucessor constitucionalmente consagrado."

sábado, 26 de janeiro de 2008

Da nova lei anti-tabágica: considerações de uma ex-fumadora II


Continuando a saga do almoço de hoje, depois de sairmos do restaurante, continuei a tentar convencer as minhas amigas a deixarem de fumar, utilizando todos os argumentos de que me lembrava (posição que tomo sempre que nos encontramos). Eu sou uma defensora acérrima da nova lei, posso mesmo dizer que sou uma fundamentalista anti-tabágica e gostaria de pedir desculpas a todas as pessoas que incomodei com o meu fumo durante treze anos, até há, sensivelmente, uma década. Acreditem-me- desde essa circunstância bendita, que eu sei o que é suportar calada e agoniada o vício dos outros, sabendo que esse mesmo vício me está a ser imposto de forma parasitária! Não querendo cair no erro da petulância, considero o argumento a favor deste tipo de leis tão lógico, que não compreendo como é que pode haver tanta celeuma! Uma pessoa fuma, tem um vício, sabe que está a prejudicar a sua saúde, mas continua, porque retira prazer do acto, na ilusão de que o mal só acontece aos outros, mas isso é lá com o seu livre arbítrio de indivíduo autónomo; todavia, não tem nem um milímetro de direito de prejudicar alguém com a sua opção, i.e, o seu vício tem de ser vivido individualmente e toda e qualquer imposição, mais ou menos explícita, desse seu tiro no pé a outrem é ilegítima e um verdadeiro atentado aos direitos alheios, ainda para mais quando questões tão graves como a da saúde estão em causa. E com o qualificativo ilegítima refiro-me tanto à dimensão legal como à moral (não quero aqui aplicar a palavra imoral, pois já sofreu uma evolução semântica para determinados significados idiossincráticos que não se coadunam ao actual contexto).
E que argumento fortemente pragmático posso eu apresentar aos actuais fumadores para abandonarem o vício? Bem, o cancro dos pulmões, da garganta ou da boca do próprio já não resulta, o envelhecimento precoce também não, o cancro nos pulmões dos fumadores passivos, mesmo o das pessoas que amam, muito menos,... bem, vou optar por um mais pragmático. Aqui vai: aquilo que começou pela publicação de uma lei totalmente justa e adaptada às ânsias de uma considerável fatia da população, que se iniciou como um acto formal com efeitos práticos, vai-se transformar, rapidamente, numa norma sociocultural de exclusão que influenciará em muito a dimensão laboral. Passo a explicar: mesmo que a entidade patronal tenha de aplicar a lei por pressão exterior, mesmo que o patrão fume e não concorde de todo com esta lei, o facto é que um trabalhador que se levante a cada 20 minutos para fumar, retirando-se do seu local de trabalho, e que, de cada vez que o fizer, se ausente por 10 minutos, num dia de trabalho normal das 9h às 17h, contribuirá para uma deflação de 2 h 20m do seu índice de produtividade (raciocínio: 2 x cada 60 minutos = 20 minutos perdidos em cada hora; 20 x 4 (período matinal)= 80 + 20 x 3 (período vespertino) = 60 + 80= 140 minutos = 2 h 20m).
E olhe que isto não é um pensamento maquiavélico e maldoso, bem pelo contrário, como julgo isto inevitável creio que agora existem todas as razões do mundo para deixar de fumar! Desejo-lhe toda a sorte e coragem do mundo para pôr em prática essa decisão sempre adiada e, se for crente ou acreditar na extraordinária força que a nossa mente detém , tente fazer uma promessa, repita ao espelho, todos os dias, o quanto o tabaco lhe faz mal, visione a deterioração do seu organismo sempre que pegar num cigarro, pense no seu envelhecimento precoce numa era que privilegia a juventude como máxima primordial, vai ver como o poder da mente o conduzirá a uma rejeição orgânica do tabaco.

Da nova lei anti-tabágica: considerações de uma ex-fumadora I

"Secção transversal de um pulmão humano. A área branca no lobo superior é o câncer; as áreas pretas indicam que o paciente era um fumante." Fonte da imagem: wikipédia


Hoje, fui almoçar com duas amigas de infância, para dizer a verdade, duas das pessoas que mais admiro- são do signo Leão e, desde pequenita, encarei-as como um modelo de vida a seguir, dado que sempre preferiram "quebrar que torcer". Bem, o facto é que são fumadoras e, hoje, o assunto não poderia deixar de ser a nova lei anti-tabágica, uma vez que estavam as duas nervosíssimas para se levantarem da mesa e irem fumar o seu cigarrito e o meu hábito de beber o chá quase à gota estava a pô-las à beira de um verdadeiro ataque de nervos . Bem, não era só o chá, era mais uma vez a minha campanha anti-tabágica- quando vejo alguém a fazer mal a si mesmo fico muito angustiada, o que é reforçado se a pessoa em questão for uma das que, sempre, estarão no meu coração!
Eu sou uma ex-fumadora, já não fumo há quase uma década- deixei de fumar alguns meses antes de engravidar! E, dizem, geralmente as pessoas, quando lhes conto esta peripécia: "grande coragem, hein? como é que conseguiste?" E eu lá adianto sinceramente: "não foi coragem, tive a sorte de o meu organismo começar a rejeitar o tabaco." "O quê?", perguntam-me, não raro, como se eu tivesse entrado por instantes na twilight zone. "E como é que esse milagre aconteceu?" Bem, primeiro tenho de esclarecer que fumava perto de 10 cigarros por dia, não era portanto uma fumadora compulsiva! Todavia, tinha já tentado, por diversas vezes, deixar de fumar, mas ao 3º dia, pumba, lá voltava eu a queimar os pulmões! Até que um dia fiz uma promessa à Nossa Senhora e não a cumpri durante bastante tempo- voltava, invariavelmente, a pegar no cigarro, sempre com a desculpa que era só aquele, que passaria só a fumar socialmente e patati, patátá, patátá, patati, (as mentiras que, por vezes, pregamos a nós próprios são de bradar aos céus!). Acontece que, como sou crente e gosto de cumprir o que prometo, quer a humanos quer a Seres Divinos, comecei a sentir-me bastante mal comigo mesma...Sentia-me desleal, que estava a trair a palavra dada a um dos Meus Protectores Celestes e lembrava-me, sempre, de um dos primordiais testemunhos que os meus Pais me legaram como herança simbólica, mais por actos do que pelo verbo- o de que a nossa palavra é o espelho da nossa honra (é verdade, ainda acredito na noção de honra, como dimensão salvaguardada pelo respeito por princípios que se me revelam como sagrados! Enfim, manias!).
Bem, ia eu a contar que, apesar da promessa, caía sempre na armadilha da tentação desse objecto inflamável e potencialmente cancerígeno....Todavia, um dia, quando levei o cigarro à boca, senti um enjoo terrível, não liguei, mas aquela sensação prolongou-se sempre que repetia o gesto. Moral da história: deixei de fumar, não por qualquer tipo de coragem, mas porque o meu subconsciente me fez o favor de associar o acto de fumar ao de não cumprir a palavra dada!
Ah, but last but not least, tenho, igualmente, de acrescentar: o facto de o meu companheiro de vida, desde há 16 anos, não fumar ajudou-me imenso! Isto é, mais do que a mim própria, tenho de agradecer Aos Meus Potectores Divinos, ao meu organismo, ao meu marido e à acérrima campanha anti-tabágica encabeçada pelos meus progenitores durante anos (o meu Pai fumou durante 40 anos e deixou de fumar sem qualquer tipo de ajuda externa- no caso dele, foi mesmo coragem!), que instituíram uma lei doméstica - quem quisesse fumar iria para a varanda ou então para o exterior.
Por falar nisso, gostaria, também, de reforçar um agradecimento a estes dois seres maravilhosos que tenho a sorte de ter como Pais: desde sempre, me deram toda a liberdade do mundo para tomar as minhas opções de vida, apenas me informavam dos riscos que sempre circundaram épocas mais vulneráveis da vida de um ser humano, nomeadamente, a adolescência. Tento, agora, passar o testemunho à minha descendência: só se vive a responsabilidade com liberdade, apesar de a autoridade (e não o autoritarismo) ser essencial para que limites salutares sejam estabelecidos. A bem do protagonista!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Post nº 100: Nos céus de Moçambique no Dia Mundial da Liberdade.....................


Photo´s source: Paulo Noia Pereira, Mozambique, October, 1973, apud http://voandoemmozambique.blogspot.com/


Fiz o meu baptismo de voo tinha aproximadamente um mês de idade, voando da Beira para Mambone, em Moçambique. Talvez por isso os aviões me encantem desmesuradamente- afinal, são, em parte, um dos meus primeiros berços. Inesquecíveis se revelam as inúmeras viagens de avioneta pelos céus de Moçambique com a minha família e os magníficos pilotos, amigos de meus pais, entre os quais destaco o Sr. Leonel, que sempre nos conduziram a porto seguro, mesmo debaixo de violentas tempestades tropicais.


Photo´s source: http://voandoemmozambique.blogspot.com/


A vida da minha irmã mais velha foi salva por um piloto da Força Aérea Portuguesa, Jacinto Veloso que, após a independência, se tornou membro do governo moçambicano. Este magnífico piloto, mesmo sob uma tempestade devastadora, teve a coragem de levantar voo no aeródromo do Monapo em direcção a Nampula, conseguindo que a minha irmã fosse socorrida na Casa de Saúde do Marrere. Muito obrigada, Jacinto Veloso!
Está explicada a minha grande paixão por aviões. Ao longo dos anos, tenho continuado a viajar neste magnífico meio de transporte, mas a magia e o encanto dos aeródromos e aeroportos moçambicanos da minha infância nunca mais a encontrei nas actuais aerogares despersonalizadas. Que saudades das tardes de domingo passadas no café do aeroporto da Beira! Que saudades do aeródromo de Mambone, de terra batida avermelhada, onde íamos observar a aterragem das avionetas.



Aeroporto da Beira, anos 70 por Jorge Guerra/ Beira´s airport in the seventies by Jorge Guerra Photos´ source: http://voandoemmozambique.blogspot.com

Há quase 5 anos, matei as saudades das viagens de helicóptero, na rota Málaga/ Ceuta, Ceuta/ Málaga, quando participei como oradora no III Congreso Nacional sobre Inmigración, Interculturalidad y Convivencia, patrocinado pelo Instituto de Estudios Ceutíes, na Ciudad Autónoma de Ceuta, entre 17 e 20 Junho de 2003, instituto pelo qual sou, agora, investigadora.

Muchas gracias, mios grandes amigos Ceutís / Thank you so much my dear Ceutí friends

Ever since I came to Portugal I´ve never had the opportunity to fly by helicopter again as I did in Mozambique, my homeland. Well, in 2003, I had a wonderful experience- I flew from Malaga to Ceuta in this beautiful bird. I was so happy- I was in African soil again, it was my very first paper presented at a conference and this one- the 3rd National Immigration Congress- was particularly important regarding both presenters and the programme. Everyone was so nice to me and I met so wonderful people there that I´ll always keep them in my heart. They were the ones who gave me the opportunity to start my academic publishing activity and my gratitude is far too deep for me to forget my Ceutí friends. Therefore, more than a mere trip I think of it as a symbolic and initiating journey who led me towards knowledge and real friendship.


Ceuta, Spain, 2003
Isabel Metello ©



Ceuta, Spain, 2003



Ceuta, Spain, 2003



Ceutí Mosque, Spain, 2003


Na blogoesfera, existem dois magníficos espaços simbólicos onde podemos matar saudades tanto de Moçambique como da paixão pelos aviões. São eles Voando em Moçambique de Luísa Hingá (http://voandoemmozambique.blogspot.com/ ) e o Forever Pemba(http://foreverpemba.blogspot.com/). Visite-os e deslumbre-se!



Luísa Hingá, Voando em Moçambique ©




Forever Pemba ©

Resultados da 3ª sondagem lançada pelo BNW

E a 3ª sondagem lançada pelo BNW acerca de Siddhartha: Um Poema Indiano de Hermann Hesse resultou nos seguintes valores percentuais relativos às respostas seleccinadas pelos leitores perante a questão: qual (quais) julga ser(em) a(s) capacidade(s) fundamental(is) que levou(aram) o protagonista a atingir o nirvana?
No total de 22 votos, a humildade foi eleita como característica fulcral que conduziu Siddhartha ao alcance da purificação espiritual, com 61%(8);
Seguiu-se: 2º a descentração com 53% (7);
3º a paz interior 30% (4) ;
4º a personalização do percurso vivencial 23% (3).

Siddhartha: Um Poema Indiano/ Siddhartha: an Indian Poem

Siddhartha: Um Poema Indiano

Esta obra de Herman Hesse conta a história de Siddhartha, o único filho de um líder espiritual hindu, e de Govinda, o seu melhor amigo, detentor de uma alma pura, desejando ambos atingir o Nirvana, a Energia Pura de Atman, através da meditação e da erosão dos seus egos. Com este objectivo em mente, vão viver durante três anos com os samanas, que lhes ensinam como vencer a fome, a sede e a dor, enquanto meios que lhes permitem escapar do corpo e alcançar a Pura Essência. Todavia, depois deste período, eles deixam a comunidade de ascetas e conhecem Gotama, o Buda, o Perfeito e o Único a conseguir libertar-se da roda da reencarnação. Govinda fica tão fascinado com a sua doutrina que permanece com o Perfeito e os seus discípulos nos bosques de Jetavana. Siddhartha não fica- ele crê que Atman e a Essência Eterna de Braman só pode ser encontrada e vivida no seu próprio eu. Os samanas ensinaram-no a alcançar essas dimensões sagradas pela força da mente sobre o corpo, mas ele sabe, agora, que nem a racionalidade, nem a sensualidade podem conduzi-lo ao Sentido Supremo. Dirige-se sozinho para a cidade, atravessando o rio num barco conduzido por Vasudeva, um homem pobre e simples, mas profundamente espiritual que acredita que o rio é a verdadeira fonte de sabedoria. Na cidade, Siddhartha conhece Kamala, uma bonita e rica mulher cujo modus vivendi é dar prazer a homens poderosos. Ele fica tão fascinado com a sua beleza que vai à sua casa e pede-lhe a sua companhia. Ela diz-lhe que só pode atender homens ricos. Sansara, o mundo dos Sentidos, está, agora, a conquistar a alma de Siddhartha. Kamala apresenta-o a um dos seus clientes- Kamaswami-, um homem de negócios rico e poderoso que fica fascinado com a força da mente de Siddhartha, que o conduz, frequentemente, ao sucesso nos negócios. Siddhartha despende tantos anos nesta vida luxuosa que, gradualmente, se vai esquecendo da sua busca inicial por Atman e Braman dentro de si. Contudo, um dia, desiludido com o seu estilo de vida materialista, foge novamente e consciencializa-se que estava a escapar ao seu objectivo vivencial. Quando atravessa de novo o rio, fala mais uma vez com Vasudeva e toma consciência de que o seu lugar é ao lado deste simples mas santo homem que, sem quaisquer pensamentos profundos ou frases e palavras complexas, encontrou a pureza, a paz de espírito, a serenidade e a bondade. Certo dia, Kamala escapa da cidade com o seu filho. A sua beleza e juventude estão agora disfarçadas com as rugas do tempo e ela convertida à doutrina de Buda. No entanto, a morte está à sua espera- quando adormece, uma cobra pica-a. Siddhartha e Vasudeva encontram mãe e filho e levam-nos para a cabana onde vivem perto do rio, a fonte de conhecimento. Kamala morre, mas primeiro informa Siddhartha de que o filho é seu. O rapaz fica com eles, mas, à medida que vai crescendo, o ódio pelo seu pai e por aquele estilo de vida simples vai aumentando. Ele parte, as saudosas memórias de uma vida luxuriosa e mundana conduzem no à cidade. Siddhartha fica com o coração desfeito- pela primeira vez, experiencia um amor autêntico e incondicional e uma dor profunda. Ele persegue o rapaz, mas não o consegue encontrar e desiste. Agora, sabe o que o seu pai sofreu com a sua ausência, agora compreende que cada um de nós tem o seu próprio percurso de vida, que ninguém nos pode dizer como percorrê-lo. Siddhartha percebe que Vasudeva vai morrer dado que este apresenta já a expressão serena de Buda, antes da sua tão feliz consumação na floresta, para onde se dirige quando pressente a partida. Siddhartha tem agora a certeza de que Vasudeva já contém tudo dentro dele, ele já alcançou o Nirvana. Por fim, Siddhartha também alcança Atman e Braman e compreende que cada ser vivo tem estas dimensões sagradas dentro dele e que não existe nem passado, nem presente, nem futuro, mesmo o mais pecaminoso indivíduo um dia alcançará o Nirvana e será libertado da dinâmica da reencarnação, através da sua evolução gradual como ser humano. Siddhartha morre e Govinda observa-o a partir com a mesma expressão serena de Vasudeva e de Buda.
Copyright Isabel Metello


Photo: Isabel Metello ©, British Museum, China Pavillion, 2007



Siddhartha: an Indian Poem

This book tells the story of Siddhartha, the only son of an hindu spiritual leader, and Govinda, his pure best friend, who aim at achieving Nirvana, the Pure Energy of Atman, by meditation and the destruction of their egos. Firstly, they go to live three years with the samanas who teach them how to cope with hunger, thirst and pain as mediums to escape the body and reach the Pure Essence. However, after this period, they leave the ascetic community and meet Gotama, the Buda, the Perfect and only One to be able to liberate himself from the wheel of reincarnation. Govinda becomes so fascinated with his doctrine that he stays with Gotama and his followers at Jetavana woods. Siddhartha doesn´t stay- he believes that Atman and the Eternal Essence of Braman can only be found and lived in his own self. The samanas have taught him to reach them by the power of mind over the body but he knows now that neither rationality nor sensuality can lead him to the Supreme Meaning. He goes alone to the city, crossing the river by boat conducted by Vasudeva, a poor, plain but very spiritual man who believes the river is the real source of wisdom. At the city Siddhartha sees Kamala, a beautiful and rich woman whose way of living is giving pleasure to powerful men. He is so fascinated by her beauty that he goes to her house and ask her for her company. She says she only attends rich men. Sansara, the World of Senses, is now conquering Siddhartha´s soul. Kamala introduces him to one of her clients- Kamaswami-, a rich and powerful business man who becomes fascinated by the powerful mind of Siddhartha, which leads him to success in trade affairs. Siddhartha spends so many years in this luxurious life that he gradually forgets his initial search for Atman and Braman within his own self. However, one day, disappointed with all this materialistic life, he escapes again and finally realises that he was escaping his goal in life. When crossing the river he talks once more to Vasudeva and realises that his place is beside this plain but holly man who, without deep thoughts or complex words and sentences, found authentic purity, peace of mind, serenity and kindness. One day, Kamala escapes from the city with her son. Her beauty and youth are now disguised by the wrinkles of time and she had converted herself to the doctrine of Buda. However death is waiting for her- when she falls asleep, a snake bites her. Siddhartha and Vasudeva find them both and take them to the hut where they live near the river, the source of knowledge. Kamala dies but first she tells Siddhartha that the child is his. The boy stays with them but as he grows older his hate for his father and that kind of simple living gets stronger. He leaves, the memories of a luxury and mundane style of living lead him to the city. Siddhartha is heart broken- for the first time he experiences real unconditional love and extreme pain. He goes after the boy, but he can´t find him. He gives up. Now he knows what his father suffered with his absence, now he understands that each one of us has his own path in life, that nobody can tell us how to walk through it. Siddhartha perceives that Vasudeva is going to die because he is with Buda´s serene expression but, before his so joyful death at the forest, Siddhartha is certain that he contains already everything in him, he has already reached Nirvana. Siddhartha also finally reaches Atman and Braman and understands that every living being has these sacred dimensions in himself/ itself and that as there is no past, present or future, even the most sinful person someday is going to reach Nirvana and be liberated from the dynamics of reincarnation, by gradually evolving as a human being. He dies and Govinda watches him going away with the same Vasudeva and Buda´s serene expression.
Copyright Isabel Metello

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Paul McCartney pede boicote à China por maus-tratos a animais











Paul McCartney lidera uma causa que defende o boicote aos Jogos Olímpicos 2008 em Pequim e promove uma petição de protesto viabilizada online, devido aos maus tratos a que são sujeitos muitos animais naquelas paragens, de acordo com dados recolhidos por esta campanha.
Este movimento liderado pelo cantor britânico afirma ser prática comum, na China, arremessarem-se animais domésticos como vacas, galinhas e coelhos vivos a leões e tigres de jardins zoológicos. Acusam, igualmente, os funcionários dos zoológicos do incentivo ao público para que tragam animais vivos que possam ser oferecidos aos predadores. Este espectáculo macabro é uma fonte de atracção para turistas que se comprazem com estas cenas horríficas, devidamente acomodados nos autocarros alugados para estas excursões ao terror.
A organização acusa, igualmente, a polícia chinesa de caçar, imobilizar e abater, de forma bárbara e cruel, milhares de cães como pretensa medida sanitária. Recentemente, face a uma epidemia de raiva que se disseminou por várias províncias chinesas, foi autorizado o abate em massa de uma extensa população canina. Os animais foram mortos à paulada ou por enforcamento, cerca de 500 mil cães foram barbaramente chacinados. Nem os animais que possuíam donos e estavam devidamente vacinados escaparam à matança, segundo dados deste movimento cívico.
Paralelamente, a organização tem reportado um novo fetiche bárbaro que se está a disseminar entre os chineses- o crush, que consiste em esmagar um animal até à morte.



Como tal, a organização apela à assinatura da petição online e ao BOICOTE MUNDIAL contra os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, ao turismo e à compra de produtos chineses.
Um dos seus slogans é: "ENQUANTO VOCÊ OBSERVA ESSAS FOTOS, DO OUTRO LADO DO MUNDO, CENTENAS DE MILHARES DE CÃES, GATOS E OUTROS ANIMAIS ESTÃO SENDO BARBARAMENTE MORTOS EM NOME DA INSANIDADE. SÃO GRITOS NO INFERNO CLAMANDO POR SOCORRO."

E apelam: "Assine a Petição: http://www.thepetitionsite.com/takeaction/395884823

"Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o homem, há uma só diferença: a vítima."
Lamartine

A tortura : : a arte dos cobardes : : cão moribundo como obra numa exposição


Foto: Dalia Chevez


Volto, aqui, a postar uma história macabra, depois de receber um email relativo a uma petição, que não posso nem devo ignorar:

"Cão morre numa exposição
Uma estranha forma de arte

O artista Habacuc deixou um cão morrer à fome durante uma exposição. Os defensores dos direitos do animais já lançaram uma petição online para que o artista seja banido da Bienal Centroamericana Honduras 2008.

O cão foi capturado num bairro pobre de Manágua.

O artista Guillermo Vargas, mais conhecido por Habacuc, está a dar que falar em todo mundo. O motivo desta atenção não são as suas obras de arte, mas sim o facto de ter deixado propositadamente um cão morrer à fome durante a sua última exposição.
A "Exposição nº1" teve lugar em Agosto, em Manágua, na Nicarágua. À entrada, os visitantes podiam ler a frase "És o que lês", seguindo-se um cenário pouco comum: entre as obras do artista estava um cão, faminto e doente, amarrado por uma corda a um canto da sala.
Mesmo após alguns apelos dos visitantes para que o animal fosse libertado, o artista recusou-se a fazê-lo justificando que se tratava de uma homenagem a Natividad Canda, um nicaraguense que morreu depois de ter sido atacado por um rotweiller. Ironicamente, o cão acabou por morrer à fome em plena exposição quando o título da amostra estava escrito numa parede através de uma colagem feita à base de comida canina.
Os motivos do artista
"O importante para mim é constatar a hipocrisia alheia: um animal torna-se o centro das atenções quando o ponho num local onde toda a gente espera ver arte, mas deixa de o ser quando está na rua", justificou o artista ao jornal costa-riquenho La Nación. "O cão está mais vivo do que nunca porque continua a dar que falar".
O caso chocou os defensores dos direitos dos animais, que se juntaram numa petição online para que Habacuc seja excluído da Bienal Centroamericana Honduras 2008, onde deverá ser um dos representantes da Costa Rica. Mais de setenta mil pessoas já assinaram o documento, repudiando o trabalho de Vargas."

Texto retirado do Expresso online: Paula Cosme Pinto

Outros links onde esta história pode ser lida são: http://www.pluginamp.com/network/node/3575

Pede o referido email: se quer impedir este ser abjecto de receber um prémio na Bienal Centroamericana Honduras 2008, por favor, assine a seguinte petição, preenchendo os campos do nome, e-mail, localidade e país em: http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

21 de Janeiro : : Dia Mundial da Religião


Salvador Dalí, The Last Supper , National Gallery of Art, Washington


Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Religião.
O étimo latino religo, as, are, avi, atum remete-nos para a noção de ligação entre o homem e a transcendência de Deus ou de deuses. Como tal, o conceito de religião, embora pleno de complexidade, pode ser, simplisticamente, definido como a crença n´ Uma ou várias Entidade(s) Sobrenatural (is), Associada(s) à criação do universo, assim como na vida espiritual para além da morte física.
Pode-se, igualmente, definir este complexo conceito como um corpo de regras e doutrinas, com base em princípios filosóficos, éticos e metafísicos que modelam o modus vivendi e a forma mentis de uma comunidade, de um conjunto de indivíduos mais ou menos extenso ou, até, de um indivíduo isolado.
Assim, a fé numa dimensão ou dimensões meta-terrenas, metafísicas, e em divindades mais ou menos naturais acompanha o Homem desde tempos imemoriais.
E. B. Tylor considera mesmo que a evolução da dimensão religiosa da vida humana foi paralela ao desenvolvimento tecnológico e sócio-cultural da humanidade- a “religião inicial”, o animismo, que se baseia na crença da presença da transcendência em determinados seres, fenómenos ou elementos naturais, deu lugar, segundo este antropólogo, ao politeísmo (crença em diversas entidades divinas), quando o homem se sedentarizou, abandonando um modus vivendi mómada; o qual, por sua vez, evoluiu (aqui o vocábulo evolução é utilizado na sua acepção científica, significando apenas mudança e não melhoria) em direcção ao monoteísmo (crença numa Entidade Divina Una), quando as comunidades humanas se começaram a organizar em grupos sociais. Como se constata, esta tese é contestável, uma vez que são várias as comunidades humanas que, estando socialmente organizadas, se mantiveram politeístas, durante séculos, como a grega, a romana, a hindu, etc.
Já a entronização da Razão setecentista como dogma substituto da Religião enquanto instituição e ideologia dominante conduziu muito boas almas ao ateísmo, que, na sua larga maioria, consideravam e/ou consideram uma ideologia própria de iluminados que detêm e/ou detinham o privilégio de conduzir as suas vidas de acordo com uma racionalidade dita objectiva, embora propulsionada por um subjectivismo individualista laico.
Acontece que a própria ciência evolui pelo critério da falsicabilidade, segundo Popper, i.e, uma teoria é válida até que outra a deponha e é a própria ciência que tem provado que nem só de razão vive a mente humana, nomeadamente, no que concerne, por exemplo, às emoções, ainda que estas sejam, alegadamente, imputadas à biologia e à genética. De qualquer das formas, se ninguém pode provar, cientificamente, a Existência de Deus, o facto é que, também, ninguém o pode fazer quanto à Sua não Existência. E não nos esqueçamos que grandes cientistas como Einstein detinham uma crença profunda em Deus. Como tal, a associação de senso comum da religiosidade à ignorância resulta totalmente apócrifa, contraproducente e até contraditória, pois uma total negação de Algo assume-se como uma posição tão dogmática, arrogante e fechada como a sua afirmação impositiva.
Einstein defendia: “ciência sem religião é coxa; religião sem ciência é cega”. Numa declaração por si proferida quando interpelava por via televisiva o povo americano, que o acolheu na sua fuga ao despotismo nazi (filmagem disponibilizada ao público na exposição À Luz de Einstein, promovida pela FCG) afirmava igualmente: “A nossa era está orgulhosa do desenvolvimento intelectual humano (...) Procurar a verdade é uma das actividades humanas mais nobres (...) [porém], não devemos transformar o intelecto no nosso deus, ele tem músculos poderosos, mas não tem personalidade, pode conduzir, não pode servir (...)[deveras], o intelecto tem um olho afiado para métodos e para a verdade, mas é cego para valores e fins”.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

"Água" de Deepa Mehta: Um Hino ao Amor, à Dignidade Humana e à Vida


Photo of the video´s cover: Isabel Metello ©


Não foi com muito assombro que visionei a mais recente obra cinematográfica da realizadora indiana Deepa Mehta (nomeada para os Óscares 2007 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro), dado que, desde sempre, os filmes indianos me deslumbraram pela sua magia imagética. Das minhas raízes muito mais inter do que multiculturais, fazem parte as cores, os sons e os sabores fortes da cultura iconográfica, musical, filosófica e gastronómica deste povo que comigo partilha o Oceano Índico como berço.
Todavia, este filme tangeu-me a alma pela sábia junção, no seu fabuloso argumento, desse exotismo, sempre presente nas minhas mais recônditas memórias, que me moldou as minhas percepção e expressão estéticas e filosóficas, a uma sensível abordagem de dois temas tabu. Com efeito, o leitmotiv desta película é o destino inexorável e dramático das viúvas hindus que, de acordo com a tradição, ou são queimadas vivas na pira em que arde o cadáver de seu marido, ou dever-se-ão isolar como párias (do Tamul pareyar, tangedor de bombo, os intocáveis, a casta mais baixa entre os hindus, alvo do desprezo das demais), estando-lhes reservado um inelutável ostracismo social até ao final das suas desafortunadas, trágicas, existências.
Esta película relata como a mendicidade e, tantas vezes, a prostituição das mais novinhas são a única forma de sustento de quem a sociedade rejeitou para todo o sempre; como uma dessas casas de abrigo acolhe Chuyia, uma criança que, com apenas 8 anos, já é viúva e Kalyani, uma bela jovem que, também, face ao mesmo estado, vê-se obrigada, desde tenra idade, a vender o corpo, em troca de umas míseras e malditas moedas, acabando por se libertar dessa tortura imposta ao apaixonar-se por um jovem culto e de casta elevada, admirador confesso dos ensinamentos de Gandhi, nomeadamente, da "resistência passiva" contra o regime colonial inglês. E é exactamente neste momento, em que a ideologia deste sábio homem começa a alastrar-se pela Índia, pondo em questão muitas das tradições religiosas e sociais cristalizadas, que estas duas jovens mártires poderão almejar a liberdade, ou não.
É, assim,um filme que relata, igualmente, um flagelo global - o da prostituição infantil, do abuso de menores por "predadores sexuais" que, aproveitando-se da miséria alheia, lhes amputam a infância, em prol das suas mais pérfidas e desumanas perversões.
Um filme a não perder, como acto de resistência cívica, ética, estética e filosófica!

"Água" de Deepa Mehta (Canadá/Índia), com Seema Biswas, Lisa Ray e John Abraham, nomeado para os Óscares 2007 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Alerta: vítima em coma há dez anos devido aos sistemas de sucção de piscinas



Visite o blog: http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/ criado pela Mãe da vítima, que afirma:

“O OBJETIVO E O FOCO DESTE BLOG.
Este blog tem por objetivo ALERTAR aos leitores sobre os riscos oferecidos pelos RALOS DE PISCINAS, denunciando os fatos que levaram Flavia ao coma no qual se encontra até hoje, bem como EXIGIR A PUNIÇÃO EXEMPLAR DOS RESPONSÁVEIS. Por esta razão, NÃO ACEITAMOS DOAÇÕES DE QUALQUER ESPÉCIE, vez que este não é o objetivo deste blog. Se puder, colabore DIVULGANDO os fatos que afetaram e afetam a vida de Flavia, isto sim, será de grande valia para nós. Obrigada.

Este blog existe, porque minha filha Flavia, que em poucos dias completará 20 anos de idade, está em coma vigil há quase 10 anos, desde que um acidente com RALO DE PISCINA lhe interrompeu a infância saudável. Este blog existe porque o acidente acontecido com Flavia já havia acontecido com outras crianças e continuou a acontecer, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, Na França, na Rússia... E este blog existe porque apesar da ação devastadora dos acidentes causados por ralos de piscina, locais e empresas responsáveis pela venda, instalação e manutenção desses ralos que compõem os sistemas de sucção de piscinas, continuam indiferentes à sorte das vítimas, continuam na impunidade, mesmo muitos anos depois da ocorrência das tragédias.
É preciso urgência na fiscalização da venda, instalação e manutenção dos sistemas de sucção de piscinas. É preciso punição exemplar para quem cometeu ou venha a cometer negligências com a segurança dos sistemas de sucção de piscinas. É preciso cobrar agilidade da justiça na proteção das vítimas.
Como eu disse no post anterior, sozinhos fica difícil, mas juntos, somos poderosos. Por isso, peço a adesão de vocês na blogagem coletiva que estará acontecendo no próximo dia 17 de Dezembro, para aumentar a visibilidade da história de Flavia que é apenas um exemplo, não só no Brasil mas no mundo, da negligência, da impunidade e do desrespeito aos direitos humanos de todos nós.
Muito obrigada.

EM TEMPO: A empresa fabricante do ralo de piscina que causou o acidente que deixou Flavia em coma irreversível e que até hoje não foi condenada pela justiça brasileira a indenizar Flavia, conforme venho mencionando em posts anteriores, é a JACUZZI DO BRASIL.”

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Cadela boxer abandonada muito meiga necessita de um lar...........................






Pediram-me para divulgar o seguinte apelo:

"A todos os amigos dos animais:

Esta cadelinha boxer, que aparenta ter cerca de sete anos, muito meiga e bem treinada, atravessou-se à frente do meu carro, quando me dirigia para Loures, à saída da CREL, na semana passada, dia 2 de Janeiro, ao fim da tarde. Tive de buzinar para ela sair da frente do carro, pois estava visivelmente desorientada. Tentei afastá-la da estrada, para o campo, mas ela já não saiu de junto de mim e da minha filha, de modo que acabámos por metê-la no carro e ir perguntar a umas casas perto se a conheciam, pois trazia coleira e via-se que era animal habituado a casa. Não consegui saber nada e acabei por levá-la a um veterinário a ver se estaria doente ou ferida de algum acidente. Estava razoavelmente bem, segundo o veterinário, apenas um pouco desnutrida, mas com uns caroços mamários que aconselham cirurgia.Eu não vivo cá em Portugal e estou aqui apenas por uns dias, de modo que contactei logo alguns amigos e conhecidos à procura de quem fique com a cadelinha, mas sem sorte nenhuma até agora.Contactei também várias associações de protecção aos animais e procurei na net se alguém se queixava de ter perdido uma boxer nestas condições, mas nada. Eu tenho mesmo de regressar e não possso levar a cadelinha, que vivo em Macau, de modo que venho apelar a todos os amigos dos animais que me ajudem a encontrar dono para uma cadelinha que se perdeu ou foi abandonada, já não é nova e é uma doçura de meiguice, muito sossegadinha e bem educada.

Obrigada!"

Helena Rodrigues
S. João do Estoril
Tels: 960011303 e 917924423"

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

2º pensamento do dia : : a Vida : : por Charlie Chaplin



Clique na imagem.

1º Pensamento do Dia : : O Amor como Magia : : por NetMito


Não resisto a citar dois poemas do blogger Netmito (blog: http://netmito.blogspot.com/ ) que descrevem, de forma tão vital, um Grande Amor como um Sentimento pleno de Magia. Sem dúvida, não há nada mais sublime que essa magia que nos eleva e enleva eternamente. Aqui fica a minha singela homenagem a alguém cujas palavras me tocaram profundamente:

"LEMBRAS-TE DAQUELE DIA QUE PEGUEI NA LUA
E A ENTREGUEI AO DIA
UMA BRISA RODOPIAVA NO MEU CORAÇÃO
ERA MAGIA

A CHUVA CAÍA INCESSANTEMENTE LIBERTA AO DIA
PRESA AO MEU OLHAR
SOLTO AO VENTO O MEU AMOR
SUBIA AO CÉU PARA TE AMAR

O QUE É AMAR
SEM PODER DIZÊ-LO AOS TEUS LÁBIOS
SEM SENTIR A CADA LETRA A PALAVRA MAIS AMADA
QUERO-TE AMAR COM AMOR À BOCA
A CADA PALAVRA
DIR-TE-EI NUM MOMENTO SÓ
QUE TE AMO MAIS QUE TUDO NO MUNDO
TUDO QUE SINTO,TUDO QUE SOU
SEGUIRÁ NA MINHA VIDA
VIVO NO MEU SER MAIS PROFUNDO
AMO-TE...
É.../*"



"TODA A MAGIA DURA UMA ETERNIDADE
LÍMPIDA A VIDA FLORESCE NA TUA VOZ. A LUZ DOS TEUS OLHOS ACALENTA A VIDA. NASCE DO QUE SENTES, NASCE,VIVE EM TI. PURA A BOCA AQUECE. TODA A MAGIA DURA UMA ETERNIDADE...
NÃO BASTAM NUNCA AS PALAVRAS QUE PERDI
OS SONHOS QUE DEIXASTE EM MIM
O CHORO NUNCA FOI MAIS
SE NÃO QUE TU
DA VIDA TUDO O QUE SOU
SOU DO QUE RESTA DE TI
ASSIM,TODO EU,TODO O SEMPRE"

Autor: Netmito © ( http://netmito.blogspot.com/ )

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Canção do dia : : Contaminata : : de Gianna Nannini


Chinezzinha ©

"Contaminata

La tua pelle è la mia pelle
che colore più non ha
sono sangue nel tuo sangue
una sola anima
la tua storia è la mia storia
i miei occhi sono i tuoi
la mia ora è la tua ora
il destino che non hai
vola vola vola vola vola la testa
vola vola vola chi mi porta via
vola vola vola
mi hai dimenticata
tu non mi conosci sono appena nata
contaminata
sono contaminata
ora che sono nata
io non so dove sono
io non so da dove vengo
l'infinito vaga dentro
io non ho nemmeno un segno
vola vola vola vola vola la testa
vola vola vola chi mi porta via
vola vola vola
mi hai dimenticata
tu non mi conosci sono appena nata
non importa più chi sono io
rassomiglio ad una goccia d'acqua
fa che nel deserto piova io
goccia d'acqua che fa traboccare il mare
contaminata
sono contaminata
ora che sono nata
polvere di luna che si perde nel tempo
voce radioattiva della civiltà
fuoco nucleare che respiro nel vento
anima ribelle che si libera
come una canzone che si perde nel tempo
voce radioattiva della civiltà
fuoco nucleare che respiro nel vento
anima ribelle che si libera
non importa più chi sono io
rassomiglio ad una goccia d'acqua
fa che nel deserto
piova io
goccia d'acqua che fa traboccare il mare
contaminata
sono contaminata
ora che sono nata
vola vola vola vola vola la testa
vola vola vola chi mi porta via
vola vola vola
mi hai dimenticata
tu non mi conosci sono appena nata
contaminata"

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Dalí e Disney unidos por Destino : : o Surrealismo Animado


Destino, Salvador Dalí and Walt Disney ©


Em 1946, Salvador Dali e Walt Disney articularam os seus dons e conceberam um projecto de curta metragem de animação, que intitularam profeticamente Destino. Os desenhos originais criados por estes dois génios nunca conheceram as luzes da ribalta até que, pela mão de Roy Disney, 57 anos depois, renasceram das cinzas. O filme animado está repleto de ricas imagens surrealistas, baseadas nos desenhos originais dalinianos, sendo o fruto, segundo o curador da Fundação Gala-Salvador Dalí, da consubstanciação perfeita original entre os dons destes dois consagrados artistas e empreendedores. Daí que não seja de estranhar que, em 2005, tenha sido nomeado para um Prémio da Academia depois de ser projectado no Festival de Cinema de Cannes.

Esta valiosa, mas desconhecida, película foi visionada na galeria nova-iorquina Animazing, no 461 da Broome Street, Soho, Hastings-on-Hudson, Southampton, entre 14 de Outubro e 16 de Novembro de 2004, inserida numa mega exibição patrocinada pela Disney. Nela, o público pôde encantar-se com desenhos originais de Dalí e com algumas recriações dos seus esboços da autoria de Roy Disney. Obras a que se juntou uma inédita colecção vintage de desenhos animados dos Anos Dourados da Disney, adquiridos a um dos famosos designers que integrava a equipa pioneira que trabalhou com o fundador desta máquina de sonhos que tem nutrido o imaginário de várias gerações infantis- Les Clark. Estiveram, também, expostas obras de pintura de vários artistas famosos da equipa Disney, entre os quais Peter e Harrison Ellenshaw, respectivamente, pai e filho, nomeadamente, as ilustrações originais dos livros do Ursinho Winnie the Pooh que, até então, remetidas ao esquecimento, foram publicadas numa edição limitada, colorida in loco por Harrison.
A sessão de abertura, de livre acesso, distinguiu-se pela mostra de uma cena do filme Mary Poppins, pintada por Harrison, nesse mesmo dia, entre as 12 e as 16 horas, e pela sua palestra sobre as pinturas originais de Winnie the Pooh e de Peter Pan.
A Animazing Gallery, a “Primeira Galeria de Animação Artística de Nova Iorque” reúne as mais famosas obras de animação vintage e contemporâneas dos maiores e mais poderosos estúdios norte-americanos- a Disney, a Warner Brothers, a Hanna Barbera, a Nickelodeon, a Fox e a Cartoon Network. Para além da galeria física, as seus proprietários e dinamizadores- Heidi Leigh e Nick Leone- criaram um showroom online, onde se podem vislumbrar, igualmente, pinturas do Snoopy e dos Peanuts e da Secreta Arte do Dr. Seuss.
O endereço da Animizing Gallery é o www.animazing.com, mas, atenção- todas as obras desta exposição estão esgotadas. Não admira- quem não se deslumbra com a junção da obra psicanalítica de Dalí com os desenhos animados que coloriram o nosso imaginário infantil? Esta hibridação entre pintura surrealista e animação só mostra que todas as formas de arte podem conviver e até misturar-se para deleite de espectadores que apreciam a inovação!

Tradução e adaptação: Isabel Metello de http://shopping.animazing.com/gallery/dali.htm

Luiz Pacheco : : Homenagem a um autêntico dissidente


Não conhecia nem a vida nem a obra do escritor português Luiz Pacheco. Todavia, o documentário sobre a vida e obra deste “escritor maldito” nacional, difundido por duas vezes na RTP 2 (na última vez como tributo post mortem), fez-me passar a admirar, sem reticências, um homem que afirmou a sua existência como um autêntico manifesto anti-sistema. Apesar de não concordar em muitos aspectos com algumas das suas posturas ideológicas e vivenciais (e quem sou eu para discordar sobre o que for da vida deste homem que soube ser?), vislumbrei ali um verdadeiro sábio, alguém com uma coragem inaudita, que renegou a glória e a segurança material em prol da sua verdade existencial. Alguém que não se limitou a sobreviver, viveu, na mais pura acepção da palavra, apesar de ter sacrificado a sua independência económica em benefício da sua independência intelectual. Tarefa nada fácil num país pleno de egos despóticos ávidos de fama, de reconhecimento alheio e do conforto material. Os tais escritores de Casino de que falava Luiz Pacheco...
Um verdadeiro inocente e, como todos sabemos, neste país, a inocência, a par da autenticidade, não raro, paga uma factura demasiado alta para se mostrar apetecível ao olhar incauto de quem deseja, fundamentalmente, passar incólume pela vida!
Todavia, o que mais me chocou foi a forma como alguma menoridade discorreu condescendentemente sobre a maioridade de um verdadeiro ser emancipado, muito além dos parcos limites geográficos, temporais e mentais desta nação incondicionalmente amordaçada pelo medo, pela desconfiança e por ínfimos horizontes!
O que mais me comoveu foi ouvir um dos seus filhos, testemunha de muito sofrimento, falar de seu Pai com um Amor e um Respeito que só um ser elevado consegue nutrir por quem o privou de muitos confortos materiais e, talvez, até da estabilidade emocional indispensável em idades dela sempre sequiosas, mas que lhe delegou uma herança por demais valiosa- o Amor pela verdadeira Liberdade Incondicional!
Descanse em Paz, Luiz Pacheco! Certamente que, agora, que faleceu, este país não deixará de lhe prestar culto, onde farão questão de fazer corpo presente os seus inimigos, na já longa tradição das homenagens post mortem. Não faltarão discursos inflamados como o meu, novas edições e até descerramentos de placas toponímicas (alguns estariam, até, a contar os dias até à sua derradeira partida, para, agora, avidamente se lançarem ao seu legado como mais um filão do lucro que o Luiz sempre desprezou). Enfim, a comédia humana no seu esplendor ou o circo de interesses sobre princípios do costume, que a alma do Luiz, com certeza, vislumbrará com o humor que lhe era tão próprio, Daí, Algures, nos domínios da Transcendência. Sim, agora, mais do que nunca, fará todo o sentido a resposta ao apelo que lhe fizeram em vida para deixar uma mensagem de alento às novas gerações.
Sugestão: alguns títulos de Luiz Pacheco, amavelmente cedidos por um amigo:
Pacheco, L. (1973). Exercícios de Estilo, Lisboa: Editorial Estampa.
Pacheco, L. (1974). Pacheco Versus Cesariny, Lisboa: Editorial Estampa.
Pacheco, L. (1977). Textos de Circunstância, Lisboa: Editorial Fronteira.

Bertrand Russell: pela dignidade da existência humana


Neste início de ano, resolvi republicar a tradução do Prólogo da Autobiografia de Bertrand Russell. Nada melhor para acordar em todos nós a urgência de uma sociedade mais humanizada e menos autocentrada.

A vida pela escrita

O NEF presta aqui a sua homenagem a Bertrand Russell, traduzindo o Prólogo da sua Autobiografia, intitulado Para que vivi. Lembremo-nos de que Bertrand Russell (1872-1970), Pémio Nobel da Literatura de 1950, pela publicação da sua obra História da Filosofia Ocidental, foi um filósofo contemporâneo de Einstein que, juntamente com o genial físico, elaborou um manifesto focalizado no apelo à paz mundial. Afirma-se, igualmente, esta reprodução das palavras de Russell como uma homenagem a Vítor Madeira, um homem puro que, apaixonadamente, fez a recolha deste texto enquanto reflexo do seu percurso vivencial.
“Três paixões, simples, mas extasiadamente fortes, governaram a minha vida: a busca do amor, a procura do conhecimento, e uma compaixão difícil de suportar pelo sofrimento da humanidade. Três paixões, como grandes ventos, empurrraram-me para várias direcções, num curso incontrolável, para um oceano profundo de angústia, atingindo o limite do desespero. Em primeiro lugar, procurei o amor, porque ele traz o êxtase- um tão grande êxtase que eu teria sacrificado, muitas vezes, o resto da vida por umas horas desta alegria. Seguidamente, procurei-o porque alivia a solidão- aquela terrível solidão na qual uma consciência tremente olha para o fim do mundo, para o frio e inexplicável abismo desprovido de vida. Eu procurei-o, finalmente, porque, na união do amor, eu vi, numa miniatura mística, a visão prefigurada do paraíso que santos e poetas imaginaram. Isto foi o que procurei, e pensei que fosse demasiado bom para a vida humana, isto foi o que- finalmente- encontrei. Com igual paixão, eu procurei o conhecimento. Eu desejei compreender o coração dos homens. Eu desejei saber por que as estrelas brilham. E tentei apreender o poder pitagórico pelo qual o número detém influência sobre o fluxo. Um pouco disto, mas não muito, eu alcancei. Amor e conhecimento, na medida da sua possibilidade, conduziram-me às alturas em direcção aos céus. Mas a piedade sempre me trouxe de volta à terra. Ecos de choros de dor repetem-se no meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, idosos indefesos como um fardo odioso para os seus filhos, e todo o mundo da solidão, pobreza e dor gozam com o que a vida humana deveria ser. Eu anseio por aliviar o mal, mas não posso, e eu sofro também. Esta tem sido a minha vida. Eu tenho-a considerado digna de ser vivida, e vivê-la-ia de novo se a oportunidade me fosse dada”.

Artigo publicado na edição nº 37 do jornal Nova em Folha, Abril 2006

Secção: Cultura (editora: Isabel Metello)

Pesquisa: Vítor Madeira

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Há uns dias, comemorei o maravilhoso momento em que dei à luz a Minha Grande Bênção............................


Gustav Klimt, As Três Idades da Vida, 1905


Não podia deixar de o mencionar: a minha Bebé (eles serão sempre os nossos bebés) festejou o seu aniversário. Ser Mãe constituiu para mim a concretização de um dos meus mais profundos e acalentados sonhos. Dar luz a um novo ser, fruto de um Grande Amor, é, de facto, um privilégio, um milagre divino! Parabéns, Minha Grande Bênção, que Deus te Ilumine, sempre, para continuares a ser a pessoa maravilhosa que és, a Luz na vida de tanta gente que te adora!
Muito obrigada, Meu Deus, por me Teres Abençoado com a maternidade!
Tenho o privilégio de ter uma filha, uma Mãe e um Pai maravilhosos, três dos seres mais bonitos que conheço! Muito obrigada, Mamã e Papá, por terem sido sempre um modelo de vida para mim, vocês, sempre lindos e com um força interior inexpugnável, sólidos como navios de madeira preciosa construídos, contra ventos, marés e tempestades, negando-se sempre a navegar à bolina! O vosso Amor, que perdura há 50 anos, será sempre uma fonte de inspiração e de orgulho!