☼ All One Now ☼

By giving and sharing the best of ourselves we´ll all rise up ☼"Quando souberes o que É Éterno saberás o que é recto"
(Tau-te-King, 16)


segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Natal e um 2008 Muito Felizes / Merry Christmas and a Very Happy New Year...................


Desejo a todos os leitores deste blog e a todos os meus amigos um Natal Muito Feliz e um 2008 pleno de harmonia, saúde e muita energia positiva!
Que a Luz do Sol Ilumine os nossos percursos e que as sombras apenas nos acompanhem como meros reflexos inócuos daquilo que nos recusamos a ser!
Um abraço amigo,

Isabel Metello

Dear friends, I wish you and your family a Merry Christmas and a Very Happy New Year, both enlighted by harmony and positive thinking!
Let the Sunshine Bright our paths and the shadows stay as mere inocuous reflections of what we refuse to be!
Best regards,

Isabel Metello


Apreciados amigos, vos deseo y a vuestra família una Feliz Navidad, un Próspero Año Nuevo y un Feliz Día de Reys, llenos de hamonía, salud y energia muy positiva.
Que la Luz del Sol Ilumine nuestros caminos y que las sombras quedán como meros reflejos incuos de todo que nos recusamos a ser!
Um fuerte abrazo amigo,

Isabel Metello


Gary Hume, Mob, 2005, Photo by: David Lambert and Rod Tinham

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Noémia Novais lança 1º livro de literatura infantil das Edições MinervaCoimbra: "Daniel e o Bicho da Lanterna"



Hoje, dia 19 de Dezembro, às 18.30h, no Atrium Solum de Coimbra, uma amiga minha que admiro muito- Noémia Malva Novais-, jornalista e investigadora, lança o seu primeiro livro de literatura infantil, intitulado “Daniel e o Bicho da Lanterna”, com ilustrações a cargo da docente, ilustradora e designer Inês Massano e apresentação do psicólogo Eduardo Sá. De notar que esta obra marca, igualmente, a estreia das Edições MinervaCoimbra na literatura infantil no âmbito da colecção Letras Pequenas.
Noémia Novais, que detém já uma longa e distinta carreira de jornalista em publicações como o Diário de Coimbra, As Beiras, o Jornal de Coimbra, A Capital e O Comércio do Porto, bem como em revistas como a Visão, Arganilia, Sábado e Invest, tem conciliado, brilhantemente, esta sua actividade profissional com o seu estatuto de investigadora nas áreas da História e das Ciências da Comunicação, integrando o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20). Noémia Novais é Licenciada em História e Mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, estando a preparar a sua tese de Doutoramento em Ciências da Comunicação- especialidade em Comunicação e Ciências Sociais-, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A autora assume a sua paixão pela escrita nos vários registos que domina- quer jornalístico, quer historiográfico, quer ficcional- tendo já publicada uma obra sua entitulada: “João Chagas. A Diplomacia e a Guerra (1914-1918)”, igualmente, publicada pelas Edições MinervaCoimbra. Esta obra, constituindo a sua dissertação de Mestrado, ocupa a sétima posição da lista do Almanaque Republicano relativa aos dez melhores livros da História Contemporânea Portuguesa publicados no ano de 2006, tendo sido galardoada com a 1.ª Menção Especial do Prémio Aristides Sousa Mendes atribuído pela Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses.
Fonte: http://minervacoimbra.blogspot.com/


Como, por razões de ordem familiar, não posso estar presente no lançamento da obra, queria desejar-te, Noémia, muitas felicidades e que este seja o segundo livro de uma carreira, já brilhante, muito longa e feliz!
Beijinhos,

Isabel

Ajude quem ajuda quem mais necessita: Almoço de Natal da Comunidade Santo Egídio

Pediram-me para divulgar o seguinte apelo:

"COMUNIDADE DE SANT’EGÍDIO

A Comunidade de Sant’Egídio é uma instituição de solidariedade social, sem fins lucrativos, que presta assistência aos mais necessitados:

Velhinhos que vivem em situação precária sem qualquer apoio;
Crianças de bairros sociais;
Sem-abrigos (serve o jantar a cerca de cento e cinquenta pessoas)
e vive exclusivamente da boa vontade e da ajuda de amigos e de voluntários.

Estamos a organizar o almoço de Natal, que terá lugar no dia 25 de Dezembro, pelas 13h00, no mercado da Ribeira. Nesse dia tão importante em que a solidão é mais sentida precisamos da ajuda de todos para que aqueles que acompanhamos diariamente possam ter um almoço em família e sentirem que não são esquecidos.

Para que possamos realizar esta iniciativa pedimos que nos faça chegar aquilo que consideramos essencial: feijão, atum, arroz, massas, bacalhau, sumos, açúcar, chás, maionese, leite, bolachas, chocolates.

Caso esteja interessado em ajudar-nos nesta caminhada informamos que as ofertas poderão ser entregues na sede (Rua das Chagas nº 10), todas as quintas-feiras das 16h00 às 21h00. Poderemos também ir buscar ao local que nos indicar.

Se quiser contactar-nos poderá fazê-lo através dos números: 91 9960961 (Conceição Pape – conceicaopape@hotmail.com); 93 867 14 07 (Rosa Silva –rosasssilva@hotmail.com) .

Obrigada e bom Natal.

Novembro de 2007."

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Cerimónia de Entrega de Prémios INATEL 2007/ INATEL 2007 Award Ceremony : : Muito obrigada, INATEL/ Thank you so much, INATEL

Texts and Photos: Isabel Metello © (All Rights Reserved/ Sob as leis do Copyright)


A minha Mãe a celebrar o momento/ My Mother celebrating the moment



Obra vencedora (categoria instalação): "Mundo Cão" de Paulo Perre Viana/ Winning work entitled: "Dog World", by Paulo Perre Viana


Obra vencedora (categoria escultura): "Homenagem a Magrit", de João Paulo Gonçalves



Paula Cristina Vilela e a sua obra (uma das seleccionadas para exposição)/ Paula Cristina Vilela and her work (one of the selected ones to be part of the exhibition)




A minha obra "Vénus Objectivada", uma das seleccionadas para exposição (vide http://isabelmetelloawards.blogspot.com/) / My work entitled: "Objectified Venus", (one of the selected ones to be part of the exhibition) see also http://isabelmetelloawards.blogspot.com/)




"Caixinha Rosa" de Francisco Vilaça/ Francisco Vilaça´s work entitled: "Pink Little Box"







Decorreu, no passado 8 de Dezembro de 2007, pelas 17h, no Teatro da Trindade, em Lisboa, a Cerimónia de Entrega de Prémios no âmbito dos: Concurso de Artes (categorias: pintura, escultura, instalação) Edição 3, Concurso de Vídeo (2ª Edição), Concurso INATEL/Teatro Novos Textos (11ª Edição)e Concurso O Melhor CCD INATEL (1ª Edição).
Como programado, no início do espectáculo, após a entrega de prémios aos vencedores do Concurso de Artes (pintura: S/Título, Francisco Granja; escultura: "Homenagem a Magrit", de João Paulo Gonçalves; instalação: "Mundo Cão" de Paulo Perre Viana) e do Concurso de Víde (1º prémio: "Dominicu", de Nelson Tondela; 2º "Martina- Um Olhar sobre Lisboa" de Rui Sobral; Prémio Gente da Minha Terra : "Nº 30 Rua das Madres" de Filipa Bravo), procedeu-se à projecção de imagens das obras vencedoras.
Quanto ao Concurso INATEL/Teatro Novos Textos, foram eleitos como vencedores "7 (sete)" De A. Branco no âmbito do Grande Prémio INATEL e "O Rei de Cristal", de César Magalhães, inserido no Prémio Miguel Rovisco. As leituras de excertos destes textos foram encenadas pelos actores: Angela Pinto, Fernanda Lapa, André Gago e Joaquim Nicolau.
O espectáculo foi finalizado com a actuação do Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, a quem foi atribuído o Prémio Melhor CCD.
Seguidamente, os convidados puderam visitar a exposição das obras das Escolas do Lazer e das seleccionadas para exposição na categoria de Pintura, Escultura e Instalação.
Foi com muita alegria que vi a minha obra "Vénus Objectivada" inserida nas 7 seleccionadas pelo júri para exposição. Paralelamente, fiquei muito feliz por ter a oportunidade de visionar obras de uma grande qualidade como a vencedora- "Mundo Cão", de Paulo Verre Viana, a de Paula Cristina Vilela e a "Caixinha Rosa" de Francisco Vilaça.
Muito obrigada ao INATEL por permitir a emergência de novos talentos!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O verdadeiro espírito de Natal...................


Ouço, comummente, várias pessoas queixarem-se da forma como os taxistas lidam com os clientes. A minha experiência pessoal leva-me a não comungar, de todo, com estas opiniões, que considero generalistas, embora a minha também o possa ser, afinal, baseio-me num raciocínio indutivo. Grande parte dos taxistas que conheci e conheço são pessoas educadas, cultas e com um sentido de justiça apurado. Como sempre, as generalizações são muito perigosas e injustas, mas digo-o sinceramente- tenho aprendido muito com estes homens que são, frequentemente, os nossos psicólogos quotidianos. Isto, apesar de três ou quatro experiências menos agradáveis (em todas as profissões, religiões, etnias, culturas, classes sociais, entre outras variantes, há boas e más pessoas, há bons e maus momentos que se reflectem na forma como o sujeito interage com os outros, se bem que reitero a minha profunda convicção de que o carácter dos indivíduos se revela nos momentos mais agudos da sua existência, naqueles em que o filtro da aparência deixa de funcionar).
Ando muito de táxi, converso bastante com os taxistas, pessoas que me surpreendem sempre com perspectivas de vida fascinantes, até pela circunstância de a sua profissão os levar a contactar, quotidianamente, com a diversidade existencial, mas hoje, foi um daqueles momentos em que tive a honra de conhecer um verdadeiro Ser do Bem, alguém que me enunciou o autêntico espírito de Natal, que me comoveu como já há muito tempo ninguém o fazia. Contava-me ele que, certo dia, durante a época natalícia, levando no seu táxi uma Mãe e uma filha, ouviu-a dizer à criança: "Este ano, querida, ainda não pode haver prendas, para o ano haverá, com certeza." A resposta da criança, que tinha por volta dos 4-5 anos, foi: " Não faz mal, Mãe, ficamos as duas quentinhas abraçadas". O taxista disse-me que não conseguiu ficar indiferente ao que ouvia- comprou um cabaz de Natal, um perfume para a Mãe e brinquedos para a criança e foi a sua casa desejar-lhes Boas Festas, oferecendo-lhes os presentes.
Que honra tenho eu em conhecer pessoas assim, com um coração do tamanho do mundo, que dignidade teve este homem num momento em que contactou com o sofrimento de uma Mãe que não podia oferecer um presente à sua filha. O nosso comentário imediato será provavelmente: "Coitadas!" Todavia, esta família tinha a essência do Natal no seu seio: o Grande Amor que a Unia. Quantos de nós poderão dizer o mesmo?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Simetria Cosmogónica de A Última Ceia de Dalí....................


Salvador Dalí, The Last Supper , National Gallery of Art, Washington


Dalí pintou A Última Ceia em 1955, recorrendo a fotografias como modelos. A este propósito, o artista declarou:

"Utilizo sempre documentos fotográficos. É tradicional. Praxíteles fez modelos directos de braços, pernas e de qualquer coisa que fosse reproduzir. Para alguém que desenha como eu, a fotografia é um elemento extremamente útil."

Cristo É, de facto, representado, nesta tela, com uma aura hollywoodizada, com uma beleza humana próxima dos ícones do star system, o que garantiu um sucesso imediato da obra nos meios artísticos modernos. Todavia, toda a cena é sacralizada por pormenores indeléveis, mas detentores de um profundo significado esotérico: Cristo É o Único Cuja Transparência e Luminosidade do Corpo Invoca A Sua Divindade. Com efeito, o Cristo de Dalí Assume a Sua Própria Consubstanciação, a Sua Dupla Natureza Humana e Divina, temática que deu origem à tão famosa crise iconoclasta de Constantinopla, uns séculos antes. Jesus com a mão direita Executa um gesto divino (um Mantra) comummente atribuído, no Oriente, aos homens iluminados como Buda. O Próprio Deus É Representado com um corpo humano, todavia a Luz que Dele Emana É Projectada sobre a cena de forma apoteótica, catártica, esmagadoramente redentora.

Os Apóstolos não estão dispostos de forma clássica ao redor de Jesus, antes se prostram de joelhos e com a cabeça curvada sobre a mesa. Distribuem-se de forma muito simétrica- três à esquerda e à direita (6 no total), quatro nas duas pontas da mesa e dois à frente de Jesus, na mesma posição de profunda humildade para com o Messias) (6 + 4 = 10 + 2 =12 = 1+ 2 =3)
A propósito desta distribuição simétrica, Dalí afirma: "Cosmogonia aritmética e filosófica, fundada na sublimidade paranóica do número doze - os doze meses do ano, os doze signos do Zodíaco em volta do Sol, os doze apóstolos em volta de Cristo, os doze pentágonos no dodecaedro celestial, o pentágono contendo o homem microcósmico, (Cristo). (Agradeço a Lorca, que me disse que os Apóstolos eram tão simétricos como as asas das borboletas)."

O 5, um número que, tal como o 10, se afirma, mitologicamente, como perfeito, remetendo, intemporalmente, ao Poder da Criação Divina. O 3, o número símbolo da Trindade Una, da Consubstanciação Divina: Pai, Filho e Espírito Santo num Só. Talvez não tenha sido em vão que o pintor catalão tenha escolhido o ano de 1955 para pintar esta sua magnífica obra.

Borboletas que Dalí elegeu como mote para uma série de ilustrações expostas, recentemente, no Palácio do Freixo, no Porto.
Borboletas cujo bater das asas, segundo a Teoria do Caos, pode provocar uma catástrofe nos antípodas, uma vez que tudo no universo se encontra ligado, a mínima acção pode provocar uma reacção em cadeia descontrolada.
Borboletas, pequenas telas naturais de uma beleza transcendental que esvoaçam pelos campos, relembrando-nos a nossa pequenez perante o Poder Perfeito e Sublime da Criação Divina. "Fiat Lux!"

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quando a liberdade se subjuga....................


"Aqueles que são capazes de trocar a Liberdade essencial por alguma Segurança passageira não merecem nem a Liberdade nem a Segurança"

Benjamin Franklin (1706-1790)

A liberdade é um princípio, não é um interesse que se manuseia conforme os apetites do indivíduo, daí que, por vezes, nos escape das mãos quando a subjugamos ao poder despótico de outro conceito muito mais moldável e consentâneo com a aniquilação de si ou do outro.

Ser-se, verdadeiramente,livre não é tarefa fácil, por mais manuais de instrução que leiamos não a conseguimos cumprir se ela não se sustentar no nosso íntimo, se nunca tivermos visualizado a sua autêntica força motriz. Um ser livre voa pelo céu sem necessidade que lhe amparem nem aparem as asas! Um ser autenticamente livre não admite amarras senão as que ele mesmo escolheu como suas, um ser livre jamais tentará impedir o voo de outro seu igual, mas, todavia, diferente. Poderá não compreender a sua rota, o modo como se lança no abismo, poderá até criticar a forma como fixa o olhar na sombra, desprezando a luminosidade do sol, mas nunca incorrerá no erro de lhe negar esse direito.

Cada qual é responsável pelo seu percurso e aqueles que o delineiam com o traço dos outros caminham, invariavelmente, para o engano.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Comunidade Vida e Paz Foi roubada: 19ª Festa de Natal dos Sem Abrigo em perigo...


Ontem à noite, o local onde estavam armazenados todos os géneros recolhidos e doados destinados à 19ª Festa dos Sem-Abrigo foi assaltado e pouco restou do pecúlio advindo da boa vontade humana. A Comunidade Vida e Paz (CVP) necessita, agora, de muitos apoios para que a a festa de Natal ainda se possa concretizar.

"A zona alimentar sofreu uma autêntica razia. Desapareceram 180 litros de azeite, 50 quilos de café, arroz, massa e farinha. Os assaltantes levaram brinquedos e roupa, e os novos e milhares de meias angariadas numa campanha anual e que conseguiu juntar 22 mil pares.

Os voluntários e funcionários já hoje arregaçaram mangas mas a contabilidade a fazer é triste e vazia. Este é o décimo nono natal da Comunidade Vida e Paz com os sem abrigo. Voluntários e funcionários esperam que até à festa, no próximo fim-de-semana, ainda haja tempo para um milagre, ou para uma onda de solidariedade. "

Por favor, doe bens em bom estado (alimentícios, roupas de adulto e criança (a roupa interior é indispensável), brinquedos, produtos de higiene, doces para as crianças, entre outros). Um leitor de vídeo, destinado à projecção de desenhos animados para o público infantil, também, foi roubado.

Fale com os seus amigos, organizem-se em grupos e ajude quem ajuda quem mais precisa! Quando for comprar os presentes para os seus, compre nem que seja um par de meias para oferecer a quem não desfruta dos confortos que tem a sorte de poder usufruir. Vai ver que um gesto de boa vontade lhe trará mais alegria neste Natal. Boas Festas!


Contactos: Comunidade Vida e Paz: www.cvidaepaz.org
Rua Domingos Bomtempo , 7 1700 – 142 LisboaTelf.: 21 846 01 65 / 21 843 97 93Fax: 21 849 53 10Móvel: 91 234 02 22Email: geral@alvalade.cvidaepaz.org / natal2007@cvidaepaz.org

A auto- vitimização e desculpabilização como reflexo da desresponsabilização individual


Uma pessoa minha amiga, simpática e afável, mas com uma deflação de auto-estima proporcional a uma autocentração e um egoísmo quase patológicos, elege sempre os outros como bodes expiatórios dos seus problemas, das suas próprias atitudes menos próprias, da sua irresponsabilidade pessoal, transformada, ulteriormente, em atitudes depressivas de auto-desculpabilização e vitimização. Essa pessoa provoca até à exaustão, ela usa, ela ofende, ela magoa, ela goza com os outros com uma leveza que brada aos céus e admira-se, depois, que eles reajam, que dela se afastem, que eles se sintam ofendidos, e com razão, que atraia só gente interesseira que não nutre por ela qualquer tipo de sentimento genuíno, porque, os que sempre tentaram dar-lhe algo de autêntico sentiram‑se atingidos pela sua exímia capacidade para os magoar de forma cruel. Eu sou uma dos únicos resistentes que ainda acompanham essa pessoa há tantos anos e nos momentos em que ela mais necessita está sempre presente. Cheguei, várias vezes, a ter de confortá-la por reacções de outrem que eu subscreveria 100%, mas que tive de desvalorizar pelo carinho que por ela sinto, que me bloqueou, tantas vezes, as críticas ao seu comportamento. Todavia, uma vez que a amizade que tenho por ela é muito forte e acredito piamente que os amigos são aqueles que nos dizem a verdade, por mais que esta nos doa (embora, agora, já tenha, praticamente, desistido dessa tarefa, depois de anos seguidos de conselhos que caíram, literalmente, em saco roto), adverti-a umas 1000 vezes para a circunstância de que, enquanto não deixasse de usar os outros, de magoá-los de forma continuada e irreflectida, de não tentar pôr-se em questão, o universo lhe devolveria a resposta em termos proporcionais. Mas, nada feito, nunca alterou uma vírgula do seu comportamento. O processo repetia-se continuamente: após provocar os outros, umas vezes de forma directa, outras da forma mais subliminar possível, após magoar quem dela gostava tanto, não lhe dando sequer o direito de reacção, seguia-se um momento de gozo literal pelo ataque vil de que fora protagonista e pela natural reacção de quem sofria as consequências do seu modo tão injusto de ser, seguido, entretanto por uma fase de desculpabilização e auto-vitimização, que descambava na depressão e numa fase em que se comprazia com palmadinhas nas costas reconfortantes. Para esta pessoa, os outros são, eram e serão sempre os culpados das suas más acções. Não raramente, elege alguém em especial para descarregar as suas frustrações, os seus medos, as suas inseguranças, mas nunca, nunca se põe em questão.
Eu sei que é muito mais fácil alguém arranjar soluções para a vida alheia do que para a própria, mas quando em causa está uma genuína amizade e adstrita vontade de ajudar-se alguém a auto-superar as suas menoridades, que, não raro, descambam num profundo sofrimento ulterior próprio e alheio, não é difícil constatar-se que as pessoas que nos são próximas, que nos conhecem como a palma da sua mão (embora o acto de conhecer alguém seja sempre um processo contínuo) e que gostam verdadeiramente de nós vislumbram, por vezes, de forma mais racional, porque um pouco mais distanciada, soluções que o sujeito, envolvido na trama das emoções, dificilmente descortinaria. Todavia, toda a gente que tentou ajudá-la, genuinamente, a auto-superar-se desistiu, é que a paciência tem os seus limites. Para quê tentar abrir os olhos a uma pessoa que já demonstrou gostar de tê-los bem fechados? “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, mas, neste caso, talvez sejamos nós, os seus amigos verdadeiros, que tenhamos querido vislumbrar uma grandiosidade que nunca existiu, deveras. Os laços afectivos fortes são assim- por mais que alguém de que nós gostamos muito revele condutas impróprias, insistimos em ficar do seu lado, por mais que vejamos os seus defeitos, o carinho que sentimos por esse ser é superior a qualquer crítica racional. Talvez seja este o modus operandi correcto- o da não intereferência, o de não tentarmos consciencializar nem substituir-nos a alguém que tem de aprender por si próprio a evoluir como ser humano. Não sei, respostas conclusivas, nestes domínios, são sempre simplistas e as relações humanas são muito mais do que a conjugação de ingredientes que se juntam para alcançar determinado efeito determinado a priori, apesar de a razão ser um magnífico auxiliar para quem encara a vida como um contínuo processo de aprendizagem. Só lhe desejo o que sempre desejei- que encontre o seu caminho com dignidade, responsabilidade e justiça intrínseca, que a auto-consciencialização, que sempre renegou, se afirme na sua existência como garantia de uma vida harmoniosa, que saiba analisar da forma mais lúcida possível as causas de tão más consequências que sempre a fizeram sofrer e culpar os outros desse sofrimento, afectando-os, também, nesse processo auto-destrutivo.

Ria, pela sua saúde: quando rir é o melhor remédio...


Depois de uma operação ao coração, o médico fez a seguinte recomendação a um amigo do meu marido: “ria-se, ria-se muito, que é uma forma de garantir a sanidade do seu organismo”.
De facto, vários estudos têm provado que o riso é uma autêntica terapia que nos conduz ao bem-estar físico e psicológico, aumentando a nossa auto-estima e facilitando a relação que estabelecemos com os outros, com o mundo que nos rodeia, uma vez que funciona como um autêntico catalisador de energias positivas que nos garantem uma “mens sana in corporem sanum”.
Henry Bergson dizia que o humor assenta na capacidade humana de distanciamento face a determinado comportamento ou situação observada que, assim, expurgada de emoções, canaliza os indivíduos para a gargalhada uníssona ou individual, conforme os casos.
Distanciamento que tanto pode ser aplicado a um comportamento ou forma de ser caricata alheia, como ser canalizado do indivíduo para com as suas próprias características risíveis. A este último chama-se auto-ironia, i.e, capacidade para alguém se rir de si próprio, de actualizar um humor auto-focalizado, sendo capaz de desconstruir, com algum distanciamento e de forma positiva, o seu eu, dado que não se leva tanto a sério que não seja capaz de dar uma boa gargalhada com as suas próprias falhas humanas. Já Christian Morgenstern, um escritor e humorista alemão, afirmava: “quem não é capaz de troçar de si mesmo não é uma pessoa séria”. De facto, a auto-ironia é um fantástico exercício reflexivo que nos permite consciencializar-nos das nossas falhas e de tentarmos minorá-las através de fluidos energéticos positivos que nos descentrem de nós mesmos, afirmando-se qualquer actividade de descentração como benéfica para uma reformulação contínua individual, que permita ao sujeito evoluir como ser humano, reforçando a sua auto-estima e a relação saudável que actualiza com o outro.
Ou seja, o humor e o riso, quando praticados de forma sã, sem maldade nem ofensas graves, são uma fantástica forma de descongestionar fluxos energéticos negativos que se cristalizam com a demasiada seriedade soturna que, bastas vezes, conferimos ao que dizemos e ao que fazemos, à forma como projectamos a nossa individualidade perante o olhar alheio e perante nós próprios, como encaramos as palavras e os comportamentos de outrem face ao nosso ego.
Dado que a sociedade portuguesa demonstra uma intemporal tendência para o gregarismo e a não actualização de um autêntico e saudável respeito pelo indivíduo enquanto entidade autónoma, para uma hiper-valorização da importância da aparência, são vários os autores que defendem que um dos maiores medos que afligem este povo tão melancólico é o medo do ridículo, da crítica zombeteira do olhar alheio. Como tal, embora as generalizações sejam sempre perigosas, ainda para mais numa sociedade globalizada, pode-se, ainda, observar que, tendencialmente, ao português médio revela‑se muito mais grave ouvir uma crítica leve em tom jocoso e humorístico do que escutar uma bem grave num registo sério e carrancudo. Não há nada que incomode mais o cidadão nacional do que uma gargalhada que julgue dirigida a si! De facto, os portugueses são, tendencialmente, carrancudos e levam-se demasiado a sério. Talvez, por isso, a depressão seja, actualmente, considerada pelas autoridades competentes como um problema de saúde pública em Portugal e vários estudos revelem como a auto-estima do cidadão médio nacional está quase numa temperatura negativa! Com certeza que são vários os problemas graves que atingem muita gente, mas também não será esta tendencial incapacidade para o sujeito médio se rir de si próprio um dos móbeis desta deflação de amor-próprio?
Deixo aqui, em jeito de conselho, algumas máximas intemporais para combater este status quo acinzentado que nos apoquenta há séculos: “O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior”, Alfred Montapert; “A alegria adquire-se. É uma atitude de coragem. Ser alegre não é fácil, é um acto de vontade”, Gaston Courtois; “O tempo que passas a rir é tempo que passas com os deuses” (provérbio chinês); “Um sorriso significa muito. Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o oferece, dura apenas um segundo, mas a sua recordação, por vezes, nunca se apaga” (autor desconhecido); “O sorriso que dás volta para ti mesmo” (provérbio indiano); “Um homem nobre jamais perde a sua candura infantil” (Mong Tse); “O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas rejubila com as que tem” (Epicteto); “Não existe nenhuma coisa séria que não possa ser dita com um sorriso”, Alejandro Casona, dramaturgo espanhol; “A prova mais clara de sabedoria é uma alegria constante”, Michel de la Montaigne.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Algumas máximas sobre a coragem e a crítica

"Uma ave deve voar, mesmo que o céu esteja cheio de abutres", autor desconhecido

"A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos", George Bernard Shaw

"Não há exemplos na História de se ter conquistado a segurança pela covardia", Léon Blum

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira", Cecília Meireles

"O segredo da felicidade está na liberdade; o segredo da liberdade está na coragem", Péricles

"A maior de todas as coragens é a de assumir responsabilidade", Gustavo Barroso

"Agrada-nos a franqueza dos que nos apreciam. À franqueza dos outros chamamos insolência", André Mourois

"As palavras são anões; os exemplos são gigantes", provérbio suíço

"Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres", Voltaire

"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica", Norman Vincent

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Por vezes, a passividade também é um crime...

A passividade também é, por vezes, um crime. Há, entre o senso comum, uma grande confusão entre os qualificativos pacífico e passivo- Gandhi e outros nomes sonantes da defesa dos direitos humanos, como Martin Luther King, foram pacíficos, não passivos. A passividade é muito estreita à cobardia, à anulação do dever da consciência perante a observação, mais ou menos mediada, de acções menos dignas, que fazem vítimas, mais ou menos despojadas dos seus direitos mais básicos, consoante a gravidade da(s) agressão(ões) em causa. O protesto do pacífico assenta na não recorrência à violência, a não ser defensiva; o passivo, geralmente, não protesta, anui e consente a agressão, assumindo-se como cúmplice do agressor ao pactuar com ele com o seu silêncio, uma vez que ele não é, geralmente, o agredido, mas um dos observadores da acção. E como diz um provérbio popular português, adaptado aqui ao tema: “É tão mau o que agride como o que assiste impávido e sereno à agressão”. Ora, a noção de agressão é, igualmente, ambígua e actualiza-se em diversos graus- pode ser física, verbal, mais ou menos violenta, mais ou menos directa, mais ou menos cobarde. Por exemplo, um boato ou rumor ou a quadrilhice de soleira de porta de comadres provincianas podem ser vistos como uma agressão, assumindo-se como tão cobardes como os seus enunciadores em cadeia, pois não implicam a sua responsabilização, uma vez que o sujeito é indeterminado. Isto é, a frase adstrita a um boato inicia-se, sempre com a cobardia da rejeição da sua autoria por um: “dizem que…”; “diz-se que…”. Cobardia aliás, muito própria, de indivíduos que, tal como afirma Maria Filomena Mónica, tanto são desprovidos de individualidade, diluindo a sua responsabilidade cívica num todo não identificável, como não respeitam essa mesma individualidade, tendencialmente, reunindo-se em alcateias para atacar alguém que julgam mais fraco por se assumir como um ser único, identificável pelos seus traços distintivos assumidos clara e inequivocamente. De facto, a cobardia escudada em grupos muito estreitos ao ataque gregário esquece-se de que há indivíduos cuja força de espírito fazem-nos valer por milhares de cobardes escondidos atrás de números mais ou menos elevados. Como dizia Martin Luther King: “ A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvéria e desafio”. Isto é, o carácter de cada um revela-se não nos bons, mas nos maus momentos, naqueles em que o ego, preocupado, nuns casos, somente com a sobrevivência instintiva animalesca e já não com a aparência, como faz nos momentos fáceis, ou, noutros, com a defesa do que considera justo, revela a sua autêntica essência. Estes momentos são a prova dos 9 dessa “verdadeira medida de um homem”/ mulher. É nesses momentos que temos surpresas, mais ou menos agradáveis, consoante a pessoa que estiver neles envolvida e é nesses momentos que cada um se revela a si próprio.